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Short Games Collection - Review - A virtude da brevidade

Mescla de experiências e jogos.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Uma colecção de jogos e experiências conceptualmente distintas, unidas pelo carácter efémero e original.

A mais recente produção da Nerd Monkeys é fruto de um trabalho colaborativo com pequenos estúdios independentes, dentro e além fronteiras. Recentemente disponível para a Switch, tem a chancela do estúdio português, mas é uma mescla de experiências e jogos. Refira-se que este é apenas o primeiro volume. Outros suceder-se-ão, não sabemos quando serão publicados, nem se será com o mesmo número de jogos (cinco), apenas temos a certeza de que haverá uma nova colecção num futuro não muito longínquo.

A aquisição desta colecção de jogos curtos, dá acesso a cinco títulos: The Good Time Garden, Swallow the Sea, A Game Literally About Doing Your Taxes, Ghostein e Uranus. Em comum estes jogos partilham o conceito da curta duração. Não que isto seja limitativo ao ponto de afectar a experiência, de curta duração, podendo antes ser equiparados às experiências marcadas pela brevidade; isto é, são consumidos num espaço de tempo pequeno, sem prejuízo do retorno que proporcionam. Se pensarmos no factor duração, é verdade que a SGC não garante muitas horas, nem nos agarra ao longo de dias a fio. É uma colectânea para se jogar no intervalo daqueles despiques mais stressantes, ou quando o sol morno de uma meia tarde outonal nos convida a uma pausa para jogar sem necessidade de ligar a consola à TV.


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É um conceito interessante e até um tanto invulgar, uma colecção que não é de jogos clássicos nem de títulos reeditados ou remasterizados. O título nasceu com o propósito de agregar diferentes produções indie, actuais e breves, que de um outro modo teriam dificuldade em merecer o seu espaço da forma como o seu conceito se apresenta. Desta forma, a Nerd Monkeys como que os enfia num vagão, ou numa mesma carruagem de um comboio, e lança-os entre a vasta oferta que semanalmente aporta à eShop da Switch.

A fuga de uma prisão Nazi, em Ghostein, através de indicações.

Uma colecção em jeito de certame

O acesso aos jogos pode ser feito de duas formas: por via directa, através de um atalho por um dos botões, podendo seleccionar um dos cinco jogos, ou explorando uma espécie de recife onde abunda a vida marinha e mitológica. Neste belo quadro interactivo, literalmente submersos, mergulhamos na oferta atravessando diferentes pontos de contacto. Estes abrem em forma de janelas de acesso aos jogos. É uma ideia de busca pela profundidade, de aventura nas tépidas e transparentes águas tropicais.

Os cinco jogos disponíveis não são propriamente proezas do ponto de vista técnico. Não há uma competição pelo grafismo mais avançado, pela captura de movimentos ou esforços cinematográficos. Em todos há uma predilecção pela estética retro, consagrada sobretudo nos efeitos 2D e numa pixel art representativa. De resto funciona o conceito da criatividade em torno das narrativas. O patamar qualitativo é variável nestas cinco ofertas e é natural que sob o prisma de cada jogador as experiências possam merecer diferentes graus de validação. De um modo geral são trabalhos que podiam sair de uma competição ou festival de jogos indie, mas também é visível um grau de aperfeiçoamento, e até profundidade, ainda que todos sejam experiências efémeras.

Ghostein bem pode merecer a empatia da nossa parte numa primeira fase, assim que o descobrimos. Desde logo há a ideia da fuga a uma prisão Nazi, a partir de indicações dadas por uma personagem fantasmagórica (o jogador), de pai para filho. Os pósteres e a propaganda, os sinais no tempo certo, funcionam como ideia libertadora. É talvez o jogo mais físico, eivado de um grande "timming" nas indicações a transmitir, mas transporta também uma atmosfera sombria, servida quando não vamos a tempo ou executamos a indicação de forma errada. Swallow the Sea transporta o conceito da sobrevivência num ambiente que abraça os mundos alienígenas, altamente surrealista, com emoção à mistura. O objectivo é controlar um embrião desde a concepção até ao nascimento. A ideia é boa, mas o tempo de jogo é realmente reduzido. Apetece jogar mais quando o terminamos.

The Good Time Garden é talvez o melhor jogo da colecção.

Quando joguei Uranos, por momentos pensei que estava a jogar uma experiência oriunda da cabeça de Jeff Minter. É verdade, este é um jogo que integra mais facilmente a lógica de ir ao encontro de sensações, do que mecânicas competitivas, graças aos efeitos visuais contrastantes e cintilantes, a derivar um pouco pela representação de um Space Giraffe. Consegue surpreender na chama que exibe, sob efeito de quase alucinação. Já o jogo dos impostos (A Game Literally About Doing Your Taxes) não pode ser mais elucidativo, ao proporcionar uma espécie de rotina diária, sobre o quanto da correspondência recebida entra para a contabilidade fiscal. É um jogo que peca por não oferecer particulares mecânicas, num registo mais comedido. O prémio surpresa é talvez The Good Time Garden, um jardim cor de rosa, repleto de referências aos órgãos sexuais. Sempre sob uma perspectiva isométrica, é tão hilariante como descomunal na abordagem. Ganha pelo efeito surpresa, este jogo maior, projectando-se como dominante na colecção.

Na sua dimensão, esta Short Games Collection pode ser consumida numa só sessão, mas tendo em conta a singularidade dos conceitos e experiências, o divertimento e extração das mais valias de cada um dos cinco jogos integrantes da colecção está na sua abordagem por fases, deixando cada título sedimentar o seu conceito e mais valias. Veremos que futuros títulos incluirão as próximas colecções, se serão maiores em número de jogos ou se esta mão cheia de títulos é uma tendência para manter.

Prós: Contras:
  • Originalidade dos jogos da colecção
  • Conceitos breves mas intensos
  • Ecrã interactivo de selecção
  • Mapeamento dos botões
  • Pixel art dominante
  • Experiência acessível
  • Jogo dos impostos algo superficial

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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