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Cities: Skylines - Análise

A salvação dum género.

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Formula clássica modernizada que consegue surpreender pela simplicidade. Vão queimar muitas pestanas na criação da Cidade dos Vossos Sonhos.

É com relutância que pegamos em mais um título dedicado à construção e gestão de cidades virtuais, depois de desastres como o último SimCity e o recente Cities XXL. O que mais se nota em muitos dos géneros é a falta de caminhos que levem a novas experiências jogáveis, existe uma dificuldade em criar algo que tenha uma concreta tentativa de fazer melhor, e o espaço para inovação tem vindo a diminuir ao longo dos anos.

Cities: Skylines foi anunciado em agosto de 2014 pela Paradox Interactive, e está a ser desenvolvido pela Colossal Order, os mesmos de Cities in Motion, jogo dedicado à gestão das redes de transporte duma cidade. Não foi fácil conseguir financiamento por parte da produtora, mas o empenho da equipa deu os seus frutos, e prometem continuar a trabalhar no jogo mesmo após o seu lançamento.

Como a própria Colossal Order diz, Skylines é uma abordagem moderna a uma temática clássica. Como é óbvio, tudo começa com a escolha do nome para a nossa cidade e a sua localização, que determina quais os recursos naturais existentes. Inicialmente o terreno disponível é de certa forma de boa dimensão, há espaço para criar uma cidade enorme, com tudo a que esta tem direito. Mas não se fica por aqui, posteriormente esse terreno pode ser alargado com a aquisição, mediante o pagamento dum determinado valor, de mais zonas para construção. Dessa forma, o espaço disponível aumenta extraordinariamente, fica assim aberto o caminho para a criação duma metrópole.

Mas será que há assim tanta diferença entre Skylines e os antecessores do género? Uma resposta direta é não. As bases são as mesmas, mas a implementação das ideias é feita com diferentes ângulos. É de notar a simplicidade com que nos adaptamos à sua forma de trabalhar, com muitas ideias transportadas dos seus homólogos, as boas ideias claro. Depois temos um interface simples e muito intuitivo, de fácil acesso a todas as informações imprescindíveis. Não há cliques desnecessários para chegar a determinado esquema de apresentação de dados. Queremos saber o estado da utilização da energia, com um simples clique entramos na janela de dados e ao mesmo tempo as várias opções de construção. Tudo simples e muito eficaz.

Progredimos com naturalidade, seguindo as exigências da cidade. Energia, rede de água e esgotos, acessibilidades e mobilidade, serviços de saúde e educação, segurança e os sempre presentes bombeiros. Nada de novo aqui, tudo comum e já muito experimentado no passado. Mas o que afasta Skylines do que já foi conseguido é a simplicidade da execução e do prazer retirado a cada progresso. O sistema de evolução está elaborado para se desbloquear determinadas infra-estruturas com o alcance de determinados patamares populacionais e não só. Tudo em sintonia com o que vai sendo necessário, em paralelo com as exigências da cidade.

Ao atingirmos uma dimensão considerável, com população acima dos 30 mil habitantes, somos confrontados com a necessidade de reorganizar determinadas zonas, como alterar sentidos do transito, melhorar as estradas colocando sentidos únicos e mais faixas de rodagem. Mesmo tendo o terreno totalmente preenchido há sempre algo a fazer, melhorar. Recolocar zonas industriais é de tamanha importância, afastar a poluição das urbanizações é um ponto a ter em atenção. Há que estudar os recursos naturais e elaborar um plano para os explorar.

É aqui que entram os tão importantes Distritos, que são zonas criadas por nós dentro do espaço de construção. Como exemplo temos a construção duma zona industrial dedicada apenas à indústria florestal, sendo este recurso natural necessário estar presente nessa mesma área. Criamos a respetiva zona e inserimos políticas específicas, determinamos que apenas serão permitidas explorações dedicadas à indústria em questão. Os distritos são muito úteis, pois permitem criar políticas bem específicas e pormenorizadas para cada zona da cidade.

Com a cidade num crescimento saudável, é tempo para aperfeiçoar cada recanto, há sempre lugar para alterações. Esta tarefa requer muito da nossa atenção, há que investigar os locais problemáticos, estudar soluções em sintonia com as opções disponíveis. É uma luta constante de aperfeiçoamento até se atingir o estatuto de Cidade dos Nossos Sonhos. Mas avisamos, isso não existe, nunca estamos satisfeitos com o que temos, é assim o ser humano.

Existem particularidades em determinadas opções que deveriam ser alteradas. Como exemplo temos o orçamento disponibilizado para a educação. Aqui não existe opção de selecionar individualmente as diferentes infra-estruturas. Não se consegue diferenciar o dinheiro gasto nas escolas fundamentais, ensino secundário e universidades. Está tudo englobado, há sempre a possibilidade de se esbanjar recursos desnecessários em uma das três. O mesmo se passa com o sistema de saúde, transportes, água e saneamento. Este ponto deveria sofrer uma reformulação.

Os amantes de modificações podem ficar descansados, essa é uma possibilidade em Skylines. Podem desenhar edifícios, criar cidades, alterar a paleta de cores, e muito mais. Terão a possibilidade de partilhar com a comunidade, sejam as criações e até as vossas cidades e jogos salvados.

Relativamente ao motor gráfico, o Unity, não esperem um grafismo de ponta, mas cumpre perfeitamente com as exigências atuais. A performance está bem aceitável, mas necessitam dum computador com bons recursos de hardware. Nós jogamos num i5-3570 com 12 GB de Ram em SLI GTX670, com a resolução 1440p. De notar que até há data da análise não existe suporte SLI, o que no nosso caso impulsionaria a performance.

De referir que o jogo está traduzido para português, mas com bastantes falhas. Existem menus que ainda estão um inglês, outros que nem aparece descrição da sua funcionalidade, algo que deverá ser corrigido com atualizações posteriores ao lançamento.

É surpreendente a qualidade de Cities: Skylines, para um jogo que está à venda no Steam por apenas 27,99€. É evidente o empenho da Colossal Order em entregar algo com qualidade, com um sabor fresco, com evidentes sinais de evolução dum estilo clássico. Recomendamos a todos os que anseiam por uma alternativa credível a SimCity.

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Cities: Skylines

PS4, Xbox One, PC, Mac, Nintendo Switch

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Adolfo Soares

Director

É o nosso homem do PC, por isso qualquer coisa é com ele. É também responsável pelo Eurogamer, bem como dá uma perna nas notícias.

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