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Standard Definition (SDTV): A geração perdida

Será que os produtores e construtores de plataformas negligenciaram a maioria dos seus consumidores base?

Em seguida, uma análise de Killzone 2, e com ela uma nova adição ao gráfico. Tal como anteriormente, a linha verde representa o HD, o azul os 480p. No entanto, uma nova linha laranja foi introduzida para representar o PAL50 (embora talvez uma linha castanha fosse a mais adequada), bem como o contador de frame-rate para esta linha no topo-central. O significado disto é que o PAL50 é obrigatório em todos os jogos para a jogabilidade em SD e em todas as PS3s europeias. Não tens remédio senão deixares que corra numa qualidade inferior de 50Hz, a não ser que gastes dinheiro numa TVHD.

O jogo versão europeia de Killzone 2 funciona numa resolução SD em qualquer PS3, mesmo que apenas possa correr em PAL50 nas consolas europeias. Aqui a linha laranja e o contador central de frame-rate media o desempenho do PAL50. Aviso: spoilers da história na segunda parte do vídeo.

Em suma, se fores dono de uma PS3 europeia e jogares Killzone 2 numa SDTV, estarás a perder cerca de 17 por cento do frame-rate devido à falta de apoio de PAL60 no hardware da PS3. O jogo em si não é mais lento, como tal (como frequentemente era o caso na época da Megadrive/SNES), notas que corre efectivamente a uns 25fps constantes, enquanto que as versões a 60Hz podem ser um pouco mais variáveis. Mas Killzone 2 é já de si um pouco laggy no seu sistema de controlo, e isto tem impacto ainda mais na sensação do jogo. Embora haja um aumento de 17 por cento na resolução, isto é muito menos perceptível do que o acréscimo de lentidão nos controlos. Evidentemente, o mesmo problema aparecerá em qualquer jogo Xbox 360 que corra em PAL50, mas a diferença é óbvia: dentro dos meus melhores conhecimentos, todos os jogos Xbox 360 são a PAL60 e a grande maioria das SDTV funcionam a PAL60, tornando-se assim um problema muito menor.

480p vs. 576p. Usando o mesmo algoritmo de redimensionamento como tantos LCD e plasmas, aqui podes ver quanto detalhe é resolvido entre os dois formatos SD. O pequeno aumento de detalhe no ecrã a 576p realmente não compensam os adicionais comandos lentos.

Mais dois outros testes sobre a PS3, e mais dois conjuntos de resultados intrigantes. O Grand Theft Auto IV, versão PS3, poderia aguentar com os restantes frame-rates, mas está limitado a 25fps no máximo, e a mesma coisa com Far Cry 2, embora a captação dos frames tenham um efeito colateral intrigante e positivo. O screen-tear irritante foi encontrado no jogo, mas ausente em todos os clipes de testes. O frame-rate havia sido abrandado para um "local porreiro" onde o jogo parece fazer eficazmente sozinho o v-sync. Mas em todos os casos, enquanto o frame-rate era mais sustentado, a resposta do controlo foi menos satisfatória. Alguns novos frames no ecrã significa mais tempo antes que os teus comandos no controlo sejam registados.

Tudo isto suscita a questão - o que está a travar aos produtores o apoio tanto ao "clássico" PAL 50 e de longe o preferível modo 60Hz? Para colocar toda a estrutura de dados em vários discos de jogo, uma grande parte do tempo resume-se a esses vídeos cinemáticos pré-renderizados. Compatibilidade de stream a 60Hz é obrigatório, a fim de apoiar os modos de alta definição, mas para PAL50 significa que outros filmes têm de ser renderizados, e que não corram horrivelmente. Isso come o espaço em disco - algo que não está em grande quantidade na Xbox 360. Não deveria ser um problema para a PS3, no entanto, onde a maioria dos lançamentos que vi caberiam num DVD de dupla camada, deixando a maioria do espaço do Blu-ray vazio.

Isso explica por que uma tonelada de lançamentos de jogos na Xbox 360 só funcionam em PAL60, incluindo os jogos da Epic, Gears of War: simplesmente não há espaço para incluir suporte para uma ínfima minoria de ecrãs. Não é o ideal, mas na minha opinião, fazem o melhor dentro de uma complexa e difícil situação, em que alguém, algures, irá sempre perder. Na PS3, as coisas não são tão claras. Jogos como Far Cry 2 e Grand Theft Auto IV têm poucas, se alguma, sequências de vídeo in-game, como tal, os lançamentos europeus ainda estão a PAL50, numa resolução a SD, assim como a própria consola. Mesmo que a Sony actualize o firmware para permitir 60Hz, os jogos ainda precisam de ser corrigidos, e também, sejamos honestos, isso não vai acontecer.

Então a questão é, o que mais podem os construtores das plataformas e editores fazer para tornar a experiência nas SD melhor, pois parece ser a maioria dos seus clientes? E o que mais eles podem fazer para conseguirem que mais pessoas se mudem para a alta definição? No caso da Microsoft, é difícil fazer qualquer sugestão: PAL60 já está lá dentro, oferecendo - na sua maior parte - um desempenho do jogo idêntico aos utilizadores de uma HDTV, apenas com uma pequena perda de resolução e as hipóteses de incompatibilidades, se estiveres a utilizar uma TV muito antiga. Não é apenas isso, pois a empresa oferece aquilo que é essencialmente de uma única forma possível de conseguir com que o jogador actualize para uma HD. As chances são de que uma tonelada dessas Xbox 360 em todo o mundo ligadas a ecrãs SDTV nos quartos e escritórios, podem tão facilmente ser ligadas num monitor de PC. A Microsoft oferece um completo suporte para VGA e qualquer ecrã DVI que possas mencionar tem suporte para resolução nativa e pronta para arrancar.

Com toda a honestidade, a PlayStation 3 está um pouco confusa e olhando para os aspectos práticos, é improvável que os que jogam em SD virão a sua situação resolvida. A falta de apoio ao PAL60, significa que os utilizadores de SDTVs estão a jogar, na maioria dos casos, numa renderização sub-óptima dos jogos. Certamente a Guerrilla Games não tinha a intenção de colocar o Killzone 2 a uns constante 25fps, onde implica uma lag adicional no comando, mas isso é o que está a acontecer, e os produtores estão com as mãos atadas. Se a distribuição de HDTV nos proprietários de uma PS3 reflecte os da 360, isso significa realmente que a maioria dos clientes europeus da SCEE estão a ser injustiçados. Não há nada que possa bloquear a Sony de acrescentar a compatibilidade de 480p e PAL60 na consola, eles apenas decidiram não fazer - talvez não seja surpreendente para uma empresa que ainda insiste obstinadamente nas capacidades do 50Hz, e o mesmo acontece na maior parte das suas câmaras HD de filmar (!). E mesmo que actualizem o firmware, iriam abrir um buraco de vermes, devido aos jogos que não funcionam no modo PAL60 sem um patch.

Mais que isso, esta política envia uma chave de fendas contra a louvável credencial de região livre da PS3, para além do verdadeiro problema dos DLC com região bloqueada. Um proprietário de uma PS3 dos EUA, que compre um jogo barato no Reino Unido e leva-o para os EUA, bem poderá o achar não jogável se apenas tiver uma SDTV. Dois dos jogos que eu testei (GTAIV e Far Cry 2) não iriam funcionar, considerando que Killzone 2 e Call of Duty: World at War conseguiam. Os donos de uma PS3 europeia, que compram jogos em territórios NTSC, poderão ter o mesmo inconveniente.

É também claro, que a Sony poderia fazer mais para incentivar uma aceitação mais ampla do HD, de acordo com as linhas que a Microsoft tem tomado. Em teoria, não há nada que trave o velho cabo VGA da PS2 (empacotados no kit Linux) de ser relançado com pleno apoio à PS3, mesmo que a falta de compatibilidade do hardware em termos redimensionamento limite o suporte da resolução. Também nada proíbe a Sony de desactivar a sua codificação digital na jogabilidade, abrindo uma nova oportunidade para uma grande gama de ecrãs DVI puderem subitamente trabalhar com a PS3 apenas com um simples cabo HDMI/DVI. Embora esta codificação do HDCP é politicamente importante para proteger a fonte dos Blu-ray (para todo o bem que é feito), onde está o perigo de expor a saída digital dos jogos na PS3?

Globalmente, a bomba sobre as SDTV de Mark Rein ensina os programadores, editores e detentores das plataformas algumas lições importantes. Embora o HD pode e deverá ser o padrão, os jogadores em SDTV não podem ser excluídos por dizer-lhes para irem dar uma volta e comprar um novo monitor. Simplesmente existem muitos, e como tal, esta parte do público é importante demais para serem ignorados e existe um forte argumento que sugere que talvez eles mereçam um pouco de amor em forma de uma frame-rate mais suave e controlos com maior resposta. A falta de proliferação das HDTVs também traz à atenção o ponto onde simplesmente não existe sentido de ir empurrando o envelope para qualquer outro técnico. É sugerido fortemente que não há necessidade de qualquer outra próxima geração de consolas ainda durante vários anos, o que significa que existe uma clara oportunidade para o PC estabelecer-se mais uma vez como o guarda da fronteira dos super jogos.

E quando as novas consolas começarem a emergir, aí tem que existir claramente um maior enfoque e um melhor compromisso para com os jogadores que têm ecrãs mais antigos, porque apesar do seu número poder ser reduzido, posso prever que ainda sejam uma parte muito significativa de utilizadores. Sendo esse o caso, não deveríamos estar a ver situações embaraçosas como os textos Dead Rising e Banjo-Kazooie: Nuts & Bolts difíceis de ler. E sim, isso significa que as funcionalidades do PAL50 e PAL60 deveriam ser obrigatórias para todos os modos HD. Quero dizer, se a Wii consegue fazer isso, não há realmente nenhuma desculpa para que ela não seja totalmente suportada em qualquer consola.

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Sobre o Autor
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Richard Leadbetter

Technology Editor, Digital Foundry

Rich has been a games journalist since the days of 16-bit and specialises in technical analysis. He's commonly known around Eurogamer as the Blacksmith of the Future.
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