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Dynasty Warriors 8: Empires - Análise

Martela a Vita nas tuas mãos.

Enquanto as parcerias revelam um futuro promissor, Empires recupera um passado aborrecido.

Se existe série que roça o exagero no que diz respeito à quantidade de lançamentos é Dynasty Warriors da Koei Tecmo. Desde 2000, aquando da sua estreia neste formato na PlayStation 2, a série Dynasty Warriors já conta com sete jogos e uma infindável quantidade de derivados como Samurai Warriors ou Warriors Orochi. Apesar de não ser uma série anual, ao longo destes quinze anos, cada jogo tem recebido uma versão Empires e até outra chamada Xtreme Legends, aumentando para quase 20 o número de títulos em 15 anos, o que reforça ainda mais a sensação de estagnação perante a série Dynasty Warriors. No entanto, a grande questão que muitos podem estar a colocar é, "Mas afinal o que é a versão Empires?" Mais do que isso, podem até estar a perguntar porque precisam dela e porque é que existe sequer.

Dynasty Warriors 8 Empires é a mais recente expansão para a série Musou na qual lidera o lema "um contra muitos" e onde o jogador terá que enfrentar exércitos completos de adversários. Mais problemático se torna quando estamos perante um segmento de nichos dentro de uma série de nichos. Pode começar a soar estranho. Na verdade, eu que dou por mim a ser forçado a confessar gostar mais da série do que esperava, não tenho por hábito seguir as versões Empires e isto porque se focam em elementos gameplay afastados da acção que caracteriza a série. Por outro lado, enquanto as parcerias têm levado a série para tons mais refrescantes e mostram boas indicações para o futuro, especialmente Arslan Warriors e Dragon Quest Heroes, a série principal tem mantido uma certa estagnação e Empires parece um produto estranho.

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Enquanto na série principal pegamos num personagem, seguimos a sua história ao longo de um maior arco narrativo que mistura acontecimentos históricos com fantasia, em Empires somos brindados com uma versão mais estratégica da experiência. Além de uma incrível capacidade de personalização, gestão de exércitos, sistema de procriação e personalização de grandes oficiais de um enorme exército, temos a possibilidade de executar determinadas ordens nos campos de batalha e incutir um tom mais táctico aos procedimentos. Tudo muito bonito até perceberem que o martelar dos botões continua a ser o mesmo e que depois de tantas melhorias, a série principal continua a teimar em ser a vertente mais básica e enfadonha da fórmula.

Existem diversos arcos narrativos para seguir, diversos capítulos se preferirem, e cada facção que iremos conhecer terá um general supremos para respeitar. O nosso papel será entrar em cenários vazios, martelar os dois botões de ataque para a contagem dos inimigos ascender aos milhares, enfrentar generais inimigos, e sermos forçados a controlar postos específicos antes de podermos progredir. Nada de mais até aqui. O que irá fazer a diferença em Empires é toda a gestão que podemos fazer nos menus. Antes de entrarmos no terreno de combate, teremos a oportunidade de gerir as nossas tropas e até melhorar os personagens. Parece uma espécie de Dynasty Manager 15.

Durante o gameplay tradicional, em que controlamos um personagem que enfrenta um exército, temos a possibilidade de ordenar as tropas através do d-pad ou então tocando na lateral direita do ecrã táctil da PlayStation Vita para seleccionar uma entre 4 cartas e usufruir de condições especiais nos combates. Esta é a forma como Empires molda a experiência Dynasty Warriors no momento de maior emoção e maior movimento. São pequenos toques que até podem passar despercebidos se não pressionarem nestes dos elementos da vossa portátil. A experiência continua focada na mesma banal captura de zonas e rapidamente se torna aborrecida. Algo que tem sido contrariado em outras ramificações da fórmula.

Fora dos combates, ainda antes da acção acontecer, temos a possibilidade de gerir os personagens que controlamos e todo o nosso exército. Seja com a criação de estratagemas, ordens especiais que podemos introduzir a qualquer momento para as nossas tropas realizarem e conquistar supremacia táctica no terreno de batalha, ou com a fortificação da nossa base para resistir melhor às investidas adversárias. É uma das partes mais importantes no Empire Mode, a principal atracção do jogo e cuja única variante é o modo Free. Neste modo, teremos a possibilidade de personalizar as tropas e os generais que utilizamos de forma a reforçar a sensação táctica da experiência.

É um pequeno toque que ramifica a experiência Dynasty Warriors mas que somente irá agradar a alguns. A grande maioria nem sequer se irá dar ao trabalho de apostar o devido tempo nas definições dos exército. Depois de jogos como Dynasty Warriors Strikeforce ou Dynasty Warriors NEXT em portáteis da Sony, Dynasty Warriors 8 Empires parece uma banal conversão feita meramente para procurar algum dinheiro extra. Não aproveita de forma significativa as capacidades da PlayStation Vita e até a sua componente técnica deixa imenso a desejar. Quando pensamos em outras experiências como Pirate Warriors ou Samurai Warriors na Vita que podem ser encontradas a melhor preço e se tornam mais gratificantes, fica confuso entender para quem é este Empires.

Um dos maiores problemas que tive com o jogo foi mesmo sentir que tudo o que pertencia à expansão Empires não envergava qualquer tipo de atracção, apenas a experiência base que já conhecia é que me aliciava. Apesar de uma vertente gráfica desanimadora, menos inimigos no ecrã e cenários muito vazios, a experiência Dynasty Warriors base ainda consegue divertir numa portátil onde queremos algo imediato e simples, mas era preciso mais. Uma melhor conversão, um visual diferente e mais apelativo, por todo o seu investimento na vertente estratégica, Empires pouco faz para se tornar atractivo e gratificante.

No final do dia ficamos com um Dynasty Warriors 8 Empires que se sente como mais um. Ao invés de um título feito a pensar nas capacidades da PlayStation Vita e adaptado adequadamente, temos uma conversão directa, despida ao ponto de conseguir correr sem problemas de maior, que procura de forma pálida oferecer uma experiência Musou mais estratégica. Poderá agradar a alguns mas perante tantas experiências idênticas com melhor qualidade, facilmente nos esquecemos que existe. os esforços do Omega Force seriam melhor empregues ao desenvolver um jogo que se sentisse mais recompensador e que não representasse tudo o que é facilmente criticável na série.

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