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Mario and Luigi: Superstar Saga - Wii U Virtual Console - análise

Mamma mia!

No seguimento dos inolvidáveis Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars para a Super Famicom e Paper Mario para a Nintendo 64, a Nintendo editou em 2003, exclusivamente para a GBA, mais uma aventura baseada no famoso universo de Super Mario, conjugando alguns elementos das plataformas com combates por turnos, típicos de um jogo de role play. Desenvolvido pela Alpha Dream e com a produção a caber a Shigeru Miyamoto, Mario & Luigi Superstar Saga é o primeiro de uma série de quatro jogos editados exclusivamente para as consolas portáteis da Nintendo, com o jogo mais recente (Mario & Luigi: Dream Team) a sair para a Nintendo 3DS.

Embora pleno de elementos relativos às personagens facilmente identificáveis pelos fãs dos jogos de plataformas de Super Mario, Superstar Saga destacou-se por trazer uma certa frescura e por proporcionar um arco narrativo mais firme e situado para lá do círculo de movimentação habitual dos protagonistas e vilões. Mas o toque mais distintivo conseguido pela Alpha Dream, foi precisamente o humor contagiante com que brindou constantemente o jogador, ora pelos contextos humorísticos em momentos concretos da aventura, ora pelos comentários das personagens à actuação do duo de protagonistas, num registo cómico verdadeiramente contagiante.

O típico sistema de combate por turnos.

Se do ponto de vista da narrativa e da natureza cómica dos diálogos, Superstar Saga produziu satisfação e surpresa, do ponto de vista do conceito e operação do sistema de combate por turnos, o jogo revelou-se consistente, especialmente no sistema de cooperação entre Mario e Luigi, com os poderes de ambos a resultarem em várias soluções adequadas a suprir múltiplos problemas. Além disso, toda a estrutura mais típica de um jogo de role play está lá, com muitos inimigos espalhados por diferentes cenários e um sistema de progressão de personagens e aquisição de experiência.

A produção de Shigeru Miyamoto foi relevante sob o ponto de vista da manutenção e representação dos elementos mais clássicos. Enquanto que até então Mario e Luigi eram conhecidos sobretudo pela sua movimentação sobre as plataformas, neste jogo a componente textual e narrativa ofereceu uma nova projecção às personagens, que permaneceram sem responder aos diálogos, usando apenas gestos para exprimir concordância ou desacordo, às vezes num italiano incompreensível. Mas desde a música, passando pelas reacções, movimentos, objectos e formas de contacto, rapidamente descobrimos que o jogo não promove uma nova identidade dos manos, revela uma diferente perspectiva e faz do humor uma peça-chave.

O equipamento das personagens pode ser alterado.

A narrativa não sendo revolucionária, é interessante. Na primeira hora junta quase todos os protagonistas do jogo são revelados e embora Bowser não tenha raptado a princesa, não é menos vilão só porque desta vez está disposto a ajudar Mario e Luigi na sua demanda, esperando que os dois recuperem a voz da princesa, pois quando isso acontecer, tornará a raptá-la. Aqui a vilã é Cackletta, que fazendo-se passar por uma embaixadora do Reino Beanbean, deixa a princesa Peach num caco, capaz de produzir expressões chocantes. Fawful é outro vilão, veículo de afirmações eivadas de metáforas e tiradas cómicas. Transportados através do Koopa Cruiser, Mario e Luigi acabam por despenhar-se violentamente na fronteira do Mushroom Kingdom com o reino Beanbean. No entanto, o cenário muda depressa de figura, sendo revelados novos inimigos, numa altura em que a estrutura do jogo parece abrir-se por inteiro. Mas até nos pequenos "tutoriais" que explicam acções de combate mais ou menos complexas, persiste o humor contagiante. As operações mais básicas são familiares e facilmente identificadas por quem jogou um qualquer Paper Mario da Intelligent Systems. Os inimigos estão sempre visíveis, o que dá a oportunidade para evitar um combate ou atacar primeiro, ganhando uma vantagem nos assaltos. A partir desse momento podemos realizar um ataque imediato, como o salto, cuja intensidade do golpe pode ser maior se premirem o botão de acção no exacto momento da queda, causando mais dano ao adversário.

O tempo dos ataques é importante, mas não se pode ignorar uma boa defesa, saltando no momento certo de modo a fugir do adversário ou do projéctil lançado por este. No entanto, o sistema de combate rapidamente progride em direcção a mais soluções de combate, colocando Mario e Luigi em acções conjuntas e com as quais infligem mais dano, ao mesmo tempo que passa a haver novos itens à disposição, como o martelo. Contudo, os movimentos conjuntos entre Mario e Luigi, os denominados Bros. Attacks, ganham continuidade durante as secções de exploração. Nos momentos em que controlamos Mario e Luigi no mundo aberto, temos imensas plataformas, caixas de bónus e outras surpresas que implicam uma ginástica de movimentos. O comando directo é sempre o da primeira personagem, mas podemos mudar a ordem, se tivermos interesse em que Luigi salte mais alto ou que Mario se desloque entre plataformas durante algum tempo.

O tempo de execução de um Bros. Attack bem sucedido é muito escasso e não dispensa alguma prática.

Este sistema de cooperação entre os dois protagonistas é alvo de constantes incrementos, com novos Bros. Attacks (muitos deles mais difíceis de executar) e com novas opções defensivas, não sendo menos importante antecipar as acções dos inimigos por forma a conseguir uma defesa com sucesso. Dada a extensão significativa dos mapas, existem imensas quests alternativas e mini-jogos. Superstar Saga caracterizou-se também por disponibilizar uma versão melhorada do clássico Mario Bros que vem assim complementar a experiência e criar a ponte para os mais saudosistas. Naturalmente, o clássico está presente nesta edição Virtual Console da Wii U.

Mario & Luigi: Superstar Saga é o primeiro jogo da já bem conhecida série produzida pela Alpha Dream, e é um dos melhores. O design representa muito bem o lado mais tradicional dos jogos de plataformas, enquanto que o enquadramento narrativo e o tom cómico dos diálogos, conjugados com um bom sistema de combate por turnos, revelam-se como pilares seguros desta particular aventura de Mario e Luigi.

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Mario & Luigi: Superstar Saga

Nintendo GBA

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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