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Dragon Ball Z Infinite World

Não percam o próximo episódio, porque nós...

Já ninguém me tira da cabeça que a Dimps, produtora do jogo, secou a sua fonte mágica das ideias. Dragon Ball já não é um jogo feito para agradar ao consumidor, mas sim um jogo que tem que ser feito. Tornou-se obrigatória a reciclagem anual de novos títulos da série e assim continuará a ser enquanto a “laranja” não estar completamente espremida. Felizmente, Infinite World não é uma trilogia, talvez porque a Playstation 2 começa a enfrentar o seu ciclo final de vida e os criadores simplesmente decidiram que não valia a aposta. Não fosse isso e, para o ano, lá teríamos Infinite World 2 com mais meia dúzia de personagens e uma nova saga já mais que batida.

Ao longo dos últimos anos temos assistido a diversas organizações distintas no que toca ao modo aventura de DBZ. Umas mais artesanais que outras mas, opinião pessoal, a que mais gostei foi a de Budokai 3, já lançado há cerca de 4 anos. Na altura o dito modo consistia em voar pelo mundo fora em busca de missões que, naturalmente, seguiam uma linhagem de acontecimentos baseada na série televisiva. De uma forma não muito complexa, o jogador era facilmente atraído a participar nesta aventura – coisa que não acontece em Infinite World. Desta vez, num modo denominado Dragon Mission, as missões são escolhidas através de um mundo plano onde um pequeno Son Goku vagueia em busca da próxima missão. Sim, o jogo segue a ordem natural de acontecimentos, mas tudo acontece de uma forma que dá a ideia de ser demasiado abrupta, na qual existem demasiados acontecimentos não mencionados.

Mas, por outro lado, não posso deixar de salientar outro tipo de acontecimentos como a morte de Son Goku ou o seu treino na nave aquando da ida para Namek, que são apresentados ao jogador em forma de mini-jogos. Nestas alturas é possível controlar Son Goku numa perspectiva mais pessoal, correndo para apanhar o macaco de Kaibe ou destruindo blocos de betão. Estes mini-jogos são por vezes aborrecidos mas, de certa forma, até conseguem ser alusivos em relação aos diversos momentos a que se referem. Mais uma vez, Infinite World contém também as aventuras até à série GT, apresentado grande partes das personagens apresentadas na dita série.

Dragon Mission é o novo modo aventura e este é o seu menu principal.

Visualmente não há muito a apontar pois, embora dotado, não há nada de novo – os mesmos efeitos, as mesmas personagens, os mesmos ambientes, as mesmas guerras, os mesmos inimigos… E assim termina o legado de Goku e companhia na PS2, exactamente da mesma forma como começou. O sistema de combate volta às origens, mas não na sua totalidade. Por um lado a câmara volta a ser posicionada na horizontal, como na generalidade dos Beat’em’Ups (e tal como acontecia em Budokai). Mas, por outro lado, a jogabilidade em si é uma mistura daquilo que já vimos em todos os outros jogos. Existem novas perspectivas de visão nos ataques especiais, que voltam agora a basear-se na percepção e esmagamento de teclas. Algo que também estranhei foram os exacerbados níveis de dificuldade pois em certas batalhas, mesmo a jogar em Super Fácil, o jogo parece extremamente inacessível.

Dito isto, torna-se crucial realçar que tudo o que parece novo em Infinite World tem uma grande probabilidade de não o ser. Quase tudo o que cá está já foi antes visto, adorado e até detestado. As personagens voltam agora a ser máquinas de Xuning como em Budokai 3, onde todo e qualquer poder tem que ser equipado no inventário da personagem. Como de costume, existe ainda o modo treino e Combate Livre contra o computador ou adversários reais.

Tudo isto só denota a enorme escassez de ideias que assombra este franchise. Como fã de Dragon Ball que sou, só posso dizer que este jogo não me aquece nem arrefece pois simplesmente já vi isto antes. Infinite World só pode ser aconselhado a quem nunca jogou Dragon Ball pois no fundo esta versão é um pouco de todas as outras, sem ser nenhuma delas. É triste chegar a uma altura destas e ver que esta série não consegue dar um passo em frente em qualquer que seja a sua versão. No fundo Infinite World é um jogo sem identidade - os recursos são sempre os mesmos e esta fórmula já está demasiado gasta.

4 / 10

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Sobre o Autor
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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.
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