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Super Mario Party - Análise - Switch tango

Os dados vão rolar.

Algumas ideias mais criativas implementadas com sucesso, mas na base ainda é o Mario Party de sempre, habilitado ao multiplayer.

No âmbito das experiências multiplayer, a série Super Mario Party praticamente dispensa apresentações. Há muito que os minijogos promovidos pelas personagens do Mushroom Kingdom formam desafios particulares, nomeadamente sob a forma de jogos de tabuleiro à volta dos quais vários jogadores competem pela chegada à meta em primeiro lugar. Super Mario Party é sinónimo de desafios para múltiplos jogadores - aquilo que a Nintendo define muitas vezes como experiência para a família - precisamente pela possibilidade de ser jogado localmente, a partir de dois ou mais comandos.

Desenvolvidos pela Nd Cube, uma produtora filial da Nintendo, Mario Party 10 (Wii U), Star Rush e The Top 100 (ambos na 3DS), são as últimas referências. Por isso, Super Mario Party é uma espécie de edição 11, a primeira da série na Nintendo Switch, daí algumas alterações. No essencial, a Nd Cube continua a fabricar uma experiência para todos, sem olhar a níveis de dificuldade exagerados. Estamos perante um jogo marcado por uma grande acessibilidade, com alguns minijogos mais desafiantes que outros, mas normalmente simplificados e fáceis de apreender, ao ponto de quase se prescindir da fase de treino.

Uma aposta regular é a quantidade destes pequenos desafios. Nesta edição a Nd Cube criou 80 minijogos e vários modos de jogo, uma fornada bastante significativa e para a qual raramente ocorre um efeito de saturação, de repetição do mesmo jogo, embora muitos deles estejam organizados por segmentos e géneros, alguns dos quais já revisitados. O ponto que concede mais especialidade e factor único é o emparelhamento de duas consolas (os seus ecrãs) no Toad's Rec Room.

À semelhança dos anteriores jogos da série, é possível definir o tempo de duração das partidas em tabuleiro.

Depois desta especialidade, a Nd Cube como que regressou às raízes da série, optando por um modelo de jogo mais tradicional, sem aquelas componentes que marcaram as experiências mais recentes. É por isso um jogo também mais familiar, porventura mais simples e até mais acessível, como um "reboot" nesta entrada para a Nintendo Switch. É, de certo modo, um regresso ao passado, à simplicidade e divertimento típico dos jogos de tabuleiro, pontuado pelos pequenos jogos disputados num par de minutos.

No geral a Nintendo conjugou uma vertente clássica com algumas interessantes ideias. Não encontram matéria revolucionária, capaz de alterar o que conhecemos em Mario Party. Escala um bom desafio em torno do multiplayer local online e local, acrescentando jogos de ritmo, sistema de jogo cooperativo e uma utilização especial do hardware, sem diluir a vocação da franquia para um divertimento rápido, independentemente das habilidades das pessoas chamadas a participar nesta festa.

O modo Mario Party é a opção mais comum e regular quando comparada com as anteriores produções. É uma espécie de fundação do jogo, a partir do progresso assente sobre tabuleiros de grandes dimensões. Nele, vários jogadores competem pela primeira posição. O primeiro a cortar a meta transforma-se no vencedor, mas para isso terá que sobreviver a várias contrariedades, escapando a casas que possam atrasar ou simplesmente ser ultrapassado por algum dos adversários que faz uso dos dados individuais, de algum item, ou simplesmente da sorte ou azar. Há sempre qualquer coisa que pode atrasar ou provocar uma subida meteórica ao primeiro lugar. De volta está a captura das estrelas, um factor que acrescenta mais velocidade e ritmo aos desafios, colocando os jogadores numa corrida pela posição cimeira. É um bom regresso e um factor que torna os jogos mais rápidos.

Os minijogos estão divididos por segmentos, entre os quais o número de oponentes. Os jogos de ritmo constituem novidade.

Podendo ser jogado a solo (contra o computador) ou com mais adversários, o factor incerteza prevalece até ao final. As personagens situam-se num raio de acção mais próximo e esta proximidade torna-se numa nota de incerteza quanto ao vencedor. Outra novidade é que cada personagem tem o seu segundo dado, normalmente com efeitos positivos, sendo que para subir determinadas casas pode haver um custo, de modo a não desequilibrar demasiado. Numa abordagem marcada pela remoção de elementos acessórios mais vincados em recentes experiências, a produtora apostou num regresso às raízes, contemplando mais equilíbrio mas sobretudo um bom ritmo desde a partida até à meta.

O modo Toad's Rec Room é talvez a novidade mais sonante deste conjunto. Essencialmente requer o emparelhamento de duas consolas (os seus ecrãs) e o ajuste num determinando sentido durante o jogo. O efeito é a criação de um ecrã maior com cenários que transcendem as fronteiras de cada um em zonas de intersecção, tipo puzzle. O objectivo consiste em ligar os pontos, descobrindo o melhor ajuste. O conceito é interessante e seguramente a melhor concretização neste jogo, já que a Nd Cube soube tirar o melhor partido. Para abrir caminhos, estabelecer percursos ou simplesmente criar imagens, no confronto entre dois jogadores ou duas equipas, a utilização de duas consolas produz mais divertimento neste emparelhamento, pela forma como deixamos de olhar apenas para um ecrã e recentramos a observação do jogo no duplo ecrã. Shell Shocked Deluxe é uma espécie de batalha de tanques inspirada num jogo com o mesmo nome, um jogo que seria simples se jogado fora deste quadro especial, mas único quando dois ecrãs estão ligados.

River Survival é outra opção interessante mas menos criativa. Com diferentes regras mas capaz de proporcionar ao mesmo tempo um bom desafio, trata-se de um modo cooperativo até quatro jogadores, tendo que descer o rio num tempo limite, colhendo os balões para acederem aos minijogos e ganharem tempo. A coordenação e forma como cada membro a bordo do barco actua num determinado momento é crucial, o que promove um desafio adicional. O tempo adicional é dado à medida que completam com sucesso os minijogos. A actuação em equipa adquire um especial relevo.

As partidas de tabuleiro são uma aceleração até à meta, plena de contratempos, avanços e recuos.

A variedade de minijogos é uma garantia em Super Mario Party, o que garante alguma frescura sempre que começamos uma nova partida, em tabuleiro ou noutro modo. Contudo, também encontram desafios bastante simples. Alguns completam-se com grande facilidade, sem fazerem grande uso das funcionalidades da Switch. Em sentido oposto, outros minijogos mostram-se mais desenvolvidos nesse aproveitamento, destacando-se, por exemplo, a vibração nos comandos, o giroscópio e o ecrã táctil, tudo por via dos Joy-Con. Alguns minijogos são dos mais desenvolvidos criados num Mario Party, como Rattle and Humm. Os jogos de ritmo, por exemplo, constituem novidade, num acompanhamento musical satisfatório.

Respondendo a uma constante solicitação dos fãs a Nd Cube adicionou uma opção online chamada Mariothon. Infelizmente, acaba por desapontar já que está limitada a uma sequência de cinco jogos, longe de chegar aos modos tradicionais, assim como os tabuleiros. Mais interessante é o modo Partner Party, através do qual são formadas equipas de dois jogadores, em deslocação livre pelo tabuleiro, tentando colher o maior número de estrelas a fim de obter mais dados e itens valiosos. O objectivo passa por chegar primeiro a essas estrelas. Existem mais oportunidades para as conseguir mas chegar a uma casa concreta não é assim tão fácil. Se acabam por ficar sozinhos a jogar, a opção Challenge Road funciona como uma sequência de minijogos composta por objectivos que terão de atingir para seguir em frente.

Não restam dúvidas quando ao esforço da ND Cube em introduzir diferentes modos de jogo, ao mesmo tempo que revela uma boa adaptação das funcionalidades da Switch aos minijogos. Super Mario Party é um jogo bem equipado, um título de vocação multiplayer marcado pelo regresso às origens, refazendo-se sem muitas extensões experimentadas em tempos recentes. Esse é talvez o maior problema que se põe a uma série que nos últimos anos conheceu vários desenvolvimentos, em especial para a 3DS. Se os acompanharam, é provável que joguem Super Mario Party encontrando a mesma identidade e uma similar linha de orientação por entre minijogos mais ou menos reconhecidos. Esse é o traço definidor desta experiência, algo que vem sendo experimentado e replicado há anos com mais ou menos nuances. Pena que os picos de criatividade como o ecrã duplo não sejam mais frequentes. Os novos modos de jogo são consistentes, os minijogos foram reformulados mas a base e o ponto de partida, o núcleo Mario Party, ainda é o mesmo.

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Super Mario Party

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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