Control Ultimate Edition review (PS5) - É de jogar e chorar por mais
Remedy entrega a versão definitiva do seu jogo.
Lançar um jogo multiplataforma já no final de um ciclo de consolas é sempre ingrato. Na maioria dos casos, o hardware das consolas já está mais do que espremido e, por mais optimização que seja feita, não há milagres que tornem as versões das consolas equivalentes à do PC, resultando com que os jogadores destas versões não tenham o melhor desempenho e qualidade visual. Control da Remedy Entertainment, lançado em Agosto de 2019, sofreu bastante com isto. O motor Northlight do estúdio provou ser uma ferramenta tremenda para criar aquele que consideramos ser o melhor jogo da Remedy, mas tanto a PS4 como a Xbox One vacilaram perante as exigências do jogo. No PC, com placas gráficas modernas já desenhadas para Ray Tracing e títulos mais exigentes, Control brilhou como uma lampâda singular num quarto escuro.
É por isso que Control é um dos jogos mais merecedores de uma nova versão para as consolas de próxima geração. As novas versões para a PlayStation 5 e Xbox Series X | S vêm prová-lo. Sem as restrições provocadas por hardware com mais de sete anos de idade, Control liberta-se das suas correntes para alcançar um estado magistral nas consolas. Como extra, as novas versões - denominadas de Ultimate Edition - incluem os dois DLCs / expansões da história. É o pacote perfeito para quem ainda não jogou e mesmo para aqueles que jogaram as versões da geração anterior e não ficaram plenamente satisfeitos. De sublinhar que a versão PS5 possui mais dois extras, nomeadamente suporte para as funcionalidades do Dualsense e guias / vídeos integrados na interface da consola.
Eis a questão: modo de desempenho ou ray tracing?
Tal como outros jogos da PlayStation 5, Control não consegue oferece simultaneamente 60 FPS e ray tracing - isso permanece uma possibilidade apenas para PCs gaming. O modo de desempenho deixa-te jogar a 60 FPS, com a desvantagem de resolução nativa de 1440p (que depois leva upscale para 4K) e sem os deslumbrantes reflexos perfeitos oriundos do ray tracing. Se optares pelo modo ray tracing, a resolução aumenta para 4K e tens naturalmente os benefícios do ray tracing - que se verificam nos efeitos de luz e reflexos nos diferentes materiais - mas o desempenho cai para 30 FPS. Experimentei uma boa dose de ambos os modos e, antes de mais, há que dizer que Control é bombástico e altamente jogável independentemente do que escolhas.
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As quedas de desempenho verificadas nas versões para as consolas de geração anterior já não acontecem em qualquer um dos modos. Em termos de apresentação, o modo ray tracing tem vantagem e um olho perspicaz consegue detectar as pequenas diferenças nos reflexos e no aumento de resolução. Este é o modo que extrai o melhor da incrível direcção estética que a Remedy visionou para Control, mas este não deixa de ser um jogo de acção e, inevitavelmente, a deliciosa fluidez dos 60 FPS é difícil de resistir - até porque as diferenças relativamente ao modo Ray Tracing são pequenas e o modo desempenho privilegia a jogabilidade.
Novamente, qualquer um destes modos de jogo oferece logo à partida uma experiência superior ao que experimentaste nas consolas de geração anterior.
Dualsense intensifica a experiência
É impossível que, depois de experimentar o Dualsense em jogos como Astro's Playroom e Spider-Man: Miles Morales, não ficar desejoso que mais jogos tenham integração com o novo comando da PlayStation. A Remedy aproveitou esta versão para a PS5 para tirar partido das mais valias do comando e há agora suporte para feedback háptico e para os gatilhos adaptativos. Em nenhum momento existe a intensidade de Astro's Playroom - em vez disso o estúdio optou por uma experiência sensorial mais subtil, mas suficiente para fazer a diferença.
Tudo o que acontece à tua volta, desde os passos de Jesse às explosões provocadas pelos mísseis e ataques dos inimigos, são replicados pelo feedback háptico do Dualsense. Os gatilhos adaptativos fazem sentir-se nos diferentes modos da Serice Gun - a fantástica arma que tem múltiplos modos de disparo. Cada um destes modos sente-se de forma diferente sempre que carregas no gatilho, dando aquela sensação de que tens mesmo a arma na mão. A aplicação das capacidades do Dualsense não é inovadora - já vimos implementação semelhante noutros casos - mas é bem-vinda. É um extra agradável de se ter.
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Vale a pena jogar Control?
Control não é um jogo antigo (tem apenas um ano e cinco meses), mas já emana aquela sensação de que é um clássico do género. Revisitá-lo foi uma experiência tão entusiasmante quanto em Agosto 2019, potenciada pelas novidades incluídas nesta Ultimate Edition para a PS5. Embora a compra da Ultimate Edition seja obrigatória para desfrutar do jogo nesta nova versão - não é um upgrade gratuito, que originalmente fez alguns torcer o nariz - a verdade é que a Remedy fez mais alguns ajustes para além do aumento de resolução e desempenho, o que justifica o carimbo de "NOVO" nestas versões para as consolas mais recentes.
"Emana aquela sensação de que é um clássico do género"
Se ainda não jogaste Control, esta nova versão é um no brainer. Tem um preço apelativo, mais conteúdo, e melhor desempenho e gráficos do que as versões anteriores. A combinação da Remedy entre ambientação, narrativa, jogabilidade e direcção artística continua ímpar. Control é um jogo fascinante, que te coloca a desvendar os mistérios da Oldest House (um bizarro edifício onde o paranormal é o normal) enquanto desbloqueias poderes telepáticos que são um vício de activar - podes arremessar todo o tipo de objectos, criar escudos com detritos, dar poderosos socos, e até invadir a mente de inimigos para os fazer combater por ti.
Todos os elogios tecidos na nossa primeira review de Control continuam válidos para versão. Se queres saber mais sobre o jogo, é aconselhável que a leias.
Prós: | Contras: |
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