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Estúdios de Hollywood podem ser processados devido a trailers enganosos

O filme Yesterday motivou processo legal.

Já todos passamos por isto. Assistimos a um trailer que inclui diversas cenas que nos chamam a atenção e depois o filme não inclui algumas das cenas que nos motivaram a ir às salas de cinema.

Nos Estados Unidos, isso poderá estar pronto para acabar pois o juiz Stephen Wilson decretou que um estúdio cinematográfico pode ser processado legalmente por publicidade enganosa ao lançar trailers que enganam o espectador.

O filme Yesterday de Danny Boyle, lançado em 2019, apresenta um mundo que esqueceu a banda The Beatles e nos trailers podes ver cenas com a atriz Ana de Armas. No entanto, dois fãs da atriz descobriram que ela nem sequer aparece no filme e decidiram avançar com um processo pois sentiram-se enganados pelos trailers.

A Universal Pictures tentou tirar o caso dos tribunais e defendeu que os trailers são "trabalho artístico" e devem ser considerados histórias e não publicidades. O juiz rejeitou essas defesas e considerou que os trailers são publicidades e neste caso, perante as leis da Califórnia, enganam os espectadores.

"A Universal está correcta quando diz que os trailers envolvem algum criatividade e critério editorial, mas esta criatividade não pesa mais do que a natureza comercial de um trailer," disse o juiz.

"Um trailer é uma publicidade desenhada para vender um filme ao fornecer uma amostra do filme ao consumidor," acrescentou.

A Universal apresentou diversos outros exemplos de casos mais antigos onde aconteceram situações similares e diz que isto poderá criar diversos problemas com potencial aproveitamento por pessoas mal intencionadas. Tendo em conta imprevistos e decisões criativas, o estúdio teme que um espectador desanimado possa tentar iniciar um processo apenas pela ausência de uma cena ou pessoa.

O juiz diz que isso apenas poderá acontecer quando "partes significativas" de um trailer não estão no filme e que vão escutar e analisar cada queixa de forma devida.

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