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Battle Princess Madelyn - Análise - Jovem cavaleira

Desta vez a princesa é a heroína.

Acção "old school" 2D com duas faces distintas: um modo história inconsistente e um modo arcade mais desafiante.

Princess Madelyn é a protagonista do novo jogo de acção e aventuras 2D, ao bom estilo de Ghosts'n Goblins, criado pela pequena produtora independente Casual Bit Games. Se no jogo da Capcom é Sir Arthur que se perfila como o cavaleiro em busca da sua amada, Madelyn entra num extenso périplo que a levará a lutar pela família e pelo seu fiel companheiro canino Fritzy, perecido no começo da história mas eterno escudeiro sob a forma de um fantasma.

Na verdade, Madelyn Obritsch é a boss do jogo e a chefe de todas as operações. Battle Princess é um jogo criado em família. Ao pai (Cristopher) e mãe (Angelina), juntou-se um terceiro elemento. David Bigelow é programador e homem das matemáticas, mas todos seguem as ordens de Madelyn, a criança-chefe que dá as indicações ao pai sobre o que fazer. Esta devoção por Battle Princess, o segundo jogo do estúdio, resultou de um interesse pelo célebre jogo da Capcom e dos incontáveis momentos passados por Madelyn a ver o seu pai desbravar os níveis de Ghosts'n Goblins.

Daí as semelhanças que os jogos partilham, tanto em arte e estética como em jogabilidade e estrutura dos níveis. Curiosamente, ao invés de oferecer uma única experiência, Battle Princess Madelyn separa-se em dois segmentos: o modo história e o modo arcade. Enquanto que este é directo e unívoco, ou seja, em formato scroll horizontal através dos pontos A e B, num avanço da esquerda para a direita através de vários níveis de dificuldade crescente, o modo história é a opção mais elaborada para conhecer mais sobre os protagonistas. Uma narrativa assente num jogo bem mais próximo do género "metroidvania", por entre avanços, recuos e resoluções de puzzles.

Alguns bosses ocupam quase todo o ecrã.

Em ambos os modos Madelyn terá que salvar a família, mas no modo história o périplo começa do zero, o que leva a princesa a ter de percorrer quase os mesmos níveis do modo arcade. A diferença é que ao invés de começar com os poderes na sua amplitude, a princesa terá que avançar e recuar entre as áreas, obtendo equipamento, valiosos items, o que por seu turno lhe permite aceder a habilidades indispensáveis para vencer os bosses.

Contudo, este sistema está bastante aquém dos jogos que estão na sua origem. Por vezes a exploração não só é bastante repetitiva como acaba por faltar profundidade nos puzzles. Sempre teremos que inspeccionar muito bem o cenário, dialogar com personagens não controláveis e a avançar para um lado ou para o outro na esperança de ter uma ideia sobre o que fazer. Infelizmente, os níveis acabam por se mostrar demasiado similares, áreas que pouco se distinguem umas das outras e inimigos multiplicados em "respawn" para simplesmente provocar atraso, algumas mortes e uma constante repetição.

O que de início parecia uma experiência prometedora, com uma apresentação bem conseguida e uma pixel art bastante convincente, acaba por não ser acompanhada da melhor forma por um sistema de "backtracking" bastante inconsistente. Longe fica das melhores experiências no género "metroidvania". Já o modo arcade, simplificado na estrutura dos níveis, sem o constante ritmo de ida e volta, acaba por funcionar melhor. Desde logo os inimigos aparecem em maior número, mas começamos a campanha com o duplo salto e a armadura o que nos deixa aptos a sair com sucesso perante as constantes vagas de criaturas medonhas.

Não faltam atalhos e caminhos secretos.

A disponibilidade destas acções logo de início leva-nos a encarar os primeiros obstáculos e as "boss fights", marcadas por algumas criaturas gigantescas e desafiantes, com outro estímulo. Há um ritmo bastante "old school" e arcade, uma lógica de acção mais próxima Ghosts'n Goblins e por isso mais desafiante, especialmente através dos vários segmentos que constituem um nível, o que obriga a um esforço adicional. Por vezes a acção é caótica, com grandes picos de dificuldade, mas ainda assim aquém da opção Ultimate do último jogo produzido pela Capcom.

Battle Princess Madelyn é um óptimo jogo de acção e aventura, um título claramente inspirado na franquia da Capcom mas que acaba por lhe ficar aquém. O grafismo está bem conseguido, com bons sprites e um design apelativo. No entanto, o modo história é o elo mais fraco e desapontante, prejudicado por uma série de inconsistências e falhas que o deixam aquém do mais sustentado arcade mode. É nesta opção que vão encontrar mais coesão e identidade. Ainda que sejam flagrantes as influências, Battle Princess Madelyn deixa uma impressão satisfatória. Não supera os títulos que estão na base da sua formação mas também está longe de ser uma experiência descartável.

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Battle Princess Madelyn

PS4, Xbox One, PlayStation Vita, Nintendo Wii U, PC, Nintendo Switch

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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