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Total War: Warhammer - Análise

Um regresso em grande.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Total War: Warhammer consegue uma harmonia entre mundos distintos, unidos por um denominador comum, a arte da guerra.

Depois de anos a ser arquitetado, chega finalmente o muito aguardado Total War: Warhammer, um vínculo entre a aclamada série de estratégia por turnos Total War e o fabuloso mundo de fantasia de Warhammer. Foi no final de 2012 que se ficou a saber deste enlace entre a Sega e a Creative Assembly para a produção duma trilogia baseada nestes dois eternos domínios. A caminhada foi longa, mas a espera provou ser recompensadora.

A expetativa era imensa, os fãs de Warhammer são exigentes e muitos duvidaram da capacidade da Sega em entregar uma experiência única e sem os problemas do passado, ligados aos vários títulos dos últimos anos, mais recente a Attila e Rome II. Ao abraçar este mundo de fantasia a Creative Assembly consegue ter em mãos um diamante bem lapidado, com imensas possibilidades. A base é rica, com a experiência e com as mecânicas adquiridas ao longo dos anos é mais que expectável que o resultado alcançado seja de elevada qualidade. Absorver estes novos elementos obriga a inclusão de novas variáveis, como magia, unidades voadoras, capacidade de ressurreição de unidades, que alteram a nossa abordagem e exige uma nova aprendizagem. Já era tempo de Total War se reinventar, este ar fresco dado através desta parceria consegue esse efeito, sem quebrar as suas bases fundamentais muito próprias.

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O jogo apoia-se em cinco classes, The Empire, Dwarfs, Greenskins, Vampire Counts, e Warriors of Chaos, sendo que a última inicialmente disponibilizada de forma gratuita a quem fez a pré reserva do jogo. Cada fação possui as suas próprias unidades, os Vampire Counts têm zombies, esqueletos, morcegos, lobisomens e muitos mais. Cada raça com os seus pontos fortes e suas debilidades, e cabe ao jogador decidir como quer jogar, escolhendo a mais apropriada à sua abordagem. Se queremos força bruta há que depositar a nossa fé nos Greenskins. Se a nossa propensão é por um exército de criaturas destemidas e que ignoram a dor, então os Vampire Counts são a nosso recurso. De salientar que todo este vasto número de unidades, sejam elas as mais básicas até aos Legendary Lords, confirmam um excelente equilíbrio entre si, nas batalhas é tudo muito evidente, as diversificadas possibilidades estão bem interlaçadas com todos os elementos de cada fação, um feito de enaltecer.

Cada campanha iniciada possui objetivos para se alcançar a desejada vitória, diversificados para cada uma das fações e para os respetivos Legendary Lords, que são dois para cada uma. Ao longo da mesma surgirão missões que podemos considerar de secundárias, que exigem ao jogador efetuar determinadas ações para assim obter saborosas recompensas, como por exemplo artigos que conferem atributos aos Lords. Para além da campanha a solo, temos também a possibilidade de nos aventurar na vertente online, em cooperação ou em embates diretos. Ainda existe outra opção, que são as batalhas únicas já predefinidas para cada fação, estas consistem em completar determinados objetivos para alcançar a vitória. Também podemos construir as nossas batalhas, jogar contra a IA ou online contra outros jogadores. O multiplayer é uma boa forma de testar as nossas capacidades, comparar com outras pessoas, saber se a nossa forma de jogar está bem capacitada.

Para os recém-chegados a esta série, tudo parecerá demasiado complicado, a informação a assimilar é imensa, mas nada como persistir e ir lentamente aprendendo com os erros e tendo sempre em atenção o que nos é dito pelo nosso conselheiro. Há que ter atenção a todas as descrições do que vamos seleccionar para evoluir, sejam edifícios e até habilidades passivas e não passivas dos nossos elementos de hierarquia superior. Tudo o que se faz repercute-se em ações futuras, é manifestamente evidente nas batalhas que determinada habilidade promove o que esta descreve, sendo um factor real e não apenas um adorno sem sentido.

"Uma parte importante, que já sucedia nas incursões anteriores de Total War, é a diplomacia. Podem sempre tentar conquistar tudo e todos, ser um tremendo líder e sozinho derrotar todas as fações, sendo esse desafio colossal."

Uma parte importante, que já sucedia nas incursões anteriores de Total War, é a diplomacia. Podem sempre tentar conquistar tudo e todos, ser um tremendo líder e sozinho derrotar todas as fações, sendo esse desafio colossal. Como em tudo, é importante saber lidar com os adversários/inimigos, formar alianças, tratados, ajudar quem nos prometeu auxiliar, e saber lidar com todas estas variáveis numa linha de equilíbrio muito ténue, em que um passo em falso poderá desencadear a revolta daqueles que nos apoiam, e assim desmoronar um império.

Na hora das batalhas, continuamos a poder selecionar uma resolução automática ou tomar a rédeas da mesma. Iniciamos a disposição das unidades e está lançado o caos, num sentido positivo. Os elementos de magia são parte bem integrante das batalhas, sem que sejam demasiado dominadores. Estão na medida correta, a sua utilização é limitada pelo consumo de recursos que são regenerados com a lentidão apropriada no decurso do embate. Como é apanágio, numa batalha nem sempre ganha quem tem mais unidades, mas sim quem tira partido das mesmas e do cenário onde ela se desenrola. Posições mais elevadas proporcionam vantagem, as florestas servem para esconder unidades e dessa forma preparar ataques surpresa. Também temos que saber os pontos mais vulneráveis do adversário, segundo a fação que estamos a defrontar. É aconselhável um conhecimento de todas as fações, já que a variedade nunca foi tanta, essa é uma imagem marcante desta nova página do universo Total War.

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Na parte relacionada com a performance, há que ser sincero, não é para todos os tipos de hardware. A qualidade visual que se consegue alcançar tem o seu custo, com hardware de média/alta gama a ser necessário. Os pormenores visuais são de agrado, com bom detalhe dos edifícios, das unidades, do campo de batalhe e até do tabuleiro de jogo. Está criado um ambiente digno da obra em si. As animações também estão a condizer, faltando apenas uma pitada mais visceral naqueles embates mais caóticos. Warhammer é sinónimo de brutalidade, desmembramentos, sangue, não existe isso aqui, sente-se a falta desse fragmento, que tornaria esta experiência ainda mais voluptuosa. Há que apontar também os tempos de carregamento, seja quando iniciamos o jogo e mesmo na passagem para o campo de batalha, quebra um pouco o ritmo, sente-se um entrave, desassocia ligeiramente a parte de gestão com a da ação em batalha. Ter em conta que instalar o jogo num disco SSD ajuda muito a diminuir esses tempos de espera.

Total War: Warhammer é uma aposta arrojada com uma sublime concretização, regressa em grande e faz renascer o que já foi em outras eras. Não isento de problemas, mas estes são largamente suplantados pelos seus atributos. Um título com dezenas de horas de jogo, que não pode faltar lá em casa, para os amantes da estratégia e não só. A plataforma PC continua a regenerar-se e a contradizer os mais pessimistas, contribuindo em larga escala para a progresso deste modo de vida.

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Adolfo Soares

Director

É o nosso homem do PC, por isso qualquer coisa é com ele. É também responsável pelo Eurogamer, bem como dá uma perna nas notícias.
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