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Confronto: Uncharted 2: Among Thieves na PS4

A Nathan Drake Collection moderniza e melhora o clássico genuíno.

Quando se fala em levar uma consola ao limite, o Naughty Dog é dos melhores. Mais do que qualquer outro jogo, foi Uncharted 2 que demonstrou o poder técnico do estúdio. O original PS3 foi uma maravilha técnica e na altura melhorou imenso sobre o primeiro Uncharted, com mudanças na iluminação, animação, materiais e rácio de fotogramas.

Ao contrário de Drake'S Fortune, regressar a Among Thieves na PS3 não é difícil - ainda é um jogo lindo que se joga muito bem e ainda impressiona. Melhorar sobre essa experiência polida não é fácil. Como é que o Bluepoint Games abordou este jogo já deslumbrante na passagem para a PlayStation 4?

Para começar temos apresentação a 1080p juntamente com anti-aliasing pos-processamento que consegue evitar aliasing na superfície e minimiza o blur e trepidação. Um filtro anisotrópico é usado com uma qualidade variável. Vemos algumas superfícies como que parece ser 16x AF enquanto outras parecem correr a 4x. Mesmo no nível mais baixo, é uma grande melhoria sobre o filtro trilinear usado na PS3. A qualidade de imagem é excelente.

Tal como o resto da coleção, o rácio de fotogramas está a 60fps com v-sync activa. Em breve testaremos com a actualização 1.01 mas a versão já no disco já é muito sólida.

Os problemas na performance na versão 1.00 estão limitados a cenas com muita água ou efeitos alpha. Nesses momentos, temos quedas para meios 50s. Também temos quedas similares na sequência do comboio. O abrandamento na PS4 ocorre em muitas das mesmas áreas tal como na PS3. Onde na PS4 temos quedas para 55fps, na PS3 temos quedas para 25fps. A performance é na mesma sólida mas esperamos que a actualização melhore isto.

Cover image for YouTube videoUncharted 2: Among Thieves PS4 vs PS3 Graphics Comparison
Uma análise nossa que cobre muitas das formas em que Uncharted 2 melhora na PS4. Apesar de não tão significativas quanto em Drake'S Fortune, o Bluepoint fez na mesma um trabalho espantoso.

Em Drake's Fortune é óbvio que as mecânicas foram ajustadas na passagem para a PS4. No entanto, os ajustes na sequela parecem menos significativos. Uncharted 2 é considerado por muitos como o melhor em termos de gameplay por isso não é surpresa que os outros dois tenham sido modificados para irem ao seu encontro. Ainda assim, o rácio de fotogramas superior e menor latência nos comandos criam uma experiência melhor.

Depois temos os pequenos detalhes. As primeiras impressões sugeriam que pouco mundo mas na realidade, isso não é verdade. Ao longo de toda a experiência descobrimos texturas, modelos e efeitos refeitos que - apesar de subtis - afectam a apresentação. Muita desta atenção é dedicada a melhorias no cenário - mesmo momentos com pouco tempo de visibilidade foram melhorados para tornar mais consistente a experiência. Arcos nas janelas foram suavizados, peças de maquinaria renovadas e as árvores estão mais cheias. Parece mesmo que cada bem foi cuidadosamente analisado, até a arte mais incidental foi refeita.

Os mapas de textura também foram melhorados, muitas superfícies recebem novas texturas e mapas normais com maior fidelidade. A PS3 estava limitada a uma configuração de memória dividida com apenas 512MB de RAM total portanto é fácil perceber que mesmo com streaming, haviam limitações no tamanho das texturas maiores. Com esta limitação removida, o Bluepoint Games estava livre para adicionar detalhe e é isso que vemos aqui.

Sentimos que estas texturas de maior resolução são uma melhoria mas em alguns momentos podemos dizer que a intenção artística original foi comprometida. Além disso, as texturas são melhoradas ainda mais com uma componente especular do renderizado. Materiais brilhantes exibem agora propriedades mais realistas com um brilho atractivo quando apropriado.

Temos mais mudanças com modificações na iluminação e sombras. No geral, a versão PS4 apresenta cores mais submissas em relação ao original. Claro que existem excepções onde temos o oposto mas temos uma palete de cores ligeiramente alterada. É evidente em cutscenes pré-renderizadas onde scattering sub-superfície usado nos personagens é mais perceptível do que na PS3.

A renderização de materiais parece ter sido um ponto importante no desenvolvimento do jogo na PS3. O reflexo da luz é tido em conta e os materiais parecem exibir propriedades mais realistas apesar da idade. Materiais difusos, tais como pedra ou tecido, podem por vezes ter um aspecto espantosamente realista em situações específicas. Claro que evoluímos muito na renderização de materiais desde 2009 mas ainda surpreende ver o progresso que o Naughty Dog já havia feito neste departamento.

Outro exemplo: na sequência do comboio descobrimos um tom verde nas carruagens quando passam por secções mais espessas de bambu. A ideia parece passar pela emulação da aparência da luz a saltar de cenário ao redor. Era impossível ter iluminação global num jogo como este na PS3 mas o facto de tentar recriar alguns aspectos ainda hoje surpreende. O efeito está na PS4 mas é menos pronunciado devido a mudanças na superfície dos materiais.

As sombras também foram mudadas. Tal como no anterior, a qualidade das sombras viria de cena para cena. No exterior, o mapa de sombras do sol é empregue na PS4, com maior resolução. Na versão 1.00, é visível um diferido similar ao da PS3. Ainda assim, olhando para as notas da actualização 1.01, parece que teremos melhorias nas sombras por isso talvez já esteja corrigido. No interior, as luzes dinâmicas em tempo real criam sombras mais nítidas agora.

A oclusão ambiental regressa com melhorias. A implementação na PS3 produzia 'nuvens' em redor dos personagens e cenários. A OA não era comum na anterior geração naquela altura e a implementação do Naughty Dog ainda não estava refinada. Apesar de ser uma melhoria, existem momentos em que o efeito auréola é visível em certos objectos, não presente no original.

Uncharted 2 foi um dos primeiros jogos a conseguir realizar de boa forma o motion blur por objecto na PS3. Era empregue nos personagens, objectos, câmara e até cenários em alguns momentos. O efeito era descarregado da GPU para as SPUs e produzia resultados espantosos na altura. Na PS4 estão iguais apesar da implementação variar um pouco - notamos alguns erros extra na renderização na PS4 não presentes na PS3.

Em certas cutscenes pré-renderizadas vemos o motion blur do cenário eliminado. Ao perseguir o comboio com Elena ou a acelerar pelo Nepal no jipe, o original usa motion blur nas sequências pré-renderizadas para acentuar a sensação de movimento. Quando estas cenas foram novamente renderizadas para a PS4, o efeito ficou de fora. Não é uma limitação técnica pois estamos a falar de vídeo pré-renderizado mas é na mesma fascinante.

A demo de The Nathan Drake Collection foi lançada, sendo um nível de Uncharted 2. Na demo, os jogadores notaram carregamentos adicionais após uma sequência pré-renderizada especulando que os tempos de carregamento aumentaram na PS4. Bem, podemos confirmar que não é verdade. Pelo contrário. Normalmente, durante uma sessão linear, todo o jogo corre sem ecrãs de carregamento mas se optares por um capítulo específico, temos um ecrã de carregamento mesmo após uma cena pré-renderizada. No caso da demo, a versão PS3 demora até 3 a 4 vezes mais a carregar quando escolhem um capítulo. Significa que temos uma grande melhoria nos tempos de carregamento.

Cover image for YouTube videoUncharted: The Nathan Drake Collection PS4 Hands-On Tech Analysis/Frame-Rate Test
Iremos publicar um teste de performance PS3 vs PS4 para Uncharted 2 assim que tivermos a actualização 1.01 - entretanto, eis como está a performance nos 3 jogos com o código 1.0.

Falando de sequências pré-renderizadas, também confirmados que operam com maior qualidade na PS4. Tal como o resto da colecção, surgem como ficheiros de vídeo a 1080p60 enquanto o original estava limitado a 720p30. No entanto, na PS3, o bloqueio macro é um problema sério. Apesar de visível na PS4, a qualidade geral é muito melhor em cenas mais rápidas.

A luta é muito mais renhida agora devido à experiência PS3 mais polida mas o veredicto é o mesmo; o Bluepoint transformou Uncharted 2 num jogo qu ainda tem um aspecto e gameplay brilhante em 2015. Todo o jogo transpira qualidade e a 60fps é um sonho. Jogado do início ao fim é interessante ver a evolução entre o primeiro e o segundo. A sequela estabeleceu mesmo o caminho para os futuros jogos do estúdio.

Além das melhorias visuais, é interessante ver a evolução no gameplay. Aqui vemos finalmente o trabalho preparado para o verdadeiro sistema furtivo que esteve na base de The Last of Us. Apesar de ser impossível escapar assim que vistos, podem passar secções sem serem vistos. A mistura de disparos, plataformas, momentos furtivos, momentos mais sossegados e set-pieces definem o jogo.

Apesar de ser tentador saltar já para a brilhante sequela, recomendamos jogar o original primeiro. O impacto de Uncharted 2 é muito maior se jogares Drake's Fortune e a versão remaster é de longe a melhor forma de o jogar. A mistura do brilhante design do Naughty Dog e a destreza técnica do Bluepoint Games resulta numa conversão PS4 que é uma versão definitiva que se aguentará por muitos anos.

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Sobre o Autor
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John Linneman

Senior Staff Writer, Digital Foundry

An American living in Germany, John has been gaming and collecting games since the late 80s. His keen eye for and obsession with high frame-rates have earned him the nickname "The Human FRAPS" in some circles. He’s also responsible for the creation of DF Retro.

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