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White Knight Chronicles

O cavaleiro branco e os amigos.

Neste MMO disfarçado de JRPG, o sistema de combate inevitavelmente iria ter que ser moldado ás forças motivadoras por detrás de todos os restantes elementos, e assim o é. Deixados de lado estão os sistemas por turnos e temos aqui um sistema mais orientado para a acção com vista a uma experiência em tempo real digna da categoria MMO. Os inimigos estão visíveis a todo o momento e caso desejado inicia-mos combate sem qualquer ecrã de carregamento. Tudo supostamente deveria ser tão simples e fácil mas a Level-5 decidiu que deveria incutir neste sistema de acção um esquema que mistura elementos dos sistemas por turnos. Entre ataques temos que esperar que a barra respectiva fique preenchida para executar a acção, um esquema que coloca o jogo num meio termo estranho que requer hábito por parte dos dois tipos de jogadores potencialmente interessados. Isto torna tudo estranho especialmente porque as nossas movimentações ficam ligeiramente limitadas, como se o jogo nos quisesse remeter a uma área de combate, e mesmo fugindo dos inimigos para fora do seu alcance enquanto a barra de ataque restabelece somos atingidos incompreensivelmente, mesmo a largos metros de distância, quando pelo nosso lado somos forçados a estar perto do inimigo, dependendo da arma. Isto causa alguns momentos estranhos e retira possíveis contornos de estratégia durante os combates que poderia ser carregada pelo sistema típico de combates por turnos.

Ao subir de nível ganhamos pontos que pudemos utilizar em novas habilidades e no melhoramento de atributos, associados ao tipo de arma. É uma forma de conferir liberdade na criação do seu personagem e assim que adquiridos novos golpes, é-nos permitido dispor a nosso gosto as técnicas e habilidades que queremos utilizar em combate. Tudo altamente personalizado, como praticamente tudo no jogo. A inteligência artificial ocupa-se dos outros dois personagens que nos seguem e faz tal de forma altamente competente. Ocasionalmente vemos no mapa monstros de tamanho considerável e é aqui que Leonard relembra constantemente o nome do jogo. Algumas habilidades precisam de pontos específicos para serem utilizadas, e as combinações que podemos criar livremente também. De igual forma, assim que reunidos os pontos necessários, o jogador pode invocar o Cavaleiro Branco que dá nome ao jogo e combater com estes monstros de grande porte de igual para igual. Ganhamos acesso a maior poder, maior força e técnicas devastadoras. É um elemento interessante mas que pouco de real valor confere à experiência pois na verdade apenas ficamos maiores e mais fortes, sem reais mudanças na jogabilidade.

Conheçam o pior HUD da história do género.

Visualmente a Level-5 leva-nos para um mundo que apenas nos consegue deixar senão frustrados. A mente e inspiração da equipa de renome não defrauda quaisquer expectativas e o mundo é repleto de magia e de locais inspiradores para os que não resistem a viajar para estes mundos de fantasia. No entanto, alguns momentos arrebatadores apenas o conseguem ser no papel e na teoria pois o motor gráfico não tem a capacidade para lhes conferir o brilhantismo inspirador desejado. Mapas enormes com uma grande quantidade de inimigos, um sistema de combate em tempo real sem quaisquer ecrãs de carregamento, a componente online e até o modo Georama são elementos que aparentemente forçaram o motor gráfico a perder qualidade para os poder sustentar e no geral ficamos com um resultado tão competente quanto mediano. Cumpre sem a momento algum espantar.

É uma pena que o motor gráfico não consiga dar o esplendor ao mundo que este merece, especialmente porque vamos passando por locais que certamente vão surpreender mesmo os mais dados a estas andanças. A companhia da banda sonora também se faz altamente competente e com uma qualidade flutuante. Alguns temas são muito agradáveis de ouvir mas a qualidade de outros torna-se evidentemente inferior quando apenas alguns tem a verdadeira capacidade de se misturar com a restante experiência e conferir personalidade e distinção ao local. Os actores que dão voz aos personagens também apresentam qualidade divergente, enquanto uns apresentam um bom talento e conseguem cumprir um bom papel, outros fazem-nos lembrar tempos e exemplos que queremos esquecer. A ausência da possibilidade de recorrer às vozes originais é uma falha assinalável.

A componente online torna-se o grande destaque do jogo e todos os que procuram uma experiência diferente do que existe actualmente na plataforma, e com uma enorme vontade de jogar com os amigos, vão ter aqui algo a ter em conta. O modo história nem sempre consegue agradar e a narração chega a atingir níveis básicos e incoerentes, por isso se tiverem amigos é quase inevitável que se tornem em caçadores de monstros. É também a forma que o jogo encontra para aumentar uma longevidade que na vertente de um jogador pode nem chegar às 35 horas. As missões online são, na teoria, o grande motivador que levam o jogador a melhorar o seu nível e atributos para depois fazer boas figuras junto a estranhos. O modo Georama, no qual podemos criar a nossa cidade virtual, é bom para os que querem conviver com os amigos num local reservado e é já um elemento com historial no estúdio.

White Knight Chronicles é um RPG longe de ser recomendável a todos os fãs do género e apenas alguns com uma certa predisposição vão conseguir tomar gosto ao que o jogo tem para oferecer. A sua componente online, e o alto destaque dado a esta, aproximam mais o jogo de um MMO do que propriamente de um JRPG, cujos elementos básicos parecem apenas existir para servir a primeira vertente, e vai certamente agradar mais aos que procuram uma experiência dentro dos moldes de quem adora caçar monstros.

6 / 10

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Sobre o Autor
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Bruno Galvão

Redator

O Bruno tem um gosto requintado. Para ele os videojogos são mais que um entretenimento e gosta de discutir sobre formas e arte. Para além disso consome tudo que seja Japonês, principalmente JRPG. Nós só agradecemos.
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