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Alpha Protocol

Entre espiões e políticos.

O enredo é um dos melhores aspectos de Alpha Protocol. Temos poder de decisão, principalmente se queremos fazer isto e aquilo e que tipo de relações manter. Alguém poderá ser meu amigo, mas quererá sempre algo em troca, ou simplesmente mantemos o estado da relação no fio da navalha. Este aspecto faz com que existam diversas formas de encarar cada situação, sendo que cada uma tem um resultado inesperado. Houve alturas em que parecia que estava a conduzir bem a conversa, mas nem sempre é óbvio aquilo que as outras personagens querem ou aceitam, sendo que saltei logo para um confronto directo por julgar mal a pessoal. Presente está também a questão básica da ética. Matar ou não matar? Que resultado terá? Irá haver uma vingança? Irá se voltar contra mim?

Também interessante é o surgimento de flashforwards, que por sua vez nos dão flashbacks do que ocorreu, mas que no presente do jogo ainda irá ocorrer. Como o jogo vive da história é muito importante mantermos a par dos acontecimentos e não apenas saltar diálogos (podemos puxar à frente). O texto está muito bem construído, ficámos presos ao jogo pelo enredo e nas voltas que o jogo dá. Mas nem tudo são rosas.

Existem espinhos em Alpha Protocol, e dos grandes. A primeira coisa que posso dizer é que é extremamente evidente a falta de polimento do jogo. Para além dos gráficos muito datados e uma jogabilidade extremamente errada e muito presa. Alpha Protocol vive de dois picos, um enredo que nos prende e uma jogabilidade e um visual que nos retira todo o prazer de jogar. Existem certas zonas que o jogo desce a um patamar demasiado baixo para os padrões actuais. Aliás, o jogo parece que ficou parado no tempo. Para piorar ainda mais, temos um jogo que embora não seja pobre graficamente, a taxa de frames desce para valores abaixo do aceitável. Principalmente em lutas com mais de 4 soldados ao mesmo tempo.

Adepto de Portugal?

A progressão é feita de forma linear, sendo demasiado presa num conceito de que temos que carregar num botão, num local especifico para saltar ou descer plataformas. Não se compreende como um jogo que usa a acção como estandarte, obriga alguém a estar em determinada zona de um caixote para descer, e não poder descer de qualquer lado. Isto cria uma frustração enorme. Para além disso, o jogo parece não ter sido acabado, pois existe zonas em que falta determinados objectos, ou coisas simplesmente fora do contexto. Não queria deixar de dizer que acho a forma de Mike andar aninhado como uma das coisas mais cómicas que vi num videojogo. Não que isso seja em si algo de mau, mas que simplesmente parece que anda mais aos saltos do que em modo stealth.

As lutas contra os bosses são interessantes, fazendo lembrar um Metal Gear Solid, pois temos uma espécie de arena com o oponente de frente, onde faz diversas investidas pré-definidas. Podemos vencer de duas formas, ou com sorte ou se já viermos muito bem apetrechados. Se entrarmos numa zona final, e não soubermos, podemos ter que recomeçar um nível inteiro, pois se tiveres pouca "vida", nunca irás poder passar, pois não existe muita margem de manobra. Alguns poderão achar isto excelente, mas outros demasiado frustrante. Seja qual for a vossa abordagem, uma coisa é certa. Irão morrer imensas vezes.

Alpha Protocol embora seja um jogo interessante como história, peca por ser demasiado fora do tempo. Gráficos datados, jogabilidade presa e inconstante, pequenos erros de polimento final e muita coisa ainda por ser feita. Se colocarmos tudo isso de lado e assumirmos que o jogo tem esses erros e quisermos viver com eles, no final é um jogo gratificante.

7 / 10

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In this article

Alpha Protocol

PS3, Xbox 360, PC

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Sobre o Autor
Jorge Soares avatar

Jorge Soares

EG.pt Master of Puppets

Sempre ocupado e cheio de trabalho, é ele quem comanda e gere a Eurogamer Portugal. Queixa-se que raramente arranja tempo para jogar, mas quando está mesmo interessado num jogo, lá consegue arranjar uns minutos. Tem mau perder e arranja sempre alguma desculpa para a sua derrota, mas no fundo, é o que todos fazemos.

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