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Lost Judgment review - noir contemporâneo fascinante

Uma das melhores experiências narrativas do ano.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Lost Judgment é muito similar ao original, mas com um enredo e temáticas de maior impacto, mais refinado e altamente divertido.

Pouco mais de 2 anos após apresentar o original, eis que chega Lost Judgment, a sequela para uma nova propriedade intelectual através da qual a Ryu Ga Gotoku expande a sua paixão por aventuras cinematográficas com um forte teor dramático. Na altura, ainda não sabíamos que a aventura noir contemporânea protagonizada por Takayuki Yagami, ex-advogado que tenta pagar as contas a trabalhar como detetive em Kamurocho, assumiria a responsabilidade de preservar o sistema clássico de combate da série Yakuza, quando esta transitou para combates por turnos, mas foi isso que aconteceu e permitiu diferenciar ainda mais o tom das duas séries.

A Ryu Ga Gotoku Studio é um dos meus estúdios favoritos da atualidade, mas com 8 jogos em 6 anos, é compreensível que alguns comecem a sentir cansaço nestas experiências dramáticas e cinematográficas nas quais apostam. Após o encerramento da jornada de Kazuma Kiryu e dos remasters através dos quais tentaram capitalizar com a recente explosão de popularidade na série, temos Judgment que aposta em temáticas diferentes, um mistério policial que mantém a mesma identidade e aquela mesma aposta nos personagens e nas reviravoltas surpreendentes. Aquela experiência que começa com o que aparenta ser um crime local e sem relevo, mas que acaba com os maiores nomes do governo de alguma forma envolvidos.

Sem surpresas, Lost Judgment é tudo o que esperas da RGGS, mas pessoalmente diria que foi feito um trabalho muito melhor para se diferenciar da série Yakuza. O primeiro jogo focou-se num assassino em série e girou em torno de um mistério policial, que era desvendando em simultâneo com a exploração do passado do protagonista e como inesperadamente as duas coisas se ligavam. Apesar da história fascinante, o exagerado foco nas Yakuza deixou-o perigosamente perto dessa outra série, especialmente porque chegou antes de Yakuza 7 e da transição para Yokohama ou do sistema de combate. A sequela vai muito mais além e aposta em temáticas ainda mais diferenciadas, mais envolventes e num mistério menos previsível. Pelo outro lado, ainda nem um ano passou e já estás novamente em Yokohama.

A qualidade visual é simplesmente incrível, especialmente nas já famosas cinemáticas feitas com o motor.

Drama policial que aborda de forma dura e inspiradora a realidade japonesa

Lost Judgment também engloba a máfia japonesa na sua principal temática, era inevitável, mas consegue afastar-se muito mais do que o original de cenas ou linhas narrativas que esperarias ver nos jogos Yakuza. Yagami é convidado por amigos a ajudar numa investigação num liceu de Yokohama e quando dá por ela, está envolvido numa investigação que poderá ridicularizar o sistema judicial japonês, uma espécie de crime perfeito. Inevitavelmente, a investigação aos casos de bullying nesse liceu vão estar relacionados com o crime cometido por um homem que alegadamente estava a cometer outro crime a essa mesma hora e não pode ser julgado por dois crimes ao mesmo tempo.

O bullying nas escolas e como a pressão sobre os jovens estudantes leva a casos de suicídio, o assédio sexual em locais públicos e o sistema judicial japonês parecem ser os principais alvos da RGGS, que pega nestes elementos da realidade para construir a sua fantasia de investigação policial. Lost Judgment tornou-se num dos meus jogos favoritos deste estúdio precisamente por isto, pelas temáticas que diferem da série Yakuza e pela aposta na investigação. Uma vez que passarás muito tempo no liceu, isto também permite a Lost Judgment diferenciar-se dos outros jogos do estúdio, mesmo que decorra em Yokohama a maior parte da ação, onde passaste quase todo o tempo em Yakuza 7.


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Claro que a investigação de Yagami o fará chocar com a máfia, mas a forma como Lost Judgment volta a demonstrar uma forte inspiração na cultura japonesa e em temáticas universais é algo que continua a fascinar. O jogo torna-se ainda mais espetacular quando te deixas mergulhar nestas cidades japonesas, para uma maior imersão e aquela peculiar sensação de parecer que és transportado. "Só falta mesmo o cheiro", pensamos frequentemente. A narrativa principal de Lost Judgment dura perto de 20 horas, mas todos os fãs deste estúdio sabem que isso é apenas a primeira camada. As histórias secundárias loucas e estranhas, as atividades opcionais e as pessoas caricatas que encontras ajudam imenso a construir o charme e identidade de Lost Judgment.

A sequela diferencia-se ainda mais do original ao levar-te para um novo local, mas é o refinamento das suas mecânicas que merecem os maiores destaques

Muito similar, mas muito refinado

Se na sua essência Lost Judgment é um jogo reminiscente do que foi feito no original, a RGGS refinou ao máximo a experiência e jogado numa consola de atual geração (neste caso a Xbox Series X), tens loadings muito reduzidos, performance a 60fps e uma qualidade visual de grande gabarito. Especialmente os personagens e aquelas já famosas aproximações às suas faces. As cutscenes continuam sensacionais e apaixonantes, deixando-nos sempre ansiosos por ver mais. As atividades opcionais distraem e fazem-nos perder a noção do tempo, formando esse lado caricato e peculiar da identidade de Lost Judgment, mas é a rota principal que nos vai marcar. Tudo muito similar ao que veio antes, mas muito refinado.

Lost Judgment revela um elevado nível de refinamento no seu gameplay, desde os combates à exploração e aos novos segmentos. Tal como no original, Yagami persegue alvos, mas agora o foco não está na constante procura por pontos de cobertura. Agora podes fazer de conta que estás a fazer alguma coisa e não a seguir o alvo. Além disso, tens vários momentos de ação furtiva durante os quais não podes ser visto. Ocasionalmente até terás de trepar edifícios e estes novos elementos da série Judgment mostram controlos e movimentos menos refinados, mas são positivos para ampliar e diversificar o gameplay. Mas como seria de esperar, é a passear por estas ruas e a combater que mais tempo passarás.

Yakuza transitou para combates por turnos e Lost Judgment é o herdeiro do ADN de combate em tempo real. O sistema de combates é onde a RGGS provavelmente revela com mais facilidade as evoluções e refinamentos. É altamente dinâmico, com 3 estilos diferentes e que permitem a Lost Judgment ostentar diversidade palpável e estratégica. A maior novidade é o estilo "Crane", focado no contra-ataque e resulta muito bem para deixar os adversários atordoados ou com medo. Adorei os combates em Lost Judgment, mais do que no anterior e ao nível do melhor que viste na série Yakuza antes da transição.

A aposta num liceu como sustento para grande parte do argumento e novidades fazem com que Lost Judgment seja um jogo ainda mais diferente. Esta cena ajuda ainda a exemplificar a quantidade de detalhes em algumas cenas.

Outro elemento que quero abordar é a importância do liceu não apenas para a narrativa, mas também para o gameplay em si. A dada altura, Yagami terá de passar mais tempo no liceu e acabará por assumir um papel de ensino. Através de atividades opcionais, como mistérios relacionados com o liceu, abres portas para um fascinante lado de Lost Judgment, que te passará totalmente ao lado se o jogares em linha reta, algo que pode ser considerado um crime em si. É ao explorar as camadas deste jogo que a sua peculiaridade e encanto se releva. A relação de Yagami com os estudantes, a forma como serve de avatar para a RGGS abordar temáticas sensíveis e pertinentes, que apesar de focadas no Japão e nos seus dramáticos casos são de apelo global, conferem a Lost Judgment uma identidade muito própria e altamente apaixonante dentro do universo de jogos deste estúdio.

Uma experiência Ryu Ga Gotoku Studio do melhor

Lost Judgment é o mais recente esforço da RGGS para alimentar os jogadores esfomeados pelo seu ADN e que vivem apaixonados por estas experiências, que não conseguem encontrar em mais lado nenhum. Os dramas cinematográficos que te deixam apaixonado pelos personagens são sustentados por um gameplay que é refinado de jogo para jogo, para compensar a falta de novidades de maior relevo. Nenhuma outra companhia fornece este tipo de alimento para o nosso entretenimento e ao invés de ficarmos saturados, apenas queremos mais jogos com este nível de qualidade. As mudanças feitas em Yakuza 7 e as temáticas adotadas neste novo esforço ajudam a diferenciar ainda mais as duas séries e quando tens um refinamento de experiências tão singulares como estas, não há como ficar incomodado.

Prós: Contras:
  • Sistema de combate de ação frenético, mas com estratégia à mistura
  • Drama policial cujo principal mistério te manterá sempre ansioso pelo próximo capítulo
  • Imensas atividades opcionais que te vão deixar ainda mais apaixonado pelo jogo
  • Qualidade gráfica com momentos incríveis
  • Imensos clássicos para jogar nas arcadas e na Master System de Yagami
  • Loadings praticamente inexistentes na nova geração
  • Ocasionais picos de dificuldade
  • Má inteligência artificial dos nossos aliados em combate
  • Problemas nas animações e interações com os cenários nas cenas furtivas e de escalada

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