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Star Wars: The Force Awakens - Análise (Sem Spoilers)

Déjà vu.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Embora siga demasiado as pegadas do primeiro filme, The Force Awakens é um déjá vu bem-vindo, que nos recorda por que gostamos de Star Wars.

A Força está sem dúvida presente em Star Wars: The Force Awakens. Após as conturbadas prequelas realizadas por George Lucas, que mancharam a reputação estabelecida pela trilogia original, foi com um misto de ansiedade, receio, e elevadas expectativas que milhões de fãs se dirigiram aos cinemas de todo o mundo para assistir ao regresso aos grandes ecrãs de uma saga que se tornou maior do que alguém poderia ter previsto em 1977, aquando da estreia do primeiro filme. Felizmente, depois de duas horas e alguns minutos, com os créditos já a rolar, o receio tinha-se dispersado e um só a sensação de alegria permanecia. Star Wars voltou e o seu regresso não poderia ser melhor.

É difícil imaginar o peso da carga colocada nos ombros de J.J. Abrams, o realizador que tinha a responsabilidade de revitalizar e de continuar a história de uma das sagas mais adoradas do cinema. É igualmente difícil quantificar o hype gerado pelos trailers nos meses que antecederam a estreia. Os trailers mostravam o suficiente para captar a nossa atenção, mas intencionalmente deixavam muito por revelar. É uma fórmula recorrente de The Phantom Menace, que se tornou numa das maiores desilusões e num dos filmes mais odiados desta saga. Contrariamente à primeira prequela. The Force Awakens não desilude nem fica atrás de A New Hope, o começo da saga.

Apesar do novo realizador, e de George Lucas ter sido afastado em grande parte do novo filme, The Force Awakens demonstra um tremendo respeito pela trilogia original. Há novas personagens principais como Rey, Finn e Kylo Ren, mas as antigas têm um papel igualmente forte no enredo. Também há a questão estética. The Force Awakens condiz, seja nas roupas das personagens, naves e outros adereços do cenário, com a trilogia original, apresentando um visual retro-futurista. Este era um dos problemas das prequelas, que embora acontecessem no passado, pareciam mais futuristas do que os filmes originais. As prequelas também estavam sobre-carregadas com efeitos especiais, algo que não acontece em The Force Awakens, cuja qualidade de imagem é mais natural e limpa.

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Aqueles que conhecem bem o primeiro filme vão detectar as semelhanças de Force Awakens logo na primeira meia-hora de filme. De facto, são mais as semelhanças do que as diferenças. Parece evidente que nem J.J. Abrams nem a Disney quiseram arriscar na fórmula de The Force Awakens, que segue os passos de A New Hope. Ainda assim, este é um filme diferente e uma peça essencial para estabelecer e avançar com a nova narrativa de Star Wars. No final, há mais perguntas que respostas, deixando-nos ansiosos para a continuação que está agendada para 2017. Até lá, os fãs apenas podem especular, mas fica a ideia que os escritores do novo filme se inspiraram no universo alargado, que curiosamente deixou de fazer parte do canon depois da saga Star Wars ter sido comprada pela Disney.

Diferente de Hayden Christensen, conhecido pela sua má prestação no papel de Anakin Skywalker, tanto Daisy Ridley (Rey) como John Boyega (Finn) tiveram prestações fantásticas que ajudaram as suas personagens a integrar-se neste universo. Ao longo do filme, a dupla partilha pequenos momentos cómicos mas também momentos alta tensão e emotivos, criando um laço e química bem visível por aqueles a assistir. Oscar Isaac, que faz o papel de Poe Dameron, o piloto maravilha da resistência, também tem os seus momentos altos, principalmente quando está a pilotar um X-Wing.

Rey e Finn formam uma excelente dupla. Ao contrário de Anakin e Padmé, estes dois têm química.

Quanto a Kylo Ren, o novo vilão e um sith que venera Darth Vader, ambíguo é a melhor forma de o descrever. Mas uma coisa é certa, esta nova personagem é incrivelmente poderosa, exibindo poderes nunca antes vistos em nenhum dos filmes, e não tem problemas de fazer qualquer coisa para seguir adiante com os seus planos. Comparações com o Darth Vader são escusadas, porque apesar de Kylo Ren querer terminar o que Darth Vader começou, como diz num dos trailers, e de até usar uma máscara, são personagens distintas. Com a máscara posta, e com a sua voz modificada, Adam Driver consegue passar uma imagem assustadora de Kylo Ren, todavia, quando tira a máscara, o actor não consegue passar uma imagem tão forte enquanto vilão.

"The Force Awakens compila nas suas duas horas tudo aquilo que os fãs desejavam"

The Force Awakens também é uma oportunidade para voltar a ver antigas personagens, ausentes do cinema desde The Return of the Jedi (1983). O destaque vai para Harrison Ford, que apesar de não fazer de Han Solo há mais de 30 anos, mostra que calçar as botas da personagem é como andar de bicicleta, nunca se esquece. E não esquecer o seu companheiro Chewbaca, que embora fale numa língua que ninguém consegue compreender, é também bem-vindo. Enquanto isto, Carrie Fisher voltou a interpretar o papel de Leia. A actriz não tem o mesmo calibre nem carisma de Harrison Ford, pelo menos em The Force Awakens, no entanto, deixou de ser uma personagem tão activa como era na trilogia original.

Como um filme de Star Wars, The Force Awakens compila nas suas duas horas tudo aquilo que os fãs desejavam: Lutas de sabres de luz , combates espectaculares entre naves, novas personagens carismáticas, o regresso de antigas e adoradas personagens, e uma continuação da história de Return of the Jedi. O filme consegue fazer isto tudo mantendo-se são, sem cometer os mesmos erros que George Lucas cometeu com as prequelas. Cronologicamente, o filme decorre cerca de 30 anos depois da derrota do império, pelo que há muito que ficou por contar sobre o que aconteceu nesse período. As respostas para as nossas perguntas serão certamente respondidas nos próximos filmes, mas enquanto filme que dá início a uma nova trilogia, The Force Awakens estabelece fortes fundações para novas aventuras épicas neste universo.

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