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It Takes Two review - A dois é melhor

Um jogo divertido, surpreendente e refrescante.

Eurogamer.pt - Obrigatório crachá
Uma aventura cooperativa única que mantém as surpresas e a diversão até ao final. É diversão garantida para dois jogadores.

Numa época em que as grandes produções de videojogos arriscam pouco e tentam cada vez mais copiar fórmulas de sucesso com pequenas variações, não há muitos jogos que consigam transmitir a sensação de que estamos perante algo verdadeiramente único. É com grande prazer e satisfação que digo que recentemente passei por uma dessas experiências. It Takes Two, desenvolvido pela Hazelight e publicado pela Electronic Arts, é um título como nenhum outro. O director do jogo, Josef "F*ck The Oscars" Fares, tem claramente um talento para criar jogos assim (vejam Brothers: A Tale of Two Sons e A Way Out), mas It Takes Two é, de longe, o pináculo de tudo o que fez até agora.

Pegando no conceito de um jogo exclusivamente cooperativo que já tínhamos visto em A Way Out (ou seja, em que precisas obrigatoriamente de um segundo jogador ao teu lado ou ligado por Internet num PC ou consola), superou tudo aquilo que podíamos imaginar com um jogo de um casal - Mary e Cody - que está prestes a divorciar-se. Quando o casal comunica à sua filha que estão prestes a separar-se, um desejo da pequena faz com que a mãe e o pai sejam transformados em dois pequenos bonecos que têm de cooperar para conseguir sair deste pesadelo. É aqui que entram os jogadores, cada um vai controlar uma das partes do casal numa grande aventura cheia de surpresas e desafios inesperados.

"It Takes Two (...) é um título como nenhum outro"

Sempre bem humorado, graças a uma excelente escrita de diálogos, actores de voz e ao engraçado livro falante Dr. Hakim (um livro do amor), It Takes Two é um jogo leve, descontraído e divertido, mas com uma poderosa mensagem que mostra que, apesar dos desafios e dificuldades que a vida nos atira, é importante cooperar, comunicar e trabalhar em conjunto para seguir adiante. É um jogo que calha bem não apenas para casais, mas para amigos, colegas de trabalho e qualquer outra pessoa que tenhas uma relação de proximidade.

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Sempre a surpreender até ao fim

Se há coisa que sobressai de It Takes Two, é a sua capacidade para surpreender os jogadores até ao fim. Enquanto a maioria dos jogos esgotam as suas mecânicas em poucas horas e simplesmente as repetem nas secções seguintes, o jogo de Josef Fares está sempre a apresentar novas formas de cooperar com o outro jogador até ao último nível. É simplesmente incrível. Quando achas que já viste tudo, o jogo volta a surpreender-te com uma secção de jogabilidade altamente divertida com mecânicas que não apareceram nos níveis anteriores.

O jogo começa com um simples nível em que um jogador é aspirado e outro tem que controlar a direcção para onde o outro vai ser disparado, mas transita para outras coisas como pregos e martelos, um lança-chamas e um material inflamável, um sistema de ímanes que junta ou repele os jogadores, entre outras coisas. Um dos níveis mais surpreendentes é quando o jogo se converte num RPG de acção isométrico em que cada personagem ganha habilidades diferentes e têm que lutar através de um castelo medieval.

As mecânicas, como já deves ter percebido, dependem da personagem que controlas, mas funciona em união com a mecânica da outra personagem. É um verdadeiro jogo cooperativo em que tens de estar em sintonia com o outro jogador. As mecânicas variam também conforme a temática dos níveis. A variedade dos níveis é tanta quanto a das mecânicas. Cody e May vão passar por imensos cenários até conseguirem concluir esta aventura. Todos os cenários dentro e fora de uma típica casa de família servem de pretexto para o nível seguinte em It Takes Two. Passámos por um celeiro, uma casa na árvore, um quarto de brinquedos, jardins, um globo de neve, e outras paisagens muito imaginativas. O jogo mantém um ritmo incrível.

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A diversão não pára

Com aproximadamente 14 horas de longevidade, It Takes Two é surpreendentemente longo para um jogo narrativo, mas sem "palha". Em nenhum momento sentes que o jogo prolongou a sua estadia, a diversão mantém-se sempre em alta. A única coisa que há que se aproxime de "coleccionáveis" são os 25 diferentes mini-jogos que se encontram espalhados ao longo dos níveis. Diferente do resto do jogo, em que Cody e May precisam de cooperar um com o outro, estes mini-jogos permitem competição. São momentos divertidos, que servem para descontrair, e que estão sempre contextualizados dentro dos níveis. O melhor é que assim que descobres estes mini-jogos, podes aceder-lhes rapidamente através do menu principal.

Apesar da troca constante de mecânicas, o jogo está muito polido. A jogabilidade é simplesmente deliciosa e Josef Fares tinha absolutamente razão quando disse que o seu jogo era um tributo à Nintendo. De facto, It Takes Two vai buscar o que a Nintendo tem de melhor, não apenas na questão de diversão, mas também na sensação fantástica que te transmite mal pegas no comando. É um efeito que não é nada fácil de atingir, ainda para mais para um jogo que varia tanto na sua jogabilidade. Há claramente muitas influências positivas, além da Nintendo, que ajudaram a moldar esta extraordinária experiência, desde simples jogos de plataformas, a filmes da Pixar, às complicadas raids de MMOs.

"A jogabilidade é simplesmente deliciosa"

É um jogo linear, mas com oportunidades para exploração. Josef Fares não é fã de coleccionáveis, mas o seu jogo esconde várias referências engraçadas que só vais descobrir se perderes alguns minutos a vasculhar cada nível. Há uma referência muito engraçada ao jogo anterior - A Way Out - e até ao hilariante momento em que Josef Fares disse "F*ck The Oscars" durante a cerimónia dos The Game Awards. É uma prova de que não é realmente necessário coleccionáveis para colocar os jogadores a explorar, basta haver curiosidades interessantes para descobrir. Algumas destas coisas até desbloqueiam conquistas / troféus.

Uma grande aventura que não vais querer perder

Com um preço convidativo e com um sistema que te permite convidar um amigo para jogar sem que este tenha adquirido o jogo, It Takes Two é um dos melhores jogos dos últimos tempos. Há pouco de errado a sublinhar nesta divertida experiência. A primeira é que existem pequenos soluços em algumas transições de cinemáticas (nada de especial). A segunda, mais incomodativa, é que não existe nenhuma opção nas definições para reduzir o ecrã do outro jogador. A maioria do jogo decorre em ecrã dividido, mesmo quando jogado à distância. Isto acontece porque há secções do jogo em que necessitas de ver o ecrã do outro jogador, mas era perfeitamente possível reduzir um bocado para aumentar a imersividade, até porque o jogo é muito bonito visualmente, com uma direcção estética irrepreensível e bons efeitos visuais.

No entanto, no grande plano, são coisas pequenas perante todos os outros pontos positivos do jogo (que são muitos). Este é um jogo com diversão garantida para qualquer pessoa, até para aqueles que habitualmente não se relacionam com videojogos - mas podem sofrer um pouco para se habituar à jogabilidade e geníca necessária.

Prós: Contras:
  • Um jogo cooperativo como nenhum outro
  • Uma história leve e com humor, mas com uma forte mensagem
  • As mecânicas estão muito bem pensadas e continuam a variar até ao final
  • Cada personagem tem animações diferentes e mecânicas próprias
  • Uma grande variedade de níveis e cenários
  • Surpreendente desde o início até ao final
  • O Friend's Pass permite partilhar o jogo com um amigo
  • Pequenos soluços em transições de cinemáticas
  • Não podes reduzir o ecrã do outro jogador
ecrã dividido limita a imersão pequenos breaks em transições

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It Takes Two

PS5, Xbox Series X/S, PC

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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