Bayonetta 3 review - Só pode ser bruxedo
A Platinum Games foi ainda mais longe deu-nos o melhor jogo da série.
Apesar de adorar Bayonetta desde o primeiro jogo, nunca acreditei que este terceiro capítulo tivesse a capacidade de surpreender. Agora, depois de jogar, tenho que dar o braço a torcer e dizer que estava completamente errado! Bayonetta 3 pega nos ingredientes dos anteriores, e com a introdução de várias novidades, consegue apresentar um cocktail ainda melhor.
Como estamos perante um jogo de bruxas, até ficamos a pensar se não é mesmo um caso de bruxedo. Os jogos anteriores já eram respeitadas referências no género, ao ponto que se tornava difícil pensar de que forma podiam ser melhorados. A Platinum Games encontrou a resposta no multiverso, talvez graças à presença do conceito nos mais recentes filmes de super-heróis.
Sem querer estragar os deliciosos momentos da narrativa (tens mesmo que jogar os anteriores para apreciares ao máximo), só vou dizer para te preparares para veres versões alternativas e ainda mais arrojadas de Bayonetta. Um vai uma Bayonetta, vão duas e três!
Muitas armas e muitos demónios
Bayonetta 3 apresenta o maior número de armas, e dando ainda mais variedade à jogabilidade, podes invocar demónios e controlar as suas acções diretamente em batalha. Isto não só aumenta o leque de combos possíveis, como nos dá uma poderosa ferramenta para combater contra adversários gigantes.
Já sei que estás a pensar que o jogo ficou mais fácil, mas não. As invocações demoníacas estão dependentes de uma barra de energia e até podem ser destruídas, ficando temporariamente indisponíveis. Dito isto, tens sempre três demónios disponíveis, que podes ir alternando através do D-Pad, tal como as armas.
A jogabilidade é absolutamente contagiante! É difícil parar de jogar de tão maravilhosa que é. Provavelmente é um caso de bruxedo, mas a Platinum Games conseguiu de facto deixá-la ainda melhor. O Witch Time, que abranda o tempo depois de um desvio perfeito, permanece uma mecânica central e questão de muita prática.
Mais exploração e níveis maiores
A esmagadora maioria dos hack and slash pecam pela sua linearidade. Nos jogos anteriores de Bayonetta, sempre houve pequenas oportunidades de exploração, principalmente através dos portais escondidos que nos davam Witch Hearts e Moon Pearls para expandir as barras de vitalidade e de magia.
Os níveis de Bayonetta 3 são, geralmente, mais abertos e com mais oportunidades de exploração. Os portais escondidos continuam a existir, mas deixaram de ser a única forma de obter os Witch Hearts e Moon Pearls. Ao longo dos capítulos de Bayonetta 3, há pequenos puzzles, desafios de plataformas, e colecionáveis.
Neste aspecto, uma das novidades são os três animais escondidos em todos os níveis: um sapo, um corvo, e um gato. O último é fácil de apanhar porque faz barulho e não sai do sítio, mas os outros dois podem ser uma pequena dor de cabeça. Se apanhares todos os animais, desbloqueias uma versão alternativa do nível no seletor de capítulos.
Viola, a nova personagem jogável
Eu não disse que a jogabilidade era mais variada? Não se deve apenas às novas armas espetaculares de Bayonetta e controlo de demónios, há também uma nova personagem jogável com mecânica diferente. Viola é, de certa forma, o que Nero foi para Devil May Cry 4. Tem uma espada que pode ser carregada mediante o tempo que pressionas no botão e a sua mecânica para ativar o Witch Time é diferente.
O Witch Time de Viola é ativado ao fazer um bloqueio perfeito com a sua espada, o que na minha experiência, é bastante mais difícil do que fazer o desvio com Bayonetta. Viola também consegue invocar uma criatura em combate, chamada Cheschire, um gato gigante claramente inspirado em Alíce no País das Maravilhas. Todavia, contrariamente aos demónios infernais de Bayonetta, Cheschire ataca sozinho.
Jeanne, outra bruxa bem conhecida da série e melhor amiga de Bayonetta, é igualmente uma personagem jogável em Bayonetta 3. Jeanne pode ser selecionada nos capítulos alternativos (chamam-se Remnant) e figura ainda nos capítulos secundários - são níveis com stealth e acção que nos fazem recordar imediatamente de Metal Gear Solid.
Pequenas irritações
A perfeição não existe, e apesar de Bayonetta 3 ser o melhor capítulo da série, não deixa de ter pequenas irritações. A confusão visual, devido à quantidade de efeitos e grandiosidade de alguns inimigos, pode atrapalhar a jogabilidade. Tanto é que, pela primeira vez, senti que tinha vantagem em jogar no modo TV da Nintendo Switch em vez do modo portátil para ampliar a ação.
Também há sequências cinematográficas em que criaturas gigantes combatem frente-a-frente, tipo os megazords dos Power Rangers. São momentos épicos, mas a jogabilidade fica tão lenta (pelo tamanho das criaturas) que faz um contraste desagradável com a jogabilidade rápida e fluída dos outros momentos.
E por último, fica a sensação de que o jogo teria bastante a ganhar no departamento visual com melhor hardware.
Um diamante para os fãs de hack and slash
Demorei cerca de 20 horas a chegar ao final de Bayonetta 3. Não tive pressa e indaguei de livre vontade na exploração dos vários capítulos. Não apanhei tudo o que havia para apanhar, por isso, para quem gosta de fazer tudo, ainda sobra bastante para espremer. Como fã desde o primeiro Bayonetta, este terceiro jogo deixou-me completamente satisfeito e trouxe coisas que nem podia imaginar. É um pico para a série e uma nova referência no género. Bravo Platinum Games!
Prós: | Contras: |
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