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Kickbeat Steam Edition - Análise

Luta ao ritmo da música.

Já lá vai algum tempo desde que a Activision terminou com o lançamento de novos Guitar Hero, uma série que antes tinha direito a um jogo anual (chegou a haver até vários jogos num ano) e gozava de uma popularidade invejável por criar a ilusão de que sabíamos tocar guitarra e fazia-nos vibrar ao som das suas músicas. A série acabou por inevitavelmente cair na fatiga devido à exploração em demasia levada a cabo pela Activision. Apesar do cansaço demonstrado pelos jogos, a verdade é que acabaram por deixar saudades.

Ora, Kickbeat não é propriamente um novo Guitar Hero, mas creio que dá continuidade ao espírito da série de uma forma diferente. Em poucas palavras, Kickbeat é um jogo de luta rítmico que nos coloca em arenas rodeado por centenas de outros lutadores. Ao ritmo da música a tocar, somos atacados das quatro direcções (cima, baixo, esquerda e direita) e temos que contra-atacar no momento certo ao carregar nos botões indicados (WASD no caso da versão para PC).

Carregar nos botões indicados não basta. Os outros lutadores andam em círculos em nosso redor e temos que esperar até que estejam em cima de um dos botões indicados para contra-atacar. Conforme a vossa precisão, vão atingir uma sincronização menos boa, boa, muito boa e excelente. Quanto maior for a sincronização, maior será a quantidade de pontos acumulados, que estão ligados à quantidade de estrelas que vão receber no final. Cinco estrelas é a pontuação máxima que podem obter em cada música.

O conceito é simples mas requer alguma habituação e prática. A atenção é fundamental quando somos atacados de forma sistemática. No princípio é bastante fácil não ver um ataque vindo de uma direcção quando somos atacados muito rapidamente dos outros lados. No final da curta campanha, se repetirem as primeiras músicas, vão notar que estão muito melhores. Depois é continuar a jogar em dificuldades mais elevadas.

Para um jogo rítmico, que vive muito das músicas escolhidas, a escolha de músicas não foi a melhor. Há uma ou outra música conhecidas, mas a maioria são genéricas, que não ficam no ouvido nem nos colocam num estado extasiado enquanto jogamos. Esta pobreza musical pode ser combatida com o modo que nos deixa utilizar as nossas próprias músicas armazenadas no PC como faixas para o jogo, mas há algumas limitações que devem ser referidas. Para começar, temos que introduzir manualmente os "beats" da música, ou seja, parece que o jogo não têm um algoritmo que seja capaz de calculá-los automaticamente, o que tornaria o processo muito mais simples. Em segundo, as músicas não podem ter mais de seis minutos e o número de "beats" introduzidos não pode estar acima dos 200 por minuto, o que muitas vezes impossibilita uma sincronização ideal com o ritmo da música.

A campanha está dividida em duas partes, na primeira controlamos um dançarino/lutador e na segunda uma dançarina/lutadora. As campanhas são exatamente iguais com a excepção das cinemáticas. A história é fraca e pouco desenvolvida, mas honestamente, não é aquilo que se procura num jogo deste género. Só para terem minimamente uma ideia, a história anda em redor de uma esfera mágica que contém todas as músicas do passado, presente e futuro, que foi roubada pelo CEO malvado de uma corporação gigante da indústria da música.

"O principal problema está mesmo nas músicas escolhidas, porque a fórmula criada pelo ZEN Studios funciona."

O principal problema está mesmo nas músicas escolhidas, porque a fórmula criada pelo ZEN Studios funciona. O combate, que não controlamos diretamente, pode tornar-se um pouco repetitivo, principalmente os ataques finais, que são activados sempre que completamos uma das secções da música. Era preciso mais show-off, mais técnicas de combate arrojadas que normalmente só vemos em filmes do Jackie Chan ou Jet Lee.

A longevidade dependerá de muito da vossa vontade de desbloquear tudo. Há vários fatos extra que são desbloqueados com as estrelas acumuladas nas várias dificuldades. Depois, podem competir com outros jogadores não diretamente mas através das tabelas de pontuação. Na dificuldade mais elevada pode tornar-se bastante desafiante, e para conseguir a pontuação mais elevada, não podem perder o encadeamento de golpos para que o multiplicador não recomece do zero (este sistema deve ser familiar para que joga/jogava Guitar Hero).

Kickbeat podia ser mais. O potencial existe, mas parece que o Zen Studios não estava disposto arriscar muito com um novo título como este. O mesmo potencial existe no modo de músicas personalizadas, mas devia haver mais opções, incluindo uma que adaptasse a música ao jogo de forma automática. Contudo, esta versão para o Steam é a melhor que podem encontrar, oferecendo mais seis músicas na campanha, gráficos melhorados e uma dificuldade reequilibrada. Dentro da oferta atual de jogos rítmicos, é um dos mais originais que podem encontrar.

6 / 10

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KickBeat

PS3, PlayStation Vita, PC

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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