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Cult of the Lamb - fé e devoção rimam com malícia e diversão

Mais um indie irreverente.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Combate divertido, boas boss fights, mecânicas roque-lite, gestão de culto numa espécie de Animal Crossing malicioso e bem humorado fazem deste jogo um destaque em 2022.

Num ano em que já tivemos títulos como Tunic, Sifu, Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge, OlliOlli , OlliOlli World, Neon White, Trek to Yomi, Rollerdrome e Stray, podemos adicionar o nome de Cult of the Lamb para posicionar 2022 como um dos melhores anos de sempre para as produções independentes. Este trabalho australiano é sem dúvida um momento de ouro para os pequenos criadores. É mais uma amostra da sua irreverência e como arriscam onde as mega editoras preferem não entrar.

Vou passar à frente a parte em que tento conquistar a tua simpatia ao demonstrar o meu gosto pelos indies e como desde Braid na Xbox 360 sou adepto desta nova era da indústria. Vou direto ao que interessa que é falar de como Cult of the Lamb se tornou num dos meus jogos favoritos do ano. É mesmo espetacular. Apesar de toda a sua simplicidade e sem fazer algo propriamente original, consegue ser altamente divertido, refrescante e torna-se rapidamente num vício.

Inicialmente, poderá ser avassalador assimilar todas as mecânicas envolvidas no ciclo gameplay, a Massive Monster apresenta-te imensa informação em pouco tempo e queres fazer tudo direitinho, mas rapidamente começas a dominar os rituais diários e encarreiras. Este é um jogo de ação e aventura no qual entras no que podemos considerar como masmorras em 5 regiões diferentes. Existem várias salas onde combates contra inimigos e após vários passos chegas ao mini-boss. Vence e repete a cruzada nessa região mais 3 vezes para chegar ao boss. Derrotar esse boss abre portas para uma nova região, mas a tua evolução nos combates depende da gestão do culto. Esta é a outra face de Cult of the Lamb que o torna em algo sem igual.

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É um jogo de ação e aventura com um bom sistema de combate, apoiado pela gestão de um culto que é um vício inesperado.

Para triunfar nas cruzadas, o aspecto mais tradicional do gameplay de ação e aventura, terás de adquirir seguidores para o teu culto, trabalhar para conquistar a sua fé através de orações e gerir o teu espaço quase como se estivesses num Animal Crossing malicioso. Obter fé é o fundamental para evoluir em Cult of the Lamb, uma vez que te permite construir instalações que melhoram a gestão do culto, desbloquear novas armas/habilidades e até executar rituais que te ajudam nos combates (como sacrificar um fiel quando morres numa cruzada) e existem diversas formas para isso.

Tudo começa com o primeiro membro do culto, com a construção da banca de comida e a necessidade de cozinhar para alimentar os fieis. Precisas de um altar para rezarem em teu nome, de uma igreja para sermões que permitem desbloquear as armas/habilidades e até executar rituais como sacrificar um fiel por mais fé, matar a fome com um banquete e mais. Existem imensos detalhes espetaculares, como a revolta de um fiel se não manteres um nível elevado da fé, mas a gestão dos recursos e o gameplay de ação combinam de forma muito surpreendente e divertida.

Dei por mim a passar mais tempo a gerir o culto, a construir novas instalações para dormirem e se sentirem confortáveis, preocupado com a sua saúde, conversar para aumentar a fé e lealdade. Além disso, precisas de materiais e recursos para construir novas coisas ou cozinhar. Isto cria um ciclo gameplay que é um vício. Cozinhar, pregar sermão, obter a sua fé para construir algo novo, mandar trabalhar para obter recursos e comida, e até executar rituais para ajudar numa qualquer dificuldade que estás a ter nesse dia.

Quando tens tudo feito no culto, é o momento para visitar os outros locais desbloqueados onde podes comprar mais cartas tarô (os buffs aleatórios que podes obter em cada nova cruzada) ou entrar numa região e tentar enfrentar as salas de inimigos para chegar ao mini-boss. Feito isto, é repetir até chegar ao boss da região e passar para outra. Ao invés de um gameplay de ação a martelar botões, tens algo muito bem executado pois é fluído e um pouco estratégico.

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Devido à aleatoriedade dos buffs, armas e habilidades que tens ao iniciar cada cruzada, tens de ter cuidado ao atacar os inimigos, esquivar constantemente e gerir com cuidado o uso das habilidades. O gameplay conta ainda com um toque rogue-lite e perdes parte dos recursos ao morrer a meio de uma cruzada. Não é um martelar de botões, é um divertido sistema de combate simples de entender, mas com a sua dificuldade a pedir bons reflexos. Além disso, existem muitas boas boss fights.

Assim que surgiram os créditos, após pouco mais de 10 horas de jogo, pensei logo 'isto foi tão divertido, nem acredito que já acabou'. Se inicialmente o ciclo gameplay parecia incluir demasiadas mecânicas para assimilar, rapidamente dei por mim rendido ao ritual de atividades que fazem de Cult of the Lamb um jogo facilmente recomendável. Não é um jogo original, mas é inteligente, bem humorado e repleto de mecânicas muito bem combinadas para te manter interessado no gameplay.

Prós: Contras:
  • Estilo visual torna mais cómico a gestão de um culto
  • Loop gameplay torna-se num vício
  • Boas boss fights
  • Sistema de combate divertido sustentado pela gestão do culto
  • Boa sensação de progressão e coesão entre todas as mecânicas
  • Existem diversos bugs que podem estragar a experiência

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Cult of the Lamb

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Bruno Galvão avatar

Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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