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Nintendo ganha em 2014 mas terá a Wii U chegado ao pico?

Como será 2015 para a consola?

A Nintendo Wii U foi lançada a 30 de Novembro de 2012 na Europa, umas semanas antes do Japão e umas depois da América do Norte, e desde então tem estado envolta em intensa controvérsia. Apesar da entrada inicial e antecipada numa nova geração permitir antever um avanço potencialmente vantajoso, na verdade a falta de apoio de grandes editoras como a Electronic Arts ou Ubisoft, aliado ao poder técnico inferior da consola perante a Xbox One da Microsoft e PlayStation 4 da Sony, deixou a consola nas ruas da amargura. Isto resultou em vendas muito abaixo do expectável que reflectiam uma certa falta de interesse por uma plataforma com um preço visto como elevado e sem uma boa quantidade de jogos que motivassem a sua compra.

No jogo da quantidade vs. qualidade alguma coisa tem que ceder e aparentemente algo se tornou quase consensual, tirando alguns devotos fãs da Nintendo que sempre a acompanharam, o preço da plataforma não justificava a sua compra. Afinal de contas, seria um valor muito alto para uma consola "companheira" a uma outra principal já que não iria receber uma grande parte dos principais jogos. Aliamos a isto a qualidade abaixo do desejado para os poucos AAA, de outras editoras além da Nintendo, que foram lançados na Wii U e os jogadores ficaram perante uma consola que parecia estar algures entre a anterior geração e esta nova. No entanto, em 2014, a Nintendo foi capaz de oferecer um dos seus mais espectaculares anos e com a ajuda da Nintendo 3DS, foi capaz de se tornar na grande vencedora deste ano que agora terminou.

"Ainda assim, as razões para festejos podem ser poucas pois ficam no ar duas questões: terá sido este o pico da Wii U? Como será o ano de 2015 para a Nintendo no geral?"

Os dados oficiais mais recentes, de Outubro, dizem-nos que foram vendidas mais de 7.3 milhões de consolas nestes dois anos de vida e sem qualquer sombra de dúvida que este 2014 foi o melhor ano para a mais recente consola caseira da Nintendo. Ainda assim, as razões para festejos podem ser poucas pois ficam no ar duas questões: terá sido este o pico da Wii U? Como será o ano de 2015 para a Nintendo no geral? Podemos dizer que a Xbox One e a PlayStation 4 passaram por uma fase menos interessante, podemos dizer morna. Ao contrário do que todos os consumidores esperavam, a Microsoft e a Sony não pareciam ter todo um planeamento preparado e foram sobrevivendo no ano com relançamentos de jogos digitais da geração anterior ou remasters de clássicos consagrados há menos de um ano! Pelo seu lado, a Nintendo aproveitou para lançar fortes exclusivos que venderam consolas e afirmaram a sua incrível categoria para desenvolver jogos.

Uma passagem pelo agregado no Metacritic mostra que entre as 3 fabricantes de consolas, a Nintendo teve a melhor prestação e foi a única que manteve o lugar. Enquanto a Sony desceu de terceiro para quinto e a Microsoft desceu de segundo para sexto, a Nintendo manteve o seu quarto lugar mas também aqui temos uma outra forma de perceber até que ponto a Nintendo está vulnerável, apesar das suas forças. A Nintendo manteve o seu lugar mas à custa de si própria, com os seus exclusivos o que é de louvar mas acima de si estão as principais editoras, a Take-Two Interactive, a Ubisoft e a Electronic Arts, que são responsáveis pelos mais desejados jogos do ano e que teimam em não lançar esses altamente aguardados jogos na Wii U.

Logo podemos começar a formar uma ideia que apesar dos exclusivos Wii U serem muito procurados e da sua alta qualidade convencer muitos a comprarem as suas consolas, muitos mais são os que preferem procurar os jogos dessas três principais editoras e conciliarem a sua compra com a dos exclusivos Microsoft/Sony, procurando uma consola que permite isso. Isto é apenas uma simples leitura mas que ajuda a espelhar as vendas das três plataformas: 15 milhões para a PlayStation 4, 10 milhões para a Xbox One - sistema mais procurado na quadra Natalícia- e 7.30 milhões para a Nintendo Wii U que conta com um ano de avanço. Todos os sistemas tiveram um final de ano muito agradável e todas devem ser congratuladas mas fica a ideia que a Wii U poderá ter alcançado um pico e que 2015 será altamente importante para o departamento de planeamento e estratégia da Nintendo enquanto a Microsoft e a Sony tiveram resultados inacreditáveis num ano de transição e testes de mercado.

Como diz Paul Tassi no seu artigo para a Forbes, os argumentos da Nintendo para a Wii U podem começar a escassear pois os multi-plataformas têm melhor performance nos outros sistemas e os exclusivos podem não ser o suficiente para cativar os consumidores -além dos fervorosos adeptos Nintendo- enquanto nos outros sistemas temos uma conciliação muito mais harmoniosa entre AAA exclusivos e multi, sem mencionar os lançamentos digitais e independentes.

"Os argumentos da Nintendo para a Wii U podem começar a escassear pois os multi-plataformas têm melhor performance nos outros sistemas e os exclusivos podem não ser o suficiente para cativar os consumidores"

Para 2015 temos a possibilidade do anúncio de um novo modelo da Wii U com várias alterações -além das físicas- para em jeito de relançamento que aproveita um bom catálogo tentar chegar a novas audiências, a possibilidade de anunciar um nova consola não parece válida passados apenas dois anos, e uma possível continuação da actual estratégia: agarrar todos os multi que as editoras estejam dispostas a lançar e fortalecer o catálogo com exclusivos internos frutos de uma forma de pensar que mais ninguém além da Nintendo consegue. Nesta lista temos grandes jogos a caminho.

The Legend of Zelda Wii U, Splatoon, Xenoblade Chronicles X, Yoshi's Woolly World, Kirby and the Rainbow Curse, Star Fox Wii U, Mario Party 10, Mario Maker, Shin Megami Tensei X Fire Emblem, e Devil's Third são alguns dos principais títulos já anunciados e esperados para 2015 na Wii U como exclusivos. Tendo em conta a estratégia da Nintendo de dar espaço para os seus jogos respirarem e crescerem nos mercados, facilmente percebemos que os donos de uma Wii U vão ter um ano incrível mas e quanto aos que querem algo mais do que apenas os jogos vindos de Kyoto?

Aqui a actual situação deverá persistir e enquanto a Nintendo solidifica a Wii U como uma plataforma simplesmente obrigatória para quem ama os seus videojogos, poderá não conseguir ir muito mais além do que já foi. Lançamentos como Super Smash Bros. Wii U e Mario Kart 8 conseguiram conciliar sucesso comercial com críticas altamente favoráveis enquanto outros jogos como Bayonetta 2 não conseguiram converter para vendas o que um produto da sua qualidade merecia. Recorrendo novamente ao famoso agregado, confirmamos no Metacritic que entre os 25 jogos Wii U com melhor classificação em 2014, perto de metade são exclusivos da Nintendo, enquanto o resto se resumem a lançamentos independentes ou produções digitais de grandes editoras como Child of Light da Ubisoft.

Comparados com os exclusivos da Xbox One e da PlayStation 4, a Nintendo conseguiu nos seus exclusivos Nintendo Wii U uma qualidade que lhes assegura um lugar fácil entre os melhores do ano. Enquanto as outras tiveram dificuldades em lançar verdadeiros exclusivos de peso que se afirmassem, a Nintendo continuou a apostar em nomes fortes para dar continuidade às suas aclamadas séries e consagrar a sua mais recente plataforma caseira. Isto faz-nos acreditar que, contra tudo e contra todas as expectativas, a Nintendo ganhou em 2014, apesar de todas aquelas notícias de más vendas e falta de apoio ao longo do ano. No entanto, o poder dos AAA multi mostrou sem qualquer contestação que os jogadores procuram agora um sistema com o qual estão enraizados, uma marca com a qual cresceram -argumento que nas anteriores gerações era atirado à família Nintendo é agora uma realidade válida para Microsoft e Sony que tão bem o exploram já- mas com uma vertente social muito mais imediata e capaz além de uma diversidade mais forte entre exclusivos, lançamentos independentes, produtos unicamente digitais e AAA multi que nos fazem vibrar.

Em 2014, Mario Kart 8, Bayonetta 2, Super Smash Bros. Wii U, Hyrule Warriors, e Donkey Kong Country: Tropical Freeze foram 5 jogos capazes de ao longo de 12 meses deixarem os dedicados fãs da Nintendo ao rubro e foram provavelmente dos melhores exclusivos entre qualquer plataforma. Uma incrível diversidade, uma enorme diversão e uma boa maneira de tornar o catálogo Wii U muito mais apelativo. Por estas e por outras poderemos dizer que a Nintendo foi a produtora/fabricante/editora que melhor serviu os seus consumidores, não só ao lançar grandes jogos mas também no constante renovar das forças das suas maiores séries. Teve uma prestação que a Sony e a Microsoft simplesmente não conseguiram igualar e tal permite que 2014 seja seu mas agora quanto ao futuro apenas podemos supor.

Será que 2015 será um ano no qual poderemos dizer o mesmo? A quantidade pode não ser muita mas a qualidade é mais do que suficiente para manter a vida do sistema mas se a Nintendo continuar a deixar os seus exclusivos Wii U sem a companhia de grandes produtos dos mais aclamados estúdios externos, poderá correr o risco de não sair do sítio. Num terceiro lugar que não conseguiu de forma alguma evitar com um ano de avanço. Por enquanto, pode desfrutar deste incrível ano de 2014. Quanto à pergunta no título, diria que sim: a Nintendo poderá continuar a inovar com algumas novas mecânicas de jogo mas o GamePad poderá não oferecer muito mais do que aquilo que já vimos e mesmo com a apresentação de outras séries como Zelda ou Starfox, o percurso da consola não se deverá afastar muito do que já vimos em dois anos.

A isto temos que juntar a noção que a Microsoft e a Sony estão agora a preparar o regresso de grandes séries suas, a criar novas propriedades intelectuais e que os seus serviços digitais são casa de grandes produções. A lista de lançamentos para a Xbox One e PlayStation 4 é igualmente incrível em termos de exclusivos e nestas plataformas temos a companhia desses AAA multi que vendem sistemas portanto 2014 poderá ter sido um inesperado favorável resultado para a Nintendo.

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