Skip to main content
Se clicares num link e fizeres uma compra, poderemos receber uma pequena comissão. Lê a nossa política editorial.

Prototype

Arma de destruição em massa!

Não tarda muito tempo até perceberem que Alex Mercer é uma figura única. Não chega trepar pelos prédios, saltar a centenas de metros de altitude e adquirir um certo equilíbrio nos trajectos aéreos. Para lá destas técnicas agradáveis e de grande facilidade de execução, ele tem a capacidade de absorver os humanos (simples transeuntes, militares ou criaturas infectadas), colhendo as memórias, biomassa e dotes profissionais que lhes estejam associados, podendo à custa destes assinaláveis atributos desempenhar as missões de uma forma altamente distinta. Nalgumas missões os jogadores serão convidados a infiltrar-se numa base militar. Perante esse desafio sobram duas hipóteses: entrar de rompante sem disfarce, abrindo um violento e combate desigual de um contra todos ou então escolhendo uma farda de soldado, absorver o comandante que tem a chave de acesso ao interior da base, e aceder à mesma sem activar o disparo dos alarmes. Nalgumas situações até poderão sabotar estes aparelhos premindo acertadamente uma sequência rápida de botões.

Dentro de uma base militar ou diante da proximidade dos soldados, numa postura assumidamente de espionagem, é primordial dar pouco nas vistas a fim de acabar a missão de um modo mais eficaz, impedindo assim que Alex Mercer seja reconhecido. Diante de um sistema de alerta, um medidor permite gerir o “timming” até que seja dado o alerta de intruso. Nesse caso as tropas reconhecem e alvejam incessantemente o protagonista, pelo que de pouco serve manter o disfarce. A partir deste instante é preferível usar e abusar dos poderes disponíveis para derrotar as tropas. Mas a capacidade de absorção permite ainda o controlo de tanques de guerra e helicópteros, desde que se tenha recolhido a experiência nas mãos dos soldados específicos, embora sejam facilmente identificados. Para além disso Mercer poderá utilizar metralhadoras e lança rockets abandonados pelo exército.

Quando dominados os poderes do protagonista, acedíveis e programados a partir de um menu de fácil acesso ( a acção entra em câmara lenta nesse período) que levam Mercer a usar uma espada de grandes proporções, braços transformados em martelos e correntes de metal e tendo as restantes características de velocidade e salto melhoradas, as hipóteses para aniquilar o exército são imensas e forma-se todo um naipe de opções, que em conjugação com uma animação muito lesta e desenvolta gera momentos de extrema intensidade. E quão melhor o jogador perceber e dominar as técnicas de combate, mais espantosos são os resultados. Tomem o seguinte exemplo: Mercer abandona o tanque de guerra, trepa por um edifício e lança-se no ar atirando um braço com corrente na direcção de um helicóptero, envolvendo-o e arrastando-o consigo para baixo de modo a desfazer-se no embate contra o solo. Para múltiplos e mais complexos inimigos é possível aplicar em momentos específicos do combate um golpe devastador, reproduzido sob uma perspectiva bastante cinematográfica.

Aparentemente o consumo de humanos é algo doloroso para Alex Mercer.

O desafio maior, à medida que se avolumam as missões e se aproxima a derradeira missão acaba por a rentabilidade de todo o potencial de ataques e características de confronto que a personagem pode aplicar, até porque muito embora pareça imbatível os produtores conseguiram tornar certos confrontos equilibrados e até exigentes. E nem tudo fica perdido para Mercer. Para assegurar a sobrevivência nos mais nefastos confrontos sobra sempre uma oportunidade para absorver criaturas mais poderosas e recuperar parte da energia perdida.

Contudo e ao longo do jogo acaba por se verificar uma série de missões muito repetitivas e similares na execução. Sem que não sobrem notáveis propostas, como o tanque que deve ser escoltado até um destino predefinido e a utilização do helicóptero para evacuar um conjunto de tropas e levá-las até à proximidade de um ninho infectado. Mas na esmagadora maioria o jogador fica adstrito a levar Alex Mercer do ponto A a B e travar um derradeiro combate, tendo, porém, que atravessar alguns checkpoints. Felizmente e no caso de perderem a vida, poderão retomar o jogo a partir do último ponto de controlo que alcançaram a meio da missão.

Num jogo que acaba por viver mais dos objectivos a completar e do sistema de combate bastante desenvolto e pleno de recursos, a narrativa nem sempre gera a melhor adesão. Entre as missões os autores de Prototype incluíram cenas animadas, mas que na maioria revelam pouco de fascinante. O exemplo mais recorrente é o seguinte: Alex Mercer volta ao refúgio da irmã, revela os detalhes da operação anterior e de seguida é-lhe proposto mais um desafio como ir ao local Y recolher uma amostra de vírus. Depois de a obter deve descarregá-la na criatura infectada algures e assim sucessivamente.

Os helicópteros podem ser capturados em pleno voo. Basta um salto na direcção da porta do piloto.

Por outro lado a variedade dos cenários deixa muito a desejar. Tirando o parque central e as marginais, as restantes avenidas são permanentes fotocópias. Não deixa, porém, de ser interessante observar as zonas infectadas com um tonalidade mais avermelhada, sendo notório a total desordem à custa de impressionantes criaturas que varrem as ruas, bandos de corvos no céu e uma transição convincente entre as secções protegidas pelos militares e as áreas infectadas.

No fim, voltarão ao ponto que serviu de partida. É interessante nessa fase fazer uma retrospectiva e avaliarem as duas últimas semanas da “vida” de Alex Mercer, entre as aptidões desenvolvidas e como aquela figura se tornou numa máquina demolidora e mais expedita na movimentação. Atravessar a cidade ficou mais agradável e as missões podem ser abordadas sob diferentes prismas, ainda que os objectivos sejam algo rotineiros e técnicos.

Pela aventura principal são quase dez horas de jogo garantidas, sendo acrescentado mais tempo à custa dos objectivos opcionais. Bastante meritório, Prototype tem ainda a mais valia de um sistema de combate aliciante pelas diferentes habilidades e formas que podem ser assumidas pelo protagonista. Sem grande riqueza gráfica, pega valor pela boa animação, intocável (salvo umas quedas esporádicas da frame-rate) mesmo quando as personagens ao redor podem ser contadas às dezenas com todo o festim de explosões provocado pelos lança rockets e helicópteros.

8 / 10

Sign in and unlock a world of features

Get access to commenting, newsletters, and more!

Descobre como realizamos as nossas análises, lendo a nossa política de análises.

In this article

Prototype

PS3, Xbox 360, PC

Related topics
Sobre o Autor
Vítor Alexandre avatar

Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
Comentários