Gran Turismo

É impossível falar de Gran Turismo PSP sem referir os gráficos do jogo, absolutamente incríveis tendo em conta as limitações da portátil. O título conta com uns impressionantes 800(!) veículos disponíveis para serem jogados, que vão desde carros vulgares, como o Volkswagen Polo, passando pelas grandes máquinas do calibre do Bugatti Veyron, sem nunca esquecer os clássicos como o Corvette Stingray, todos eles bastante bem recriados. As pistas também enchem os olhos a qualquer amante de automobilismo. Os percursos disponíveis transitaram dos jogos anteriores, não havendo neste campo nenhuma novidade. No entanto, é possível correr em locais emblemáticos da série, como a bastante técnica Nürburgring, na rápida High Speed Ring e ainda em percursos de rally, tanto os de terra como neve, com o Grand Canyon a destacar-se por testar a nossa perícia. Todas elas apresentam um aspecto extraordinário, e nem os planos de fundo, como as árvores ou montanhas foram removidas. O melhor de tudo é que a fluidez de jogo não ficou comprometida devido a isso, correndo a uns constantes 60 frames por segundo.

Algo que transitou dos outros jogos da franquia é a física dos veículos, que se mantém bastante fiel aos congéneres da vida real. Desta forma, a performance de um carro numa pista não foge muito ao que é possível atingir fora do mundo virtual. Os controlos do jogo também não sofreram grandes alterações, à excepção dos botões para introduzir e reduzir as mudanças, sendo agora utilizados os botões “cima” e “baixo”.

No que toca ao modo para um jogador, podemos ainda correr em qualquer uma das 35 pistas (ao qual se juntam as versões em sentido contrário) no modo contra-relógio, para bater os nossos tempos recorde, “drift”, que nos dá a oportunidade de “rasgar” as curvas a alta velocidade enquanto ganhamos pontos, e ainda o modo de corrida normal contra 3 carros controlados pelo CPU. É principalmente aqui que é possível aumentar a longevidade de Gran Turismo PSP, mas só os verdadeiros amantes da série é que vão passar mais do que algumas horas nesta secção, até porque não existe um modo de “tuning” competente e os adversários não são tão competitivos como seria de esperar.

Uma das restrições do título, cuja implementação não percebemos de todo, é o facto de o concessionário só ter quatro marcas de automóveis disponíveis em cada dia do jogo. Isto quer dizer que, mesmo que façamos uma corrida para estas rodarem, nunca sabemos que stands nos irão aparecer. Desta forma, nem podemos comprar os carros que queremos, pois quando lá formos para os adquirir já não se encontram disponíveis para consulta, e não podemos ver todos os bólides disponíveis. Assim sendo, ou temos de espreitar os automóveis disponíveis cada vez que terminamos um evento, ou então, e bastante mais provável, fartamo-nos desta mecânica e deixamos o jogo a um canto.

A componente multijogador também não foi aproveitada da melhor maneira. É possível defrontar 3 jogadores, mas para isso estes têm de ter uma cópia do jogo e, obviamente, de estarem todos juntos, não havendo uma verdadeira componente online. Os modos disponíveis, no entanto, prometem fazer as delícias dos jogadores, já que colocam de parte o facto de alguns já serem mais experientes. Isto porque, além do modo de corrida normal, existe a possibilidade de dar um avanço aos jogadores menos habituados a estas andanças ou dar-lhes carros mais potentes, tornando estes eventos mais equilibrados. Além disso, é possível dar, receber e ainda trocar carros com os amigos, como se de uma colecção de cromos se tratasse.