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Super Toy Cars - Análise

Carro dos bombeiros.

Com estúdio em Zaragoza, a Eclipse Games é uma pequena produtora independente espanhola ainda a dar os primeiros passos. A equipa não é muito extensa mas possui elementos dedicados em tornar realidade novas experiências interactivas, a partir de géneros clássicos e sem perder de vista trajectos alternativos e originais. Tendo lançado jogos como LightFish e EcoFish, Super Toy Cars é talvez o seu trabalho mais sonante realizado até à data, com versões para ao PC e Mac já editadas, precedendo o ingresso na eShop da Nintendo Wii U.

Super Toy Cars tem por influência os antigos jogos de corridas arcade, com muitos power ups que transformam os carros em máquinas de combate, preparadas para fazer explodir o veículo precedente que teima em manter a posição. A estética do jogo assenta num realismo significativo mas sem perder de vista uma descrição dos carros e cenários envolventes como se fossem brinquedos. No fundo e olhando para as mais recentes produções, parece uma mistura de Micro Machines com Mod Nation Racers e F1 Race Stars, com tudo o que de bom e mau estes jogos proporcionaram.

Do ponto de vista dos visuais, Super Toy Cars deixa bons sinais para uma produção eShop de baixo custo e por aí até recebemos o jogo com algum optimismo. A conjugação de cores é eficaz e a estética é interessante. O problema começa quando premimos o botão destinado ao acelerador e verificamos uma manifesta falta de velocidade, que infelizmente não é debelada mesmo quando escolhemos um carro mais potente, à partida capaz de ser superior aos restantes. Para agravar, a física apresenta graves problemas que mancham significativamente a marcha das corridas, com pequenos "encostos" ao muro a causarem a imobilização quase completa do carro.

Piso escorregadio.

Além disso, os contactos com outros veículos, numa secção mais disputada da pista, provocam exactamente o mesmo efeito, o que não é só extremamente desagradável, como mesmo a baixa velocidade e com o travão activo, o efeito persiste, o que nos obriga a fugir de qualquer adversário e evitar todo o contacto durante toda a corrida, pressupondo a passagem pela meta na primeira posição. A "frame-rate" revela também grande instabilidade, com algumas quebras verdadeiramente prejudiciais e impeditivas de uma fluidez minimamente aceitável. É verdade que existem alguns efeitos interessantes como a chuva e outras partículas que invadem o ecrã, no entanto, isso não justifica a intermitência.

Ainda no que toca à jogabilidade, existe uma técnica algo similar ao drift de Mario Kart, curiosamente em vez de proporcionar uma derrapagem larga e prolongada o efeito causa uma completa surpresa, guinando o veículo para um dos lados e lançando-o de frente, o que significa que se estivermos próximos de uma barreira ou parede, somos imediatamente travados. Aquela que seria talvez a válvula de escape para lograr algum sucesso no capítulo da manobra dos veículos revela-se uma quase inutilidade, pois não só a perda de tempo é natural, como nem sequer proporciona um "feedback" positivo.

Ora, tanto a jogabilidade como a sensação de velocidade e "framerate", são requisitos essenciais para que uma experiência automobilística arcade seja bem sucedida e, acima de tudo, divertida. Derrubadas estas fundações, sobra muito pouco espaço para que alguém encontre aqui uma peça de divertimento genuína e bem destacada das demais. Super Toy Cars podia ser uma boa alternativa ao TNT Racers, também editado na Wii U, mas ao esgotar esta margem de progressão, nem os significativos modos de jogo expurgam as notórias limitações deste Super Toy Cars.

A campanha é o modo de jogo mais guarnecido. Composta por diversas competições que abrangem diferentes provas, o objectivo é recolher o maior número de pontos por prova, amealhando os pontos necessários para abrir a competição seguinte. Estas consistem em diferentes desafios, que podem ir da simples corrida, ao "time attack" e modo eliminação, que retira da corrida o último classificado, quando o relógio entra em contagem decrescente. Noutro desafio terão que fugir de minas colocadas em curvas e retas, muitas vezes com espaços apertados.

Qual o veículo que fará o salto mais comprido?

O vencedor da corrida é recompensado com pontos que pode depois aplicar em "kits" de potência e equipamentos que melhoram o desempenho do veículo, o que nalguns casos, modifica até o aspecto do carro. Em alternativa podem optar por comprar um diferente veículo. A oferta não é muito significativa mas abrange os carros mais comuns, como o desportivo, o fórmula, o dragster, o carro de ralis, o jeep, entre outros. Ressalvando algumas diferenças, em termos de aceleração e robustez, a condução, no seu essencial, mantém-se. Caso haja alguma saída de pista ou embate mais severo podem sempre premir um botão que reposiciona o carro em pista, pronto a acelerar, embora a perda de tempo seja inevitável.

Em termos de pistas, o jogo apresenta circuitos fechados, inspirados em construções de brinquedos, com secções alternativas, mas algo previsíveis. Nalguns casos o desenho é interessante. Existem rampas de lançamento que atiram os veículos mas importa ter atenção às armadilhas e obstáculos existentes como pequenas viaturas estacionadas nos limites da pista. A disponibilidade do editor de pistas permite remodelar e conhecer melhor esta construção, ainda que esteja longe de ser um editor amigável, sem instruções ou indicações. Outro modo disponibilizado é o "time attack", com o qual podemos conhecer melhor certo percurso e veículo.

Com opção para "multiplayer" até 4 jogadores ligados em rede local e possibilidade de ligação de outros periféricos como o comando Wii U pro e o Wii remote, é possível desfrutar deste jogo com amigos, no entanto Super Toy Cars está longe de ser uma experiência recomendada. Revela sérias limitações que seguramente farão a Eclipse Games eventualmente pensar numa sequela feita a partir de um novo motor gráfico.

4 / 10

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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