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Produtores de Samurai Shodown gostariam de trabalhar num novo "fighting game"

Um jogo moderno em formato Blu-ray.

A SNK foi outrora um dos grandes players do mercado de videojogos, tendo contribuído decisivamente para o seu desenvolvimento, especialmente no sector das arcadas, no Japão, onde desempenhou um papel relevante.

A sua herança ainda hoje é valorizada, tanto que a SNK continua no activo, tendo o ano passado lançado um novo jogo da icónica série King of Fighters (XIV).

No entanto, a gigante de Osaka não tem hoje a mesma dimensão que tinha no começo dos anos 90, quando entrou em propulsão. Depois da falência na viragem do milénio, muitas das equipas abandonaram a companhia e perdeu-se grande parte do núcleo de produção.

O site Polygon, por ocasião da Tokyo Game Show 2016, conseguiu um contacto privilegiado com membros da antiga SNK que trabalharam no desenvolvimento da série Samurai Shodown, uma das mais importantes franquias de luta.

James Mielke conseguiu conversar com Yasushi Adachi, o então criador, produtor e director da série Samurai Shodown, responsável pela série até ao episódio IV (Amasuka's Revenge).

Numa extensa entrevista recheada de pormenores e histórias sobre o desenvolvimento do jogo de luta com armas, bem como outras considerações sobre como era produzir nos "loucos" anos noventa, quando não existiam pesquisas de mercado, ficamos a saber que Adachi não acatou o conselho de um grupo de pesquisa interno da SNK que entendia que o golpe de katana de Haohmaru retirava demasiada vida ao adversário. Diz que hoje provavelmente faria diferente mas naquela altura pareceu-lhe o mais certo.

Da quase inexistência de orçamentos até às ideias que simplesmente mereciam acolhimento e os projectos ganhavam luz verde, só no fim dos anos noventa é que a SNK passou a restringir as produções, impondo uma série de critérios para os jogos em desenvolvimento avançarem.

Haohmaru é uma personagem por demais conhecida, mas existem outras bem peculiares como o ancião Nicotine Caffeine, um nome que o ex-director da série considera ter derivado da sua disposição para beber cafés e fumar cigarros enquanto trabalhava.

Hoje, Yasushi Adachi é CEO num estúdio chamado Engines, sendo que trabalham com ele muitos membros da equipa Samurai Gumi (Gumi em japonês quer dizer equipa) e até pessoas que trabalharam noutras franquias.

Não tendo recebido o contacto da SNK para criar um novo desenvolvimento da série Samurai Shodown, o antigo programador da SNK manifesta interesse em desenvolver um novo jogo de luta, contemporâneo e com novas ideias, para o formato Blu-ray, até porque se aproximam os 25 e 30 anos da série.

Isto e muito mais pode ser lido numa longa entrevista que deixará os fãs da SNK e de Samurai Shodown presos a cada palavra.

Ficamos também a saber porque a SNK apresentou arte diferente na capa de todos os jogos. Adachi explicou que isso não estava a cargo da equipa de produção mas sim nas mãos de outras pessoas que a cada nova edição optavam por entregar a tarefa a diferentes elementos ligados à arte, o que justifica as muito diferentes capas dos cinco jogos Samurai Shodown.

Curiosamente, o último jogo lançado pela SNK, já rebaptizada de Playmore, foi Samurai Shodown Zero Special, para a Neo Geo AES. A equipa de produção não foi a Samurai Gumi, mas no manual de instruções podia ler-se uma mensagem de despedida e de agradecimento pelo apoio ao longo de quase década e meia.

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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