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Dreams permite criar o que tu sonhas

Conhece o potencial novo jogo da Media Molecule.

Foi no Paris Games Week que tivemos finalmente a oportunidade de conhecer Dreams, a nova propriedade intelectual do sonhador Media Molecule, que tantos prémios conquistou com LittleBigPlanet. Dreams foi um dos momentos altos da apresentação da Sony aqui em Paris e sente-se uma enorme confiança no estúdio nesta hora de promover o seu jogo. Algo que quisemos descobrir com mais detalhe numa sessão de apresentação à porta fechada.

Em Dreams somos nós mesmos, o indivíduo que está a segurar o comando e pretende começar a sonhar. Através de Imp, a nossa representação no mundo de jogo que procura fazer com que o jogador sinta que está dentro destes sonhos, interagimos com a experiência e aqui não seremos meros jogadores no sentido mais tradicional. Para incutir a sensação que isto é muito mais do que um jogo, o estúdio recorreu a um estilo visual artístico, mas também removeu diversos indicadores básicos que nos levariam desde logo a assumir Dreams como um jogo.

Image credit: PlayStation

Não existe HUD, não existem indicadores de como prosseguir, somos nós que criamos os caminhos por onde progredir. Dreams é descrito como um cruzamento de LittleBigPlanet com Tearaway, um jogo no qual seremos criadores mas também jogadores. LBP focou-se nos conteúdos criados pelos utilizadores, apesar de os deixar jogar os níveis ao estilo plataforma. Já Tearaway apresentou-nos uma aventura focada numa história, também ela contada de forma diferente do tradicional que apenas tocava ao de leve na criação de conteúdos.

Dreams é uma mistura dessas duas posturas, apimentada com o requinte visual fruto de um imaginário singular. O intuito é conciliar todas as ferramentas celebradas em LBP, toda a sua filosofia, com as potencialidades permitidas pelos avanços tecnológicos. Isto sem esquecer que vivemos uma era focada nas redes sociais, em que os videojogos sabem que quanto melhor estiverem as suas ferramentas preparadas para conectar os utilizadores, maior será o interesse que vai gerar.

"Não existe HUD, não existem indicadores de como prosseguir, somos nós que criamos os caminhos por onde progredir"

Apesar do conteúdo criado pelos jogadores ser de elevada importância, não somos obrigados a criar e poderemos ser apenas jogadores. É como um sonho lúcido no qual controlamos diversos personagens através do Imp. Aqui, a personalização de personagens vai a novos níveis, permitindo que o jogador altere personagens criados por outros jogadores e que sonhe livremente. É a ideia de elevar a novos padrões esta geração de interactividade social pois as nossas criações não são propriamente nossas, são sonhos que partilhamos.

O problema nos conteúdos gerados pelos utilizadores é o compromisso de tentar tornar mais acessível essa criatividade. A interactividade entre utilizadores em Dreams vai mais longe pois graças às animações, a personagem pode tornar-se de qualquer um pois tudo depende da interpretação de cada jogador. Podemos criar um personagem num sonho para outro utilizador começar a elevar a nossa criatividade.

O estúdio deu ainda o exemplo de que seremos tão bons quanto a nossa imaginação mas também quanto os nossos exemplos. Dando mais um passo na procura de maior interactividade social, será possível seguir jogadores. Esses criativos que vão dar a devida vida e propósito a Dreams, para aprendermos como usar as ferramentas de formas que nos podem surpreender. O jogador escolhe os criadores que quer seguir e avaliam as suas criações, tal como em LBP, mas aqui com melhores ferramentas.

Ver no Youtube

Dreams é mesmo sobre a nossa capacidade de sonhar e permitir que os sonhos do jogador se concretizem enquanto mundos de jogo. O estúdio recriou as divertidas sessões criativas em directo criando novos níveis em cada apresentação. Sem aceder a quaisquer menus, as ferramentas estão altamente acessíveis. Foi criado à nossa frente um novo nível onde vimos a cabeça de um urso feito de nuvens que foi personalizado a gosto. O mais surpreendente, que de forma alguma terei capacidade para explicar aqui, é que sempre que baixava a cabeça para tomar anotações, quando voltava a ver a TV, o nível tinha crescido imenso. A facilidade de todo o processo é incrível.

Tal como em LittleBigPlanet, vemos inúmeros balões com itens tão diversos e estranhos, como carros ou plantas carnívoras, que podemos colocar num chão que de um momento para o outro foi inserido na cabeça do urso. Dreams deixou boas impressões na forma como acedemos aos itens e ferramentas pois não temos menus tradicionais. Tudo é feito em tempo real, pressionamos um botão e as opções surgem de imediato para navegarmos nestes menus de forma rápida e escolher o item que vai surgir na nossa criação.

Rapidamente surge uma pequena grelha com opções que são navegadas de forma altamente fluida e suave, simplificando todo o processo criativo. Se achavam que LBP estava bom neste aspecto, então preparem-se para ficarem espantados com a evolução em Dreams. Dar poder aos criativos num mundo adorável e emocionante parecem ser partes importantes desta receita. Podem ter a certeza que a facilidade e velocidade que o nível era editado conseguia espantar, e será um dos maiores trunfos do estúdio para a sua incursão na nova geração.

"Dreams é claramente uma evolução da fórmula de LittleBigPlanet"

Quando os vossos níveis estiverem a ficar grandes demais para o que o jogo suporta, será possível criar uma miragem que aumenta o nosso nível. Depois podemos alterar essa miragem e torna-se numa extensão do nível com transições imediatas. Nas mãos de pessoas hábeis, uma cabeça de urso de peluche dá origem a uma enorme criatura que pode ser totalmente animada. Dessa mesma forma, o vasto chão de mármore poderia ser prolongado e criado todo o cenário ao seu redor. Estaria criado um sonho, uma parte do nosso imaginário, e estaria transformado em conteúdo para Dreams.

Dreams é claramente uma evolução da fórmula de LittleBigPlanet que transporta para 2015 o conceito de partilha de conteúdos gerados pelos jogadores. Algo que se torna atractivo quando estamos numa era de alta interactividade social. Especialmente evidente quando é possível ver um nível a ser criado em directo desde que o seu criador esteja ligado aos servidores on-line. Mais importante ainda quando as novas ferramentas e tecnologia permitem que a nossa imaginação seja desafiada de formas inéditas. Seguir jogadores origina ideias e a criação de uma comunidade será outra das bases de Dreams.

Existem outros títulos que procuram oferecer algo semelhante a Dreams, foçados na criação e partilha de conteúdos que têm conquistado comunidades. O título do Média Molecule mostra boas promessas para se colocar ao lado dessas mais conceituadas ferramentas criativas. Com o talento do Media Molecule e o seu imaginário, será interessante ver como transporta para a consola Sony um estilo de experiência que ainda não existe na PlayStation 4. Não desta forma pelo menos.

Não me posso esquecer de referir que Dreams permite que joguem com o DualShock 4, mas também inclui controlos por movimentos, permitindo jogar com dois comandos Move e até interagir com a PlayStation Camera. Foi ainda confirmado que terá uma aplicação companheira para mobile que permite interagir de formas diferentes com o jogo. Algures no início de 2016 será apresentada uma beta e o estúdio pretende fornecer logo aí uma boa amostra do que está a preparar aqui.

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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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