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Code of Princess - Análise

O jogo que os fãs de Guardian Heroes tanto aguardavam.

A época gloriosa dos brawlers a duas dimensões já passou. A tradição de combinar encontros na casa de um amigo e ficar horas seguidas a jogar em modo cooperativo com os comandos a passar de mão em mão por cada vida perdida, foi substituída pelas jogatinas online e assim, com a evolução dos tempos, perdeu-se uma certa magia que rodeava este tipo de jogos. Assim, nas teias do tempo, ficou perdido um dos géneros mais divertidos e que marcou uma geração.

Code of Princess é como se fosse uma máquina do tempo, que nos transporta de imediato para a década de 90, a era dourada dos brawlers. Aproveitando o legado deixado por Guardian Heroes da Sega Saturn, esta sequela espiritual vem oferecer diversão descomprometida em qualquer lugar, graças à portabilidade da Nintendo 3DS.

Este é definitivamente um jogo que se pode dizer portátil, podendo tanto ser jogado durante cinco minutos ou durante horas a fio, adaptando-se facilmente ao tempo que o jogador tem disponível para despender. Com um bom leque de modos e, segurem-se bem, mais de 50 personagens jogáveis, este é um título que não deve passar despercebido, embora o seu lançamento de baixo perfil e unicamente digital não abone a seu favor.

Esta é a última criação da companhia japonesa Agatsuma Entertainment, uma companhia pouco conhecida no Ocidente, mas que já produziu jogos para a Nintendo DS e WiiWare. Code of Princess é claramente um jogo japonês, um detalhe automaticamente percetível pelas roupas exageradamente curtas das personagens femininas, principalmente da protagonista, mas também pelo carisma e extravagância que apresentam (criar personagens visualmente singulares sempre foi um dos pontos fortes dos japoneses).

Code of Princess não perde tempo em mandar o jogador para o meio da ação, nesse aspeto é muito direto e não perde tempo a desenvolver a estória, que desta forma acabar por ser o ponto mais fraco desta mesma. Por outro lado, na parte mais importante de um brawler, a jogabilidade, não desilude.

Quem está habituado aos jogos de luta, não terá dificuldade em adaptar-se a Code of Princess; a jogabilidade segue os mesmos princípios e divide-se em ataques fracos, fortes, e especiais, e também o indispensável bloquear. Outro pormenor a que devem prestar a atenção é que, apesar de ser um jogo a duas dimensões, o combate decorre em três linhas nas quais se pode saltar livremente de uma para a outra. Isto torna-se especialmente útil quando a linha em que estamos fica amontoada com inimigos.

A satisfação que se retira de um jogo como este está em dominar a jogabilidade e na capacidade de executar longos combos. E se levarmos em conta que cada personagem tem os seus próprios ataques e pontos fortes, há aqui muito para ser espremido em termos de longevidade e diversão. Em conjunto, há ainda os elementos RPG que tornam as personagens mais fortes com a subida de nível e a possibilidade de personalizar o equipamento, essencial para se conseguir aumentar as estatísticas.

A campanha é curta e decorre em secções muito pequenas que apresentam sempre diálogos, preenchidos com muito humor antes e depois dos combates. Os objetivos variam entre despachar todos os inimigos ou apenas o boss, que depois de vencido, resulta na fuga de todos os inimigos que restaram. Seria facilmente considerado um jogo curto, não fosse pelos restantes modos que oferece, que oferecem tanta ou mais diversão que a campanha, cuja existência acaba por servir para dar a conhecer as personagens a um nível mais profundo.

O que torna os restantes modos mais interessantes que a campanha está na liberdade que existe na escolha de personagens. Na campanha está-se limitado a quatro, enquanto que nos restantes, free play e bonus quests, pode-se usar as ditas mais de 50 personagens. No primeiro modo, repete-se as missões da campanha; no segundo, jogam-se missões adicionais e com um grau de dificuldade maior que as da campanha.

Jogar e explorar as muitas personagens é um dos factores apelativos de Code of Princess, nomeadamente se considerarmos que existe um modo versus que pode ser jogado com oponentes humanos a nível local ou online. O único obstáculo nesta segunda hipótese passa pelos pouquíssimos jogadores que se encontram no online. Também existe um modo cooperativo, que pode ser jogado com estranhos ou amigos, embora com os últimos seja sempre mais entusiasmante.

"É uma pequena pérola para quem aprecia o estilo de desenho animado (...)"

O que resta para dizer sobre Code of Princess? Ainda não falei em concreto sobre a estória, apesar de já ter dito que é o ponto mais fraco do jogo. Esta envolve uma princesa e uma espada mágica na sua luta contra uma rainha malvada que tem intenções de trazer os demónios para o mundo dos humanos. Na sua jornada encontrará vários heróis medievais que simpatizam com a sua causa e estão dispostos a ajudá-la. Basicamente é isto.

O seu aprazível aspeto visual não deve ser esquecido. É uma pequena pérola para quem aprecia o estilo de desenho animado e que aproveita as capacidades 3D da portátil para dar relevo às várias camadas 2D e criar um efeito que vale a pena contemplar. Como falha, têm apenas as quedas no rácio de fotogramas quando uma grande quantidade de inimigos preenche o cenário, o que pode ser momentaneamente frustrante.

Creio que Code of Princess será relembrado, quando a 3DS chegar ao final do seu ciclo, como um jogo de culto, que não teve o apelo suficiente para as massas mas que reuniu uma comunidade forte de jogadores, maioritariamente constituída por aqueles que ansiavam por uma sequela de Guardian Heroes e de quem não dispensa um bom brawler. Com uma jogabilidade simples mas que nos deixa sempre com vontade de pegar no jogo, um aspeto visual apelativo, e modos que garantem entretenimento para muitas horas, este é sem dúvida mais um grande jogo para o catálogo da Nintendo 3DS.

Code of Princess encontra-se já à venda na eShop por €29.99.

8 / 10

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