Wiiware & Nintendo DSiWare Media Summit

Não é todos os dias que se encontra portugueses do lado de lá da barricada em eventos internacionais, e isso ter acontecido deixou-me satisfeito. A Nintendo tomou a iniciativa de convidar a Biodroid (e a Pan Vision, que em principio fará a distribuição e marketing do jogo) para estar presente no certame com o título Miffi's World.

Tal como o nome indica, este é um jogo vocacionado para a faixa etária dos 4 aos 7 anos e através dum estilo gráfico fiel ao universo da Miffy, várias actividades e mini-jogos e uma linguagem simplificada, acessível a qualquer criança, promete ser uma boa aposta para a faixa a que se destina.

Com outros projectos em desenvolvimento e cerca de 70% da equipa composta por portugueses, a Biodroid dá passos importantes no meio, e pretendemos trazer-vos mais informações sobre a firma em breve.

Provenientes do lado de lá da fronteira, os espanhóis da Akaony Studio mostraram Zombie Panic in Wonderland, uma espécie de Sin & Punishment no país das maravilhas. O stick analógico permite controlar o movimento lateral do personagem e o pointer é utilizado como mira. A versão apresentada, apesar da dificuldade elevada, providenciava acção positivamente frenética, um jogo que dá indícios de poder cumprir aquilo a que se propõe, num género que raramente recebe novos jogos.

Kenji Eno é já um nome importante para alguns, mas mesmo que não fosse, o seu jogo You, Me, and the Cubes apenas podia ser a obra duma mente genial. Debaixo do aspecto inocente e ambiente sonoro distinto, ou até da irritante necessidade de estar sempre a abanar o comando, está um dos mais interessantes jogos de puzzle dos últimos tempos, que nos pede que equilibremos um certo número de pessoas no topo de figuras geométricas baseadas em cubos.

Isto implica ter em conta o peso de cada pessoa e avaliar a própria resistência que a forma geométrica pode gerar pela sua forma e equilibrar tudo isso. No fim, o constante abanar o comando serve para gerar uma tensão e sentido de finalidade no jogador que substitui por completo a irritação inicial. Um jogo que se revela bem mais divertido que aquilo que a premissa inicial poderia dar a entender.

De realçar também a sequela de Lost Winds, que, apesar de não mexer muito na fórmula, exige a atenção de todos os que gostaram do primeiro jogo.

Presente na Media Summit, David Grossman (um dos membros da trifecta da LucasArts do inicio dos anos 90 e o actual director de design da saga Tales of Monkey Island) promoveu o terceiro capítulo da série e, em conversa informal, falou-me sobre a pressão que é desenvolver jogos em formato episódico, com prazos muito apertados. Para Grossman o essencial é uma liderança forte e um cuidadoso planeamento. Garantir que, mesmo que algumas partes do projecto se atrasem, o resto da equipa se mantém produtiva.

Defendeu também a sua noção de que caminhamos claramente para uma situação onde a distribuição digital será o único meio de aquisição de jogos. Apesar da clara cisão com a posição da Nintendo, esta é uma opinião defendida por muitos e posta em prática pela TellTale Games.

Independentemente da evolução futura da distribuição digital, a verdade é que a Nintendo revela, desde já, uma atenção redobrada aos seus serviços Wiiware e DSiWare.