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XBLA, PS Store e Virtual Console

As novas grandes oportunidades para os jogos das velhas gerações.

Parece-me indiscutível que a presente geração de consolas, ainda por laços afectivos denominada de nova geração, é a que mais pontos positivos preenche para fazer chegar doses generosas de entretenimento e distracção. Alguns podem dizer que antigamente é que era, e apesar de as consolas mais velhas preservarem todo o carácter de modo inabalável com jogos que por largas temporadas consolidaram determinados géneros e rastilharam em tantas pessoas o interesse por esta indústria, os modernos sistemas não só providenciam o acesso às últimas novidades, “blockbusters” da nova vaga, títulos de grande exploração, como também complementam a experiência e alargam o entretenimento ao passado, recuperando parte interessante do erário da indústria.

A afirmação definitiva das actuais consolas deu-se através da ligação à internet, elemento fulcral que acabou por causar uma tremenda revolução silenciosa, tornando definitiva a partilha de conteúdos e principalmente as experiências sociais. Através das lojas virtuais como Xbox Live Arcade, PSN Network e Virtual Console é possível encontrar conteúdos de prévias gerações a preços simbólicos, alguns com mais de vinte anos, tornando possível o conhecimento dos jogos a duas dimensões para aqueles que só agora estão a descobrir. O 2D ainda é rentável.

Enquanto assim for não há como passar por cima da época das plataformas , aventuras, “shooters” e “fighting games” que preencheram a época dourada das 8 e 16 bits, depois de gerarem furor nos salões de jogos. É nas visitas aos centros comerciais do bairro que se constata que não há remédio que dê novo rumo às máquinas de salão. A crise é de tal modo grande que nos Estados Unidos o jogo Street Fighter IV nem terá direito a prévia versão arcada nos salões de jogos para se desfrutar com o troco obtido no McDonalds. Por isso, se os jogadores abandonam os salões (no Japão a indústria das arcadas ainda floresce à pala de jogos tipo karaoke) a hipótese que sobra é segui-los, para onde os podem encontrar habitualmente; em casa, nas consolas ligadas à internet e dentro da área de jogo.

Jogos como este Calling All Cars de David Jaffe seguem o propósito da Sony com a PS Store em proporcionar pequenos títulos interessantes e originais a baixo custo.

A Capcom é a primeira companhia “third party” a lançar a sua loja dentro da Playstation Store, uma aspiração que a Sony vê com bons olhos a partir do momento que sabe da carteira recheada de títulos que a produtora nipónica costuma fazer-se acompanhar. São interesses mútuos que estão em causa e espera-se que mais companhias possam tomar decisões semelhantes. As montras virtuais têm um forte efeito de persuasão e não é por mero lapso temporal que Mega Man 9 tenha chegado há uns meses às lojas das três consolas estabelecidas, até na sequência de um outro clássico; Bionic Commando Rearmed, vinte anos depois do clássico para a NES. Com Mega Man 9, rompeu um título novo, criado de raiz para as lojas virtuais, mas desejoso por voltar a entregar o brilhantismo dos pequenos detalhes e direcção artística que tanta prevalência tinham nos jogos 2D.

Dissociando aspectos intrínsecos ao jogo como a dificuldade que pode frustrar o interesse de jogadores menos prevenidos e sabedores da série, produzir jogos a duas dimensões ainda é uma realidade compatível com os tempos modernos, das consolas ligadas à rede. O retorno financeiro faz parte da equação e não deixa de ser proporcional ao interesse dos inúmeros jogadores mais saudosistas que anseiam por renovar umas horas de plataformas com tiros pelo meio. Nas portáteis o cenário é animador, principalmente a Nintendo DS. Há semanas chegou ao mercado nacional um novo episódio da série Castlevania (Order of Ecclesia) e Metal Slug 7 (outrora expoente máximo das arcadas e consola Neo Geo) está mais próximo.

No mercado americano a nova aventura do intrépido Marco, Tharma e companhia já está disponível, pelo que em breve podem contar com a nossa análise. No caso da PSP, exceptuando Ultimate Ghosts’n Goblins, escasseiam as iniciativas que renovam experiências em duas dimensões. Em boa verdade a Capcom desenvolve um trabalho soberbo na forma como se dirige aos diversos segmentos de jogadores e tem no mercado a ocidente uma das principais metas na produção de jogos.

Super Street Fighter II Turbo HD Remix, apesar de ostentar um nome anormalmente longo continua a proporcionar, agora na nova geração, todo o esquema de jogo que se celebrizou ao longo do tempo.

Com os olhos postos no futuro em novos capítulos de Resident Evil na versão 5 ou Bionic Commando, a empresa japonesa vai mais longe e alimenta ainda o interesse dos jogadores mais saudosistas “brincando” com perspectivas bi e tri dimensionais em Street Fighter IV, o “fighting game” por que muito se espera mal 2009 ponha os pés à estrada. Até lá Street Fighter II Turbo HD Remix, com o apoio dos estúdios Udon, pode despertar a admiração pelo género, já a partir da próxima semana, através da PS Store e Xbox Live Marketplace. Este é mais um exemplo vivo de como a actual geração de consolas é o ponto de encontro definitivo para jogadores hardcore habituados às recentes entradas no mercado, mas também para os fãs mais nostálgicos e saudosistas.

E neste ressurgimento de muitos clássicos os produtores não abdicam de funções típicas na maioria dos jogos actuais como tabelas de liderança, progressão em modo cooperativo, combates em rede para múltiplos jogadores, grafismo de alta definição, interface renovada pela adaptação aos novos comandos, troféus, actualizações e outros bónus que revitalizam aquelas combinações explosivas de simplicidade nas operações e desafios viciantes. Porque o que está lá sempre, nos jogos a duas dimensões, é pura jogabilidade e divertimento e nisso eles são bons, mesmo ao lado das novas grandes produções.

Fica aqui um agradecimento especial ao nosso camarada Tiago Lopes pela originalidade da imagem concebida para destaque.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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