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50 Cent Blood on The Sand

Não há misericórdia!

O aspecto mais espantoso que 50 Cent Blood on The Sand pode causar à primeira vista é como os produtores desta nova incursão conseguem encontrar sinergias e optimismo para voltar a um título que na sua primeira versão ficou totalmente ostracizado pela crítica e sobretudo pelos jogadores, corria 2005. Num passado não muito distante, 50 Cent Bulletproof marcou assim a entrada do cantor rap e gangster norte-americano 50 Cent (Curtis James Jackson apenas para os amigos) nos videojogos. Em boa verdade, de há uns anos para cá tudo é mais ou menos possível nesta indústria e algumas editoras acreditam que qualquer vulto na área da música, cinema e outras artes pode ser sinónimo de semelhante lucro e êxito quando adaptado e reduzido a uma caixa de videojogo. A presente temporada, contudo, deixou em crise essa premissa, revelada particularmente no encerramento de algumas editoras, produtoras e nem mesmo a EA escapou a uma reestruturação interna. Enfrentando uma oferta desmesurada e perante a pressão das vendas, algumas editoras definem até novas orientações quanto à política de produção de novos jogos de modo a que a qualidade de alguns títulos nunca fique prejudicada.

À partida, este novo capítulo de 50 Cent encerra uma dinâmica bastante distinta do jogo predecessor, nem só por beneficiar do poder do motor gráfico Unreal Engine 3 (capaz de autênticas proezas), certo é que conjuga uma série de novos elementos capazes de colmatar as falhas que prejudicaram irremediavelmente o primeiro jogo.

Blood on the Sand aposta na acção rápida e frenética, por objectivos, em combates mais explosivos com muito armamento à mistura, seguindo o ritmo da câmara em terceira pessoa. A jogabilidade e toda a estrutura que lhe está associada parece ser um dos pontos fortes de BoTS. Na verdade, a movimentação da personagem e da câmara atrás dos ombros, coordenam-se com facilidade e imediatismo ao abrigo de uma fluidez bastante apreciável. A personagem usa o cenário como defesa, especialmente através da implantação de um sistema de cover e protecção perante o desbravar destemido dos adversários. E neste caso o jogo acaba por manter com frequência tiroteios com uma mecânica algo próxima de um Gears of War, na forma como é possível abordar os inimigos com fogo de cobertura e defesa estando protegido, por exemplo, através de uma parede. Alcança assim uma vertente mais táctica e de estratégia. A modelização das personagens, roupas, assim como dos cenários, denota particular cuidado, com imensos detalhes nos edifícios e conjugação de cores a preceito. Ainda assim, a representação gráfica não deixa de se destacar perante aquilo que é habitual e vulgar dar de caras num jogo de acção mediano desta geração.

Como forma de diversificar a experiência, afastando para lá o permanente corre e dispara, os produtores acrescentaram umas perseguições de veículos, geralmente Jeeps vitaminados com uma “turret” instalada na caixa para reduzir a pó e fuligem tudo o que se atravessar pelo caminho.

- My name is Fifty, motherfuc**r. Recordo que activar o modo legendas é meramente opcional.

BoTS desenrola-se de forma linear, levando o jogador a atravessar permanentemente edifícios, seus interiores, telhados e escombros, recorrendo a outros acessos geralmente identificados com setas ou outras chamadas de atenção. Ao lado de 50 Cent estará um outro camarada da G-Unit, sendo essencial para facilitar situações de maior exigibilidade do co-op quer em multiplayer, quer no jogo a solo. De resto a estrutura multijogador em modo cooperativo não aparenta distinguir-se dos demais jogos que alcançam o género. É possível entrar a qualquer altura em combate, mas não se vislumbra grande componente táctica ou de estratégia para assegurar o avanço. Gatilho colado e abertura permanente de fogo parecem ser as máximas. Perante inimigos bem próximos 50 Cent usará a sua compleição física ganhar superioridade, se bem que não há movimentos para luta a corpo, decorre tudo em forma de “quick time event”.

A história, não escapa à previsibilidade do crime e forte rivalidade entre gangsters. Desde traficantes de armas a líderes de facções o mundo do crime está em sério conflito algures numa cidade do médio oriente pois não há uma localização definida quanto ao local dos primeiros acontecimentos. O jogo começa com o fim de um concerto de 50 Cent, quando de seguida o mesmo se dirige a um local desconhecido para acertar o cumprimento de uma dívida voluptuosa O argumento não é propriamente inovador e até se mostra simplista já que aquilo que mais parece ordenar é matança após matança.

Em cena, Fifty não tem grande tento na língua quando deixa as armas em cima da mesa e força uma tentativa de diálogo, mas são dele as músicas que densificam a componente musical e sonora. Algumas foram concebidas em exclusivo para o videojogo. Com um sistema de acumulação de pontos será ainda possível desbloquear mais temas musicais, assim como novas armas e tatuagens. Depois das dificuldades quanto à edição deste jogo, a THQ é agora a detentora dos direitos de distribuição e tenta fazer os possíveis para que este BoTS não seja uma reedição de Bulletproof. Assim esperamos.

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In this article

50 Cent: Blood on the Sand

PS3, Xbox 360

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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