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Luigi's Mansion - Análise - Bigode eriçado

Casa dos horrores.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
O brilhantismo do original permanece, numa aventura invulgar e recuperada em formato portátil, ainda que com escassas novidades.

Lançado em 2001, em simultâneo com o sistema GameCube e mais uma dezena de jogos, a obra a solo do irmão de Super Mario depressa se destacou. Para além da invulgaridade do design e mecânicas, Luigi's Mansion distanciava-se de tudo o que era habitual nos jogos de Super Mario.

Enquanto que estes primam pelas plataformas, saltos e uma composição do "Mushroom Kingdom" assente em múltiplos conceitos, aquele jogo promoveu a captura de fantasmas, por vezes mais hilariantes que assustadores, num ambiente fechado e com alguns elementos de terror mas que na verdade confluíam para uma comédia.

Desde o tiritar de medo de Luigi até aos sustos que quase o colocam em marcha para o exterior, passando pelas melodias, sonoridades, facilmente se detecta o dedo da Nintendo na construção daquela diabólica mansão.

Menos vulgar é o sistema de captura e detecção dos inquilinos sobrenaturais, que mais parecem uns fantasmas danados para a brincadeira e para explorar o medo de Luigi do que propriamente em ceifar a sua vida. Não leva muito tempo para que Luigi perceba que a mansão que recebera não é aquilo que perspectivava. Para piorar, o irmão Mario desapareceu no seu interior labiríntico.

O resultado é uma aventura bem construída, humorística, dotada de um estilo artístico muito grande, com relevo para a arte, designadamente os interiores, as mobílias, os objectos e móveis que os preenchem, assim como é interessante do ponto de vista dos efeitos visuais (Luigi a ver-se ao espelho).

A tarefa desta personagem é inquietante para ele mas um óptimo desafio para o jogador, que mesmo não tendo muitas horas pela frente para desinfestar a mansão, vive-as com grande intensidade. É verdade que há coisas que nem sempre correm bem. O sistema de captura tem as suas condicionantes (batalha-se um pouco para manobrar o analógico que leva à apreensão do fantasma), embora se revele apto a proporcionar os efeitos desejados.

Parece ter existido uma inspiração no clássico filme Ghostbusters (1984) na batalha para aprisionamento do fantasma, contra a força de sucção emitida pelo Poltergust 3000, uma versão especialmente melhorada de um aspirador, engenho concebido pelo cientista E.Gadd.

Os efeitos de luz e detalhe dos ambientes continuam a impressionar.

Quase 17 anos depois, a Grezzo (produtora responsável por converter The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Majora's Mask para a 3DS) é a responsável por mais um "port remasterizado" para a portátil da Nintendo. Para um jogo originalmente publicado em 2001, pode-se dizer que envelheceu bem. Se não tiveram a oportunidade de jogar o original, terão pela frente uma boa aventura, cheia de surpresas e bons desafios, embora e como já referi, o sistema de captura não esteja isento de atritos que impedem uma manobra mais fluída e equilibrada quando temos que defrontar fantasmas mais resistentes.

O objectivo passa por capturar todos os fantasmas da mansão. Para isso terão que usar o aspirador melhorado e uma lanterna para apontar aos fantasmas alojados no escuro. É possível ouvir risadas deles e alguns objectos em movimento após a sua passagem, mas só depois de apontado o feixe de luz nos olhos, como um sol apontado ao Drácula, é que ficam visíveis, momentaneamente atordoados.

Nesse momento terão de usar a força da sucção para os prender e puxar para o aparelho. O fantasma luta contra a força que o suga. Os mais fracos são aprisionados facilmente, mas há mais variantes de fantasmas, como os bosses, com as suas nuances; fecham os olhos quando apontamos a lanterna e são mais difíceis de prender ao aspirador. É com estes fantasmas que acabamos por encontrar muita luta.

A adaptação à 3DS revela-se eficaz. Podemos usar o giroscópio para apontar o cano do aspirador enquanto movimentamos Luigi com o stick esquerdo, mas a opção mais cómoda ainda é o segundo analógico (c-stick), desde que estejam a correr o jogo numa New Nintendo 3DS. No entanto é possível configurar outras opções, oriundas de Luigi's Mansion Dark Moon, nos instantes iniciais da campanha.

O novo mapa 2D no ecrã táctil facilita a identificação das divisões que estão por explorar.

Os efeitos em 3D são bastante satisfatórios, criando uma sensação de câmara e profundidade. Joguei sempre com os efeitos 3D no máximo e nunca senti problemas, embora esta percepção possa não ser a mesma para todos, pelo que deverão perceber qual é a vossa reacção ao 3D da consola. Se não têm problemas vão aproveitar a funcionalidade.

À excepção do modo cooperativo (local e que requer outro cartucho noutra consola), através do qual podem capturar fantasmas com outro amigo, não existe mais nenhuma novidade de monta, nem outra funcionalidade. Encontramos o mesmo jogo que era há 17 anos, com tudo de bom e as mesmas limitações.

Não é um jogo muito comprido, o desafio é regular mas sólido, e o sistema de captura por vezes cria algumas dificuldades. A boa adaptação verifica-se na optimização da iluminação e das texturas a uma consola como a 3DS.

O jogo está minimamente em sintonia com a execução atingida na GameCube, o que é óptimo para uma experiência 3DS, mas há que ter em conta algumas quebras de frame-rate, especialmente sentidas nas zonas onde é maior a movimentação de fantasmas. Mesmo assim, o desempenho de Luigi's Mansion é óptimo na 3DS e assegura uma oportunidade a considerar por quem não tenha jogado o original.

Com Luigi's Mansion para a 3DS a Nintendo cria mais uma oferta para a consola portátil. Fica a dúvida se não ganharia mais visibilidade numa Switch, que em 2019 receberá Luigi's Mansion 3. Mas não nos podemos esquecer do grande parque de consolas 3DS instalado, e mesmo estando na ponta final do ciclo de vida, ainda cabem bons jogos. Este talvez seja um dos últimos cartuchos.

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