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Como a PlayStation Japan enviou uma mensagem para o mundo

Ainda acreditam que a PS4 e a Vita não têm jogos?

Outrora o Japão foi considerado como o centro do mundo na indústria dos videojogos e apesar dessa força ter desaparecido na anterior geração, a verdade é que o Japão parece disposto a rectificar. Mantendo-se igual a si mesmo, jogos estranhos ou caricatos e até quem sabe moralmente duvidosos, este é o país no qual o conceito de estranheza é completamente diferente do que temos no resto do mundo. De qualquer das formas, e corrijam-me se estiver errado, a sensação nos últimos anos era que os produtos nipónicos estavam demasiado centrados no seu próprio público mas numa era cada vez mais imediata e global, será que faz sentido acreditar que a tendência vai reverter?

A conferência da SCE Japan pré-Tokyo Game Show parece ter sido dedicada ao público Japonês mas ao mesmo tempo parece ter sido uma clara mensagem para o público de todo o mundo. Hiroshi Ueda afirmou que teremos mais de 170 jogos anunciados para a PlayStation 4 nos próximos meses, enquanto a PlayStation Vita terá perto de 100 jogos, certamente será duvidoso acreditar em quem nos diz que as consolas não têm jogos. Mas será que a mensagem da SCEJ foi global?

As consolas PlayStation sempre foram acarinhadas pelo seu sabor Japonês, aquela portentosa colaboração entre produtos Ocidentais aliados aos melhores produtos Orientais, agora com indies à mistura. Assim sendo, cada anúncio Japonês é um anúncio para o mundo e esta conferência da SCEJ poderá ter sido dos eventos mais importantes do ano para a companhia. Isto porque apesar de serem as massas que ditam as modas e os sucessos de vendas, é o grupo mais pequeno dos dedicados e verbalmente ativos que ditam a personalidade de uma plataforma.

"A PlayStation Vita terá perto de 100 jogos, certamente será duvidoso acreditar em quem nos diz que as consolas não têm jogos. Mas será que a mensagem da SCEJ foi global?"

Por outro lado, com a Xbox One prestes a chegar ao Japão, e a Portugal também diga-se, é cada vez mais importante dizer que a PlayStation 4 não só tem um determinado número de jogos que já podem ter como também terá várias séries de peso no futuro próximo. Poderá ser a resposta direta à Microsoft ter anunciado exclusivos One de estúdios Japoneses mas a verdade é que a SCEJ mostrou estar aliada às principais companhias Japonesas para assegurar exclusivos de peso que são desejados no Japão e procurados no Ocidente. Será que o TGS vai mostrar uma mensagem global nesta nova fase da nova geração?

Dragon Quest regressa à PlayStation.

Pessoalmente diria que o mais importante foi mesmo o anúncio de Dragon Quest: Heroes que por um lado mostra a tentativa de inovar usando o nome da mítica série para se protegerem dos desafios de promover uma nova propriedade intelectual e, talvez mais importante, mostra o regresso da série às consolas PlayStation. Dragon Quest é uma série que vende consolas, que será apresentado num estilo Action RPG a lembrar Dynasty Warriors, série de imenso sucesso no Japão, e a SCEJ disse ao mundo que terão Dragon Quest na PlayStation. Espelhando o que muitas outras companhias fizeram, a Square Enix declarou ainda que o jogo seria cross-gen ou seja, será lançado na PlayStation 3 e PS4 para não alienar quaisquer possíveis fãs. Mais importante do que isso, mostra que as companhias já começaram a transição das suas principais séries para a nova geração. O exemplo madrugador da SEGA com Yakuza Ishin.

Dead or Alive 5: Last Round, Earth Defense Force 4.1: The Shadow of New Despair, Fairy Fencer F: Advent Dark Force, God Eater 2: Rage Burst, One Piece: Pirate Warriors 3, Persona 5, Resident Evil: Revelations 2, Senran Kagura: Estival Versus, Bladestorm: The Hundred Years' War and Nightmare e o novo Ys são jogos que serão lançados na mais recente consola Sony e apesar de somente alguns serem verdadeiros exclusivos, asseguram que quem comprar a PS4 terá acesso a versões melhoradas, com novas funcionalidades e preparadas para o futuro. Ao mesmo tempo, jogadores em todo o mundo que acompanham a PlayStation desde a original, tiveram a certeza que os sabores que mais adoram serão mais uma vez prato principal no seu sistema.

Este sabor Japonês que tanto caracteriza as consolas PlayStation parece estar decididamente impresso na PlayStation 4 e isso ficou assegurado na passada Segunda-feira. Quase todos os nomes referidos anteriormente pertencem a novas entradas em séries que conseguem boas prestações nas tabelas de vendas e todas elas com público dedicado no Ocidente. Certamente que são escassos os jogadores que vão comprar uma PlayStation 4 para jogar Senran Kagura mas serão imensos os que a vão comprar para jogar Senran Kagua juntamente com uma boa parte destes novos anúncios e outros já lançados como Ishin ou Akiba's Trip já que pertencem a um estilo com o qual se identificam.

Além de Dragon Quest: Heroes, acredito que Persona 5 e God Eater 2 são dois pontos altíssimos no catálogo PlayStation 4 a nível mundial pois são séries às quais o seu público se tornou adepto. Com a chegada de Dead or Alive 5: Last Round o género fica ligeiramente reforçado, já que apenas Guilty Gear Xrd: Sign parece existir (pena o novo Persona 4 Arena não ser cross-gen) e Resident Evil: Revelations 2 é a Capcom a tentar fazer as pazes com os fãs fazendo o que faz melhor, lucrar com sequelas. A mensagem parece ser clara, a PlayStation continuará a ser a PlayStation mesmo que os tempos mudem e existam novas modas ou tendências.

A questão agora é até que ponto os fãs ficaram convencidos com esta mensagem. Terá sido mesmo algo global ou acreditam antes que foi uma mensagem localizada como tem vindo a ser? Será que a Sony mudou de postura e procurará utilizar estes exclusivos como bandeiras das suas consolas, conciliando os multi-plataformas com uma maioria familiaridade nas suas plataformas? Acreditam que houve mudança na atitude? Recentemente a própria Square Enix disse ter aprendido com os erros desta anterior geração e que está agora disposta a dar aos jogadores de todo o mundo o que eles querem, jogos pensados para o público Japonês.

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