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Arms: profundo jogo de boxe - Antevisão

Uma boa surpresa no alinhamento de jogos da Switch.

Podendo ser visíveis algumas influências do jogo boxe de Wii Sports e até Punch-Out, Arms é um jogo de combate tridimensional em arenas, no qual duas personagens lutam entre si desferindo potentes socos através de um sistema extensível que permite atacar à distância. Consiste numa nova IP, que terá a sua estreia no segundo trimestre de 2017, para a Nintendo Switch. Depois de Splatoon, a Nintendo parece disposta a cimentar a vertente competitiva. No evento de apresentação, o espaço reservado a Arms era significativo, tendo sido até preparado um estrado numa zona ampla para visibilidade de todos os que por ali passavam.

A lista de jogos de lançamentos da Switch está por enquanto reservada a 5 títulos. Arms será lançado mais adiante e integra a estratégia da Nintendo em garantir que os utilizadores da Switch terão opções ao longo do ano, nos meses posteriores ao lançamento. Seria interessante ver um jogo com esta dimensão no lançamento, mas neste caso a Nintendo estaria a aniquilar as oportunidades para outros jogos encontrarem a sua sorte e terem alguma visibilidade.

Os comandos por movimentos estão bem mais fluídos e precisos. A acção é muito rápida e o design deveras convincente.

Pelo que vimos no espaço dedicado a Arms no Eventim Apollo, este jogo será uma das grandes apostas da Nintendo. As minhas suspeitas que este seria um combate na terceira pessoa com sistema de comandos por movimentos, com a simplicidade com que lidávamos em boxe no Wii Sports, depressa caíram por terra. Arms recupera os comandos por movimentos, através da colocação dos Joy-Cons nas mãos do jogador (um para a direita e outro para a esquerda). No entanto, assim que mergulhamos no "tutorial" do jogo, depressa nos apercebemos da profundidade e complexidade do sistema. As habilidades são inúmeras e diferenciadas que é quase impossível assimilar tudo apenas num primeiro contacto.

Claro está que ao jogarmos contra o nosso adversário, o primeiro confronto foi uma sova literal, sem grande capacidade de resposta. Fomos para um segundo desafio com mais algumas ideias sobre como gerir o combate e apesar do sucesso num "round", o resultado não foi o melhor e acabamos vencidos, mas o potencial deste sistema de combate é bem maior. Claro que com algum hábito e treino depressa subiríamos de nível ao ponto de atacar o adversário com mais eficácia. O sistema é aparentemente simples, só que as diferentes habilidades e golpes não se entranham facilmente.

Começamos por colocar os Joy-Con em cada um das mãos, agarrando-os na posição vertical, sem acesso aos botões analógicos. O movimento da personagem em arena é operado através da inclinação dos comandos para a direita ou para a esquerda. Efectuar o movimento de uma mão como se estivessem a realizar um soco implica que da vossa personagem o braço se transforme numa mola, podendo atingir o adversário. Este é o ponto de partida, o básico que há para saber sobre Arms. A partir daqui podem partir para um conjunto de habilidades mais avançadas. O sistema de movimentos é bem mais fluído, com uma melhor sensação de resposta dos comandos às viragens.

Dois jogadores podem lutar entre si em ecrã dividido, mas isso implica mais um par de Joy-Con's.

Desde logo porque deslocando o Joy-Con num movimento interior (para dentro), o braço extensível desenvolve uma trajectória curva. Podem realizar isto em simultâneo com os dois Joy-Con ou apenas com um deles. Outras opções como o "dash" e o salto, são realizadas premindo respectivamente o gatilho L do Joy-Con na mão esquerda e o R do Joy-Con na mão direita. Para aplicarem um soco mais forte e potente terão que carregar o braço, apertando o botão L do Joy-Con esquerdo durante algum tempo (largam para o soco em disparo). A acção defensiva em jeito de protecção contra as investidas do adversário é realizada voltando os dois comandos para dentro. O aprisionamento do rival, envolvendo os dois braços no seu corpo, como forma de o preparar para um ataque próximo, opera-se afastando para a frente os comandos.

Como sucede em múltiplos jogos de combate (beat'em ups), também aqui existe uma barra que carrega à medida que desferimos golpes e atingimos o adversário. Quando a barra estiver repleta os botões ZR e ZL permitem desferir uma série de socos em fúria, causando bastante dano no rival. A produtora aplicou o sistema de pedra papel e tesoura, que significa que os lançamentos superam os bloqueios que superam os murros que atingem através dos lançamentos, um esquema circular que torna as batalhas de proximidade mais estratégicas, rápidas e com uma grande profundidade.

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Destaque para as cinco personagens identificadas na demonstração. Cada uma possui um conjunto de habilidades e vulnerabilidades que as separam das demais. O design é espectacular, assente num maior realismo quando comparado com as influências, neste quadro um pouco mais limitadas. Todas as personagens podem ser personalizadas quanto aos seus braços, através de equipamento diverso, tanto para o braço direito como esquerdo.

A dificuldade na adaptação imediata revela que Arms é um jogo bem mais complexo e mergulhado num processo de desenvolvimento mais sólido, capaz de proporcionar múltiplas competições e ganhar uma identidade crescente no quadro dos jogos por movimento. Esse é talvez o maior desafio, a preponderância que pode daqui emergir. A Nintendo refere que haverá combates online. Numa televisão, dois jogadores podem jogar contra si em ecrã dividido, sendo porém necessários mais dois Joy-Con. Isto leva a que o oponente os tenha ou o utilizador da Switch tenha mais dois comandos. Seja como for, Arms pode muito bem conseguir o seu espaço no mercado dos jogos de luta e transformar-se numa boa surpresa.

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Arms

Nintendo Switch

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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