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Days Gone review (PC) - A derradeira versão

Aperfeiçoado com o poder do PC.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Aprimorado para PC, esta é uma das melhores apostas em jogos de mundo aberto. Uma jornada que nos prende até ao fim.

A lista de exclusivos PlayStation dos estúdios internos Sony continua a alargar-se no PC, e neste momento é Days Gone que faz a sua entrada. Têm sido muito debatidas as possíveis estratégias da gigante nipónica em transportar alguns dos seus grandes títulos até esta plataforma. Muitas são as conjeturas, mas a mais aproximada poderá sustentar-se no propósito de fazer chegar grandes propriedades intelectuais a um público mais abrangente e dessa forma dar a conhecer o imenso catálogo que possui, colocando uma razão plausível à transição para o ecossistema PlayStation em sintonia com o tão específico universo que é a plataforma de jogos PC.

Days Gone chega depois da entrada de Horizon: Zero Dawn, já na segunda metade de 2020, que eu próprio analisei na altura. A tarefa de conduzir para PC o jogo da Guerrilla Games foi bem mais exigente e conturbada, muito devido às especificidades do motor que utilizava. Com Days Gone tudo parece ter corrido sobre rodas para a Bend Studio, e acima de tudo, sem muito esforço. Aquando do lançamento da PlayStation 5 este passa a correr a 60fps na nova máquina da Sony sem qualquer problema, com apenas uma atualização foi removido o bloqueio a 30fps do original PlayStation 4. Foi assim colocada a primeira pedra na construção da versão PC que certamente já estaria a ser projetada.

Cover image for YouTube videoDays Gone Gameplay PC

Para quem não sabe nada sobre o lançamento original na PS4 no final de abril de 2019, convido a lerem a nossa análise escrita por Jorge Loureiro. Na altura, a nova propriedade intelectual da Sony foi muito julgada pelos problemas técnicos associados à jogabilidade, problemas de performance e até bugs não muito comuns em títulos sobre a alçada da Sony. Mas a Bend Studio não descansou até que estivesse praticamente imaculado, culminando com um trabalho quase exemplar na sua estreia na nova PlayStation 5. Mas obviamente, não quero com isso absolver o lançamento atribulado que muito contribuiu para a sua receção menos positiva, apenas realço que não se resignaram e deram tudo para o tornar numa experiência condigna.

Sem alargar muito a narrativa que move todo o universo em Days Gone, e como já referi, temos a análise original que aborda esse elemento fundamental numa aposta deste género. Sintetizando, é abordada a já desgastada temática relacionada com epidemias que dizimam quase por completo a humanidade, transformando os infetados em monstros canibais. É de fácil aceitação e idealização, com exagerada exploração pelo meio em questão, em demasia digo eu. Somos Deacon St. John, um motoqueiro que luta contra fantasmas do seu passado. Deambulamos por um mundo desequilibrado e desprovido de moral, onde os acontecimentos dão uma nova razão à sua existência e criam um propósito.

"As mecânicas conquistaram-me quando joguei na PS4, rendido na PS5, e deliciei-me agora no PC"

As bases de toda a nossa estadia num mundo aberto vivo com uma avassaladora quantidade de objetivos, é formatado através das bases elementares do género. Desbloquear zonas, ajudar pessoas, eliminar infetados / Freakers, adquirir habilidades e desenvolver a nossa mota com upgrades. Um sistema que resulta bem, muito aperfeiçoado e equilibrado, que nos dá ferramentas fantásticas para abordar as mais difíceis tarefas, como por exemplo eliminar as hordas de Freakers. As mecânicas conquistaram-me quando joguei na PS4, rendido na PS5, e deliciei-me agora no PC.

Existe uma fantástica criação de um mundo decadente em constante evolução, com lutas diárias pela sobrevivência, conjugada com mecânicas elaboradas de forma a tirarmos partido dos recursos existentes para a criação de instrumentos que nos dão a capacidade de enfrentar as adversidades. Estes mecanismos aliados a uma narrativa convincente, com personagens marcantes e repletas de um passado doloroso, conferem uma estrutura única que prende o jogador por horas a fio, sem que este dê pelo tempo passar.

Resolução ultrawide permite imagens como esta.

A PlayStation 5 é uma máquina fabulosa, mas o PC está num patamar inalcançável para as consolas. Seja nas capacidades de desempenho, possibilidade de se jogar com a resolução que queremos, com mais de 100 fotogramas por segundo (joguei numa Nvidia RTX 3080). Esta versão possui muitas melhorias visuais e performance. Temos texturas mais detalhadas e de superior resolução, uma limpeza e definição na imagem que não é conseguida na PS5, e claro, a possibilidade de o jogar num monitor ultrawide 21:9. Já tinha referido o que esta perspetiva panorâmica fez em Horizon: Zero Dawn, e em Days Gone o impacto é similar. Só jogando em 21:9 é que se pode sentir o que o nosso cérebro recebe através dessa extra visão periférica.

As opções visuais são imensas, podemos configurar imensos parâmetros que alteram de forma evidente a qualidade do grafismo. Desta forma conseguimos ajustar com eficiência todos esses critérios às capacidades do computador que cada um utiliza. Apenas lamento a ausência da tecnologia DLSS da Nvidia, não implementação de Ray Tracing, e também seria muito bem-vindo o FidelityFX CAS da AMD para dar um toque final de extra sharpening. Estas ausências certamente que dariam muito mais trabalho à Bend Studio, coisa que não deve abundar para aquelas paragens. Em termos de jogabilidade, é a mesma encontrada na versão das consolas, mas nota-se uma importante redução do input lag nos controlos, um dos problemas apontados ao original. Jogar agora de comando é bem mais eficiente, e não senti vantagem quando experimentei jogar de rato e teclado, este tipo de jogo é para ser apreciado bem relaxado na nossa cadeira predileta.

"Nota-se uma importante redução do input lag nos controlos, um dos problemas apontados ao original."

Todo o trabalho de bastidores realizado nos meses subsequentes ao lançamento na PS4, e a preparação para a chegada da PS5, ajudou ao que é alcançado na versão para computador pessoal. Days Gone PC é como deveria ter sido em 2019, sem erros que quebrem a atmosfera e envolvência, desprovido de problemas de desempenho. É desta forma traçado um caminho sem tumultos até ao PC através de uma transição quase irrepreensível. Quem nunca o experimentou e possui um computador capaz de o correr sem sobressaltos, tem aqui uma grande aventura pós-apocalíptica desprovida dos tropeções frequentes de muitos videojogos quando são lançados.

Cover image for YouTube videoDays Gone - RTX 3080 PC ultrawide gameplay 4K

"Days Gone PC é como deveria ter sido em 2019, sem erros que quebrem a atmosfera e envolvência"

Days Gone é neste momento uma das melhores apostas de jogos em mundo aberto. É uma jornada com dezenas de horas onde a narrativa nos prende até ao final. Mesmo após a sua conclusão, temos a possibilidade de nos deleitar nos desafios extra, que são fabulosos. Temos hordas de infetados para combater, campos inimigos a eliminar, corridas de mota, e tudo muito personalizado através de uma combinação de habilidades desbloqueáveis que dão benefícios específicos importantes para cada desafio. Querem mais?

Infelizmente, a história de Deacon St. John não continuará. É com lamento que acompanhei as notícias relacionadas com o cancelamento de uma continuação, Days Gone 2 estava na minha lista de desejos para os próximos anos, mas infelizmente a Sony não entendeu que seria um projeto a ter em conta. Mesmo assim os fãs tentam de tudo, até um abaixo-assinado foi criado na tentativa de demover a detentora dos direitos. Quem sabe isso venha a acontecer, mas neste momento temos esta fantástica conversão para PC que não podem deixar de a jogar. Recomendo de olhos fechados.

Prós: Contras:
  • Muito polido
  • Permite jogar em ultrawide
  • Boa performance
  • Significativa melhoria do input lag
  • Um mundo enorme a descobrir
  • Enorme vontade de jogar uma sequela
  • Nvidia DLSS ausente
  • Não possui Ray Tracing
  • Days Gone 2 não vai existir

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Days Gone

PS4, PC

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Adolfo Soares

Director

É o nosso homem do PC, por isso qualquer coisa é com ele. É também responsável pelo Eurogamer, bem como dá uma perna nas notícias.

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