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inFAMOUS: Second Son - Antevisão

Jogos de Poder.

A importância de inFAMOUS Second Son reveste-se de vários significados. Não só é um novo capítulo de uma série acarinhada da PS3, como se espera que marque a chegada, em definitivo, de jogos de nova geração, pensados e executados para tirar partido da PlayStation 4. A pouco mais de um mês do lançamento, tivemos oportunidade de voltar a experimentar o título da Sucker Punch, nos escritórios da Sony Computer Entertainment Portugal, com o destaque para novos poderes e como as decisões podem afetar o desenrolar do jogo.

A forma como começa a demo a que tivemos acesso revela de imediato um dos aspetos familiares da experiência que conhecemos da PS3. Após uma altercação com o seu irmão mais velho, o novo protagonista Delsin Rowe (com a voz de Diogo Morgado na versão portuguesa, que já tivemos oportunidade de ouvir), é colocado perante dois escolhas: redimir ou corromper Fetch, também ela uma Conduit (a denominação dos possuidores de super-poderes no mundo de Second Son).

A primeira destas opções passa por ajudar Fetch a assumir um maior controle sobre as suas habilidades de Neon, que Delsin também dispõe, graças à sua capacidade de absorver os poderes de outros Conduits, e que tivemos oportunidade de explorar melhor neste versão jogável. Para quem gosta de encarar todas as decisões "a preto-e-branco", esta será a que corresponde ao desenrolar do lado "Bom" da narrativa, muito embora seja difícil aferir as suas verdadeiras implicações. Por oposição, podemos optar por deixar que Fetch dê total liberdade ao lado mais destrutivo dos seus poderes. Na prática, o que se segue são duas missões distintas consoante a decisão tomada pelos jogadores.

Os poderes de Neon permitem uma abordagem mais à distância.

No primeiro caso, a ação leva-nos para a marina de Seattle, o novo palco deste inFAMOUS, uma cidade que a Sucker Punch conhece bem e que parece ter recriado de forma soberba. O objetivo de Delsin é encontrar carregamentos de droga e sinalizar as suas localizações para que Fetch os possa destruir à distância. Como é óbvio, os traficantes não encaram a presença de Delsin de animo leve e é ainda preciso levar em conta a presença de prostitutas que estão a ser usadas como uma espécie de escudos humanos. A forma como lidamos com este "contratempo" parece influenciar o sistema de Karma do jogo.

Ao optar por um caminho mais destrutivo, Delsin e Fetch percorrem as ruas de Seattle para parar manifestações de activistas, o que os coloca frente-a-frente com as forças da DUP (Department of Unified Protection, as forças da autoridade encarregues de vigiar e caçar os Conduits). Como é sabido, além das unidades que pouco mais servem que carne para canhão, existem inimigos que representam um desafio adicional, dispondo também de algumas habilidades especiais que convém levar em conta. Fazendo juz à reputação da série, a forma como encaramos estes inimigos é da nossa escolha.

Esta é a melhor oportunidade para chamar à conversa os poderes que vamos poder usar em Second Son (pelo menos, os revelados até agora). No centro da jogabilidade está a capacidade de Delsin em absorver novas poderes em determinadas partes do cenário, presentes em abundância e devidamente identificados no mini-mapa. As habilidades de fumo parecem talhadas para confrontos mais diretos, permitindo usar granadas de enxofre para atordoar os inimigos (colocando-os à mercê da nossa decisão de os subjugar ou executar) ou efetuar um disparo mais potente ao deixar pressionado o R2. A par disto, existe ainda uma útil habilidade evasiva que permite que Deslin se transforme em fumo e entre em condutas de ar, por exemplo.

Redimir ou corromper Fetch? Uma escolha que influencia as missões seguintes.
Os diferentes poderes oferecem não só abordagens distintas, mas também um espetáculo visual variado.

Se estas já eram sobejamente conhecidas, incluindo o visualmente gratificante Orbital Drop (com direito a uma mini-cutscene onde vemos Deslin a projetar-se no ar com um sorriso de satisfação para de seguida efetuar um ataque devastador no solo), aproveitámos esta oportunidade para explorar melhor os novos poderes de Neon. De facto existem diferenças, não só visuais, na abordagem que este poder oferece, permitindo controlar melhor as distâncias de ataque para os inimigos, incluindo a capacidade de revelar os pontos fracos dos mesmos no modo de mira (o que também abranda momentaneamente o tempo).

Não é difícil de adivinhar que o poder de Neon será a escolha mais frequente para navegar grandes distâncias do cenário. Isto porque permite que Deslin se transforme raio de luz colorido para, a grande velocidade, escalar qualquer estrutura vertical (com uns pequenos toques no analógico para corrigir a rota e contornar a própria geometria dos edifícios e obstáculos). É, não só visualmente gratificante, como algo que fazia falta no saco de truques de inFAMOUS.

No entanto, a Sucker Punch ainda está a esconder uma última carta. A habilidade de Neon mais devastadora, a correspondente ao já referido Orbital Drop dos poderes de Fumo, ainda permanece em secretismo. No final desta demo a que tivemos acesso, surgiu sempre a oportunidade de efetuar esta habilidade apelidada de Varrimento Radiante. Mas quando esperávamos um verdadeiro festim de luz e cor, fomos brindados com um ecrã desfocado que ocultava o efeito, seguido do logotipo da produtora. Confessamos que foi um valente anti-climax, mas por outro lado, esperamos realmente algo de especial para a versão completa do jogo que deve chegar nas próximas semanas às lojas.

"Não é difícil de adivinhar que o poder de Neon será a escolha mais frequente para navegar grandes distâncias do cenário."

Voltamos ao ponto inicial desta antevisão, as expectativas que recaem sobre Second Son para colocar a nova geração, finalmente, em marcha contínua. Apesar de, por norma, um jogo open world estar envolto nas limitações óbvias para quem tem de oferecer uma quantidade infindável de detalhe em simultâneo, a verdade é que Second Son parece apresenta-se bastante sólido e fluído, o que não deixa de ser impressionante. E a Sucker Punch não se furta em oferecer pormenores que enriquecem ainda mais o visual. Com a demo em questão a ter lugar de noite, todos os efeitos de luz e reflexos (principalmente com os poderes Neon ativos), destacam-se ainda mais. No que toca às personagens, as diversas imagens e vídeos de Second Son falam por si.

Se tudo isto representa, realmente, uma experiência diferenciadora em relação aos jogos da geração anterior, ainda é impossível de dizer. As escolhas e ações continuam a ter um papel preponderante, mas a uma demo isolada falta sempre o contexto global do jogo completo, pelo que ainda é impossível referir se o sistema de Karma e respetivas implicações são radicalmente diferente dos dois primeiros dois capítulos. No entanto, não restam muitas dúvidas de que, pelo menos tecnicamente, Second Son está um patamar acima dos seus antecessores, e existem boas razões para esperar a sua chegada à PlayStation 4 no próximo mês de Março.

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Pedro Real Nunes

Contributor

Há mais de uma década que escreve sobre videojogos e que tenta explicar (nem sempre com sucesso) que ser jornalista nesta área não é passar o dia a jogar.

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