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Ys Origin - Análise

A torre dos demónios.

A vertente de acção empresta carisma a este icónico role play, que ao prescindir de ambientes diversificados é menos fulgurante.

Passou já algum tempo desde a última análise de um jogo PlayStation Vita. Todavia, a consola portátil da Sony ainda mexe, sobretudo se equacionarmos as produções que nos chegam regularmente do Japão, onde a máquina ainda é útil. A caminhar para o seu sexto ano de vida, não se vislumbra uma sucessora, e no quadro da interacção portátil o destaque vai para o PlayLink, um sistema mobile anunciado pela Sony, que conecta os jogadores através dos seus "smartphones", estando previsto para o final do ano. Dificilmente haverá uma evolução da Vita para breve, agora que conhecemos a estratégia da Sony para o mobile, mas apesar de tudo cumpriu uma finalidade, proporcionar boas experiências fora de casa, com a comodidade do jogo portátil. Mas o seu percurso ainda não se pode dar como circunscrito.

A tal ponto que ainda continua a receber jogos, como sucede com Ys Origin, um rpg de acção, produzido e distribuído pela DotEmu, uma companhia francesa especializada na distribuição de jogos retro, mobile, pc e arcade. Estando igualmente disponível na PlayStation 4 (na qual foi disponibilizado primeiro), foi para a PS VITA que começamos a jogar este peculiar jogo de acção, relembrando muitos dos jogos de role play publicados no final dos anos noventa e começo da primeira década do milénio.

A série Ys é sobretudo popular no Japão, e uma das mais antigas, com particular incidência nas plataformas PC Engine, nas quais começou por ganhar notoriedade. Embora nos tempos mais recentes não tenha singrado da mesma forma que outras populares séries, permanece de forma especial, com as suas nuances e ramificações narrativas, mantendo muitas das personagens que ganharam espaço e dimensão em anteriores produções.

O formato portátil - PS VITA - acaba por servir melhor este role play de acção. Com o ecrã mais pequeno não é tão premente a ausência de texturas e um cenário em 3D mais datado.

Antes de mais importa lembrar que Ys Origin é um jogo de 2006, originalmente lançado para o PC e exclusivamente para o território nipónico. Mais tarde chegou a outros territórios, apenas para o PC, tendo agora uma nova entrada, em formato consola, por via da editora francesa. Como o próprio nome sugere, o jogo desvia-se dos acontecimentos mais recentes e serve de prequela aos primeiros jogos, assentando a âncora na Darm - devil - Tower e na história que envolve as deusas gémeas.

Por um lado é um jogo interessante para quem só agora chega ao universo Ys. A menor ligação aos episódios anteriores torna mais simples a entrada. No entanto, e dado o foco narrativo no desaparecimento das deusas gémeas, toda a jornada decorre na Devil's Tower, o que é uma diferença muito significativa perante os jogos anteriores. Com menos peso na exploração e descoberta de mundos, sobram masmorras e mais masmorras, assim como grandes arenas onde decorrem os combates. Aliás, uma opção do jogo é constituída pelo modo arena.

Com uma aprazível banda sonora, segmentos cinematográficos do tipo animação japonesa e um grafismo 3D, o desenho das personagens quase "chibi" torna a acção muito especial, já que há uma orientação para o género "hack'n slash", bem como dos jogos de acção das épocas 8 e 16 bit. Uma das riquezas do jogo é a possibilidade de escolha entre três personagens. Isso reflecte-se numa grande variedade ao nível das habilidades, armas, armaduras e poderes mágicos. A selecção da personagem não só é determinante sob esse prisma como dita uma importante escolha no quadro narrativo, nas conversas com outras personagens e na obtenção de itens.

As boss fights decorrem numa imensa arena. A dificuldade começa a subir.

No começo, o jogador opta por jogar com Yunica Tovah, neta de um dos seis "priests", personagem especialmente forte nos golpes "melee", servindo-se de um machado para neutralizar as ameaças, ou começa com Hugo Fact, uma espécie de feiticeiro. Ambos são diferentes, juntando-se ao quadro de selecção uma terceira personagem depois de completarem o jogo. À sua maneira e usando poderes diferenciados (Hugo é mais eficaz nos ataques de longa distância, enquanto que Yunica apresenta um combate mais directo e focado na acção, especialmente com base na proximidade), ambos visam o mesmo objectivo: alcançar o topo da torre.

Pelo caminho encontram imensos tesouros e objectos, melhorando as habilidades e os poderes. As magias e golpes "melee" não se reflectem apenas sobre os inimigos. Activar mecanismos e resolver puzzles fazem parte da equação. Pessoalmente, acabei por me identificar mais depressa com o estilo de combate e as magias de Yunica, embora a outra personagem seja relevante e mais poderosa em certos atributos, especialmente no combate à distância.

Sendo esta uma jornada em crescendo, até ao cimo da torre, as dificuldades avolumam-se à medida que são desafiados por criaturas mais poderosas, em arenas onde podem estender os braços e atacar comodamente. Algumas destas batalhas atingem um grau de dificuldade bastante elevado, sendo insuficiente carregar o botão de ataque de forma desmesurada. Desde organização estratégica até identificação do ponto fraco do rival, estas batalhas não se vencem facilmente. Da utilização de certas habilidades, passando pelo momento certo para lançar um ataque, o perfeito conhecimento e controlo da personagem é essencial.

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Apesar da boa apresentação, falta mais diversidade em termos de áreas. A acção decorre na torre, com ambientes e câmaras muito semelhantes. Falta o tom bucólico de uma vila, uma cidade repleta de mercadorias, uma área portuária e a sempre bela neve do norte. Com uma exploração bem mais comedida, estamos sujeitos sobretudo aos "puzzles", obtenção de tesouros e itens. O grafismo podia estar melhor, mas não sendo este um remake, permanece bastante fiel à produção de 2006, com uma produção tridimensional visivelmente datada, por oposição aos visuais estilo animé das personagens, que pela sua forma "chibi" quase passam incólumes neste teste do tempo, e até acrescentam algum interesse. Sejam ou não conhecedores da série Ys, se procuram algo para a vossa PS Vita ou PS4, com ligações aos jogos de role play e uma mecânica hack'n slash, Ys Origin pode ser uma opção a ter em conta, embora possam considerar outras entradas na série, como os episódios mais recentes.

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Ys Origin

PS4, Xbox One, PC, Nintendo Switch

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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