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Asus ROG Zephyrus Duo 15 review: visões do futuro

Testámos o portátil gaming de €3999 com dois ecrãs 4K.

Os ecrãs duplos estão a ter um momento. Com legiões de antigos funcionários de escritórios agora abrigados confortavelmente numa mesa de cozinha, os ecrãs secundários portáteis de ligação USB e monitores gaming têm tido grandes aumentos de popularidade. Afinal de contas, existe uma grande diferença entre o que é confortável e conveniente para uma hora ou duas, e um setup adequado para oito horas de trabalho. Contudo, existe uma alternativa aos ecrãs secundários: um portátil ultra-premium que incorpora um segundo ecrã no chassis inferior, dando-te a experiência de duplo ecrã num único dispositivo. A Asus introduziu o conceito com o Zenbook Pro Duo do ano passado, mas agora estamos a olhar para a próxima iteração: o ROG Zephyrus Duo para gaming.

Cinco meses depois do primeiro contacto com este portátil, tive a oportunidade de testar este portátil ultra-premium de dois ecrãs no conforto da minha própria casa durante as últimas semanas, estou contente por relatar que o Zephyrus Duo excedeu as minhas expectativas em termos de poder, portabilidade e praticidade. Todavia, ainda existem várias desvantagens que precisam de ser ultrapassadas para este portátil inovador possa receber uma recomendação total do Digital Foundry.

Em relação ao segundo ecrã: é um painel IPS de 14 polegadas com resolução de 3840x1100, ficando entre o ecrã principal de 15 polegadas que nesta unidade é de 4K e 60 Hz; um ecrã 1080p de 300Hz também está disponível. Diferente do ecrã semelhante no Zenbook, este está montado num conjunto de alavancas que o empurram para um ângulo confortável de visão de cerca de 15°, uma acção que acontece automaticamente e silenciosamente quando a tampa é aberta. Esta elevação também permite acesso à entrada de ar de 29mm debaixo do ecrã, permitindo ao poderoso CPU e GPU respirar - a nossa unidade veio com um Core i9 10980HK e uma RTX 2080 Super Max-Q, por isso vão definitivamente tirar partido de todo o fluxo de ar possível.

Tinha dito no primeiro artigo que o segundo ecrã é um feito de engenharia e que fiquei a pensar nele várias semanas depois do unboxing da unidade que a Asus emprestou. Ver o mecanismo a funcionar é profundamente satisfatório e tem um papel vital em transformar o segundo ecrã de uma gimmick cara numa funcionalidade genuinamente útil. Torna o ecrã muito mais legível, para que não tenhas que te inclinar sobre o portátil para teres um bom ângulo de visão.

Coloquei o chat no segundo ecrã enquanto fazia streaming, controlos de música enquanto trabalhava e alguns guias quando jogava títulos single-player. Foi raro encontrar um cenário em que ter pelo menos a opção de um segundo ecrã não era útil. A maior limitação que descobrir foi a altura do ecrã. Com um rácio de 31:9, acabas por precisar de rolar para baixo quando estás a navegar na web ou a ler texto. Contudo, a elevada densidade de píxeis significa que consegues dividir o ecrã em duas metades de 16:9 e ainda ficar com um resultado legível.

Embora a Asus ofereça um leque de modos específicos para o segundo ecrã, achei que eram muito desajeitados e preferi usar antes o segundo ecrã como uma prolongação do ecrã principal, com combinações chave como Win + ←/→ para mexer nas janelas.

Apreciei a função de "desactivar teclado", o que me permitiu colocar um teclado mecânico compacto em cima do portátil para melhorar a experiência de teclar (o teclado incluído não é mau, com iluminação bonita e feedback decente, mas a tecla de print screen está na fila de baixo e existe muito menos viagem do que esperado num portátil desta espessura). Também não há muito a dizer do trackpad, e a sua posição lógica mas onortodoxa à direita do teclado significa que ficarás muito melhor se ligares o teu rato de gaming favorito.

Esperemos que não sejas canhoto, porque a ligação de energia tipo barril fica precisamente onde esperavas deixar o teu rato. Excluindo esta estranheza, vais ver que o Duo está bem equipado, com uma porta USB-C Thunderbolt, duas portas USB-A e duas portas 3.5 mm dos lados, com gigabit ethernet, HDMI e mais USB-A na parte de trás. Existe uma bateria de 90Wh no interior, que aguenta cerca de seis horas de trabalho leve e perto de uma hora para gaming sem limites.

Falando de jogos, o Zephyrus Duo não é desleixado no que toca a desempenho. Registei frame-rates de 150fps em múltiplos níveis de Modern Warfare (2019) em 1080p, com settings definidos para "low" na maioria. Isto sugere que poderias dar bom uso ao painel de 1080p 300Hz se optasses por essa configuração. Se cortar nas definições não é o teu estilo, podes esperar entre 80 a 90fps com tudo no máximo em 1080p, incluindo ray-tracing.

Em Valorant, um jogo desenhado para escalar bem desde torradeiras a estações de combate, o portátil atingiu frame-rates de 170fps - impressionante, especialmente porque estava a 4K com todas as definições elevadas ao limite. Foi semelhante em CS GO, em que o portátil atingiu entre 120 a 140fps em 4K com as definições no máximo e entre 170 a 200fps com as definições no mínimo.

Estes resultados excederam as minhas expectativas, mas o Core i9 10980HK e RTX 2080 Super Max-Q na nossa unidade de testes produziram uma incrível quantidade de calor e barulho durante os jogos. As temperaturas do CPU e GPU estavam frequentemente nos picos de 80 graus, e o portátil ficou notavelmente quente ao toque - definitivamente não é recomendável para uso portátil! As ventoinhas nos lados dos chassi também expulsam imenso calor, algo que vais apreciar para manter o teu rato quente nestes frios meses de inverno.

Felizmente, fora dos jogos, o portátil não teve problemas semelhantes. Foi extremamente ágil, como esperarias dado o processador de alta gama e a configuração de armazenamento de dois SSDs NVMe em RAID0. Não trabalho regularmente com produção de vídeo, mas apostaria que esta máquina daria uma excelente estação de trabalho mobile graças à sua potência em excesso.

Portanto, em que ponto ficamos? Por um lado, o Zephyrus Duo é um kit inteligentemente desenhado; a implementação de duplo ecrã é a melhor que já vi, o seu desempenho é de primeira linha e este portátil é portátil o suficiente para ser colocado numa mochila, pesando apenas 2.5 quilos. Honestamente, se consegues usar tanto poder e o segundo ecrã, existe um argumento a seu favor - mesmo tendo em conta as falhas que encontrei neste portátil ridiculmente caro, custando entre €3999 a €4999.

Contudo, para meros mortais, creio que é um caso de esperar que esta tecnologia de duplo ecrã desça para um preço mais razoável. Pagaria mais algumas centenas de euros por um portátil com um segundo ecrã implementado, mas pagar milhares é difícil de justificar - especialmente quando tenho testado um segundo ecrã de 15.6 polegadas de 179 euros que é mais conveniente de usar e oferece um rácio completo de 16:9. Se estivesse à procura de pura potência de desempenho para editar vídeos em portátil, estaria mais inclinado para algo como o XMG Apex 15, que analisámos recentemente, e incorpora o processador Ryzen 3950X de classe desktop por cerca de 2000 euros, permanecendo mais arrefecido e silencioso.

Ainda assim, respeito o trabalho de pioneiro que a Asus está a fazer aqui e estou ansioso para ver se o conceito de ecrã duplo tornar-se-á mais refinado e acessível nos próximos anos. No aqui e agora, o Zephyrus Duo 15 é um portátil incrível que é demasiado caro para ser recomendado.

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Sobre o Autor
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Will Judd

Deputy Editor, Digital Foundry

A bizarre British-American hybrid, Will turns caffeine into technology articles through a little-known process called 'writing'. His favourite games are Counter-Strike, StarCraft and Fallout 2. Will also tweets the latest tech deals at @DealsFoundry.

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