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Choque de titãs em Total War: Warhammer - Antevisão

O novo desafio da aclamada The Creative Assembly.

A Sega detém nas propriedades intelectuais da britânica The Creative Assembly uma das mais importantes fontes de receitas enquanto editora. A série Total War, posicionada junto da audiência do PC, é sinónimo de qualidade no que toca a jogos de estratégia e batalhas em tempo real. Com múltiplas entradas dirigidas a diferentes e conturbados períodos da história da humanidade, sobretudo em termos militares, foi com bastante agrado que os fãs receberam, em Abril passado, o anúncio de um novo desenvolvimento da série, a conjugação do pilar Total War, com o universo dos jogos de tabuleiro Warhammer, criado pela Games Workshop, que juntamente com o nome que dá metade ao título cede o universo da fantasia medieval. Total War: Warhammer é por isso um dos jogos de estratégia e combate em tempo real mais aguardados para o PC.

É um universo totalmente novo e no qual os produtores do estúdio britânico estão a trabalhar pela primeira vez, embora a parceria entre a Sega e a GamesWorkshop remonte a 2012, não sendo por isso uma surpresa este resultado, antes até um passo previsível, quando ficamos a saber do novo jogo em desenvolvimento, com um título muito claro sobre o sentido da parceria. A passagem para videojogo do universo Warhammer é de resto um processo quase natural. Os jogos da Games Workshop, com os exércitos em peças e os mapas, sempre formaram um plano alternativo aos combates em tempo real e estratégicos da série Total War, sendo esta fusão em formato videojogo uma transição que deixou a The Creative Assembly perante um novo desafio.

Numa demonstração à porta fechada, num dos escritórios situados por cima dos stands que compõem a feira E3, um dos produtores do jogo conduziu-nos ao longo de uma batalha em moldes épicos, num campo ladeado de montanhas e onde dois exércitos mediram forças até à exaustão, a um nível de brutalidade impressionante. De um lado os humanos, o exército do império comandado por Karl Franz e do outro lado o exército Orc, composto por dragões, goblins, trols, aranhas gigantes com o triplo da altura de um humano e monstros gigantescos. O choque é sangrento e por momentos até parece algo desequilibrado face à brutalidade dos ataques dos Orcs e Goblins. A infantaria do império mais parece fina flor colhida com facilidade pelas criaturas monstruosas oponentes, mesmo tendo à sua disposição algumas máquinas como catapultas e outros engenhos desenvolvidos para atingir o adversário.

As múltiplas criaturas do exército Orc e a sua definição estão muito bem conseguidas.

"É um universo totalmente novo e no qual os produtores do estúdio britânico estão a trabalhar pela primeira vez"

Enquanto as duas linhas de exército prosseguem para o ponto de embate, em marchas triunfais, um dos produtores do jogo realçava o aspecto das diferentes criaturas e as facções jogáveis, controlando apenas a perspectiva como um realizador num jogo de futebol que aponta para as principais incidências do jogo. Claro que este formato não é o melhor para dar a conhecer a dimensão completa de um jogo destes. Mas num espaço de 15 minutos e sem que mais nos pudesse ser transmitido, pormenores como o mapa mundo, as políticas, a construção, o planeamento e quase tudo o que tem sido marca da série Total War ficaram relegados para uma próxima oportunidade. Com uma data de lançamento ainda por anunciar, os produtores concentraram esta apresentação no funcionamento do jogo e numa demonstração que nos deixa ver como prossegue a definição do universo Warhammer, pela primeira vez ligado à série Total War.

Um dos pontos a ter em conta no novo jogo parece ser a escala das áreas, preparadas para receber centenas de tropas, o exército do império, os duendes, orcs, goblins, trols, numa sobreposição do tema fantasia sobre qualquer elemento histórico que sempre forçou a produtora a ir de encontro aos instrumentos de combate representativos de cada época. Neste jogo existe mais alguma liberdade e imaginação, algo que os produtores estão a receber com entusiasmo, fabricando coisas incríveis como um tanque movido a vapor, assim como feitiços e potentes magias que facilmente consomem a "mana" inteira.

Desatados do plano histórico que sempre norteou a série Total War, é como se este fosse um momento de sonho, convenientemente alargado à fantasia e à criatividade, com os artistas, designers e animadores envolvidos num novo desafio, sem os tradicionais espartilhos embora e como sucede nestes universos, muitos não deixem de encetar uma comparação, na dimensão cinematográfica e narrativa, com as obras Lord of the Rings de Tolkien.

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A organização dos exércitos é um dado importante, sobretudo pela diversidade de criaturas que encontramos, num plano monstruoso. No exército Orcs, encontramos os goblins à frente, com as aranhas, outros montados sobre o que parece ser uma derivação dos lobos. Mais atrás, junto de uma catapulta, um dos trols ata um dos seus companheiros ao sistema que o há-de projectar, como carne para canhão, sobre os humanos que marcham no outro lado do campo. Do outro lado, o exército do império responde às investidas servindo-se da artilharia, um exército comandado por Karl Franz, o detentor do Ghal Maraz, o lendário Warhammer. O universo, temáticas e conceitos da franquia Warhammer fazem parte do jogo e para os conhecedores será um factor de acrescido valor, também porque os produtores estão a obter satisfação na forma como constroem este universo de fantasia.

Todas as criaturas estão representadas com elevado detalhe e autenticidade: ferozes, grosseiras, duras, feias. Mais uma vez, a referência Lord of the Rings ilustra bem como os produtores seguiram por esta aproximação, num estilo que pode ganhar alguma aproximação com World of Warcraft.

Aliás, o estúdio nem sequer sentiu necessidade de recorrer à captura de movimentos. Tudo é desenhado à mão, assim como as animações, numa tentativa de acrescentar mais realismo e construir aquilo que tende a ser um imaginário. Alguns Orcs vomitam um líquido verde, uma substância ácida capaz de queimar os humanos. Observado à distancia a batalha é feroz, com uma escala absolutamente épica. O combate com criaturas gigantescas tanto decorre por terra como pelo ar, no que parece ser uma melhoria face aos jogos anteriores. A demonstração chega ao fim com a convocação de um deus para a batalha, que usa uma das suas magias para lançar uma explosão e provocar uma claridade impressionante. O segmento exibido na E3 ainda se encontra no estado pré-alfa, mas é claramente demonstrativo das intenções do estúdio em juntar com sucesso o trabalho dos combates em tempo real com os conteúdos de fantasia que gravitam em torno de Warhammer. A grande variedade de lutadores, tanto no exército Orc como no exército do Império servirá diferentes estratégias e opções. Embora sem grandes revelações, como raças adicionais, organização e planeamento, pelo que foi mostrado, Total War: Warhammer pode muito bem vir a ser um dos maiores jogos de estratégia e combate em tempo real no plano da fantasia.

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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