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Silent Hill Origins

Riverside Motel

Antes que se questionem acerca de o nome deste jogo vos parecer familiar, eu informo. Passados escassos meses do seu lançamento para a PSP, a Konami disponibiliza agora uma versão de Silent Hill: Origins para PlayStation 2. Com tudo o que isso traz de limitador, infelizmente. O aspecto visual sofreu consideravelmente na passagem de uma plataforma para outra.

Mas se esta versão do jogo desaponta no campo gráfico e visual - algo que incomoda pois atrapalha os esforços que se fazem no sentido de estabelecer uma certa atmosfera - a componente sonora é de exaltar. Tal como já é hábito em Silent Hill, o trabalho de Akira Yamaoka é fulcral na forma como acompanha tudo o que se passa com uma melancolia sincera, transmitindo um verdadeiro sentimento de assombro. E, como seria de esperar, a componente sonora apenas tem a ganhar com a passagem dos altifalantes da consola portátil para as potencialidades de um sistema de som mais competente.

Este jogo tenta, em parte, explicar de que forma a cidade de Silent Hill veio a tornar-se um local degenerado ou, simplificando, malévolo, antecedendo os primeiros jogos da saga (daí o seu título). Como seria de esperar, isto gera um retorno ao tipo de situações e locais que povoavam os primeiros dois jogos da saga.

Travis Grady é um camionista que, estando de passagem pela cidade de Silent Hill, presencia a entrada de uma rapariga numa casa em chamas. A sua decisão de ir salvar a jovem e aquilo que se segue servem apenas como móbil para situar Travis na cidade. O jogo em si implica explorar os locais que compõem a cidade em busca de respostas, no tipo de experiência que é habitual aos jogos da saga. Também já um hábito, o personagem principal do jogo anda entre um mundo que sabe como seu, e um outro, mais absurdo e “alternativo”, não só por tudo aquilo que costuma mostrar, mas também por aquilo que contém.

Ainda assim, enquanto que anteriormente essas transições entre mundos ocorriam durante o normal decorrer do jogo, aqui Travis pode utilizar um espelho para alternar entre as duas “realidades” à sua vontade. Isto permitiu introduzir alguns desafios que requerem uma interpretação critica das diferenças entre os dois mundos. Claro que por vezes isso se resume a levar um objecto de uma realidade para outra, mas algumas outras ideias geram puzzles interessantes. Ainda é complicado evitar reagir à primeira aparição de alguns dos monstros recorrentes de Silent Hill, é certo, mas a grande aptidão de Travis para os combater contribui em muito para eliminar a tensão que se desejaria ver criada.

De volta a Silent Hill

Não só Travis pode partir para a pancadaria, ou seja, espancar os monstros enquanto desarmado - algo que quebra a sensação de inépcia habitual nestes jogos - é-nos também dada a possibilidade de utilizar vários objectos comuns como armas ou mesmo armas de fogo. E não apenas esta ou aquela pistola para utilizar quando é mesmo necessário. Conforme avançamos no jogo, as armas à disposição vão seguindo uma evolução constante; já para não falar que, também devido à quantidade de armas (de fogo ou não) à disposição, não é complicado acumular um largo inventário de objectos com os quais rapidamente eliminar os inimigos que se nos oponham. Também são de referir os sistema de combate e os controlos que são demasiado antiquados. Mesmo que o sejam por vontade própria e referência a jogos anteriores.

Dito tudo isto, não é de negar que o jogo tem alguns pontos altos; por exemplo, toda a interacção com o carniceiro (cuja presença vai sendo confirmada muito antes da sua aparição) ou os embates com bosses cujas características essenciais se resumem a “grandes e disformes”. Mas ao mesmo tempo também tem limitações que são complicadas de ignorar, nomeadamente longas sequências (e respectivas animações) que apenas podem ser apelidadas de pouco trabalhadas. Essencialmente, este é um jogo que pega naquilo que já existia nos títulos anteriores e se recusa a adicionar-lhe algo de relevante. A versão do jogo para a portátil é a melhor opção. Mas, caso não possam usufruir dela, a versão para PlayStation 2 serve. Já o jogo apelará essencialmente aos fãs do género e especialmente aos fãs de Silent Hill, que poderão melhor apreciar a forma como Silent Hill: Origins está ligado aos títulos anteriores.

6 / 10

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