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O universo Steam expande-se em 2014

Novo OS, novo comando e uma montanha de máquinas.

Surgem como um produto novo, completo, que pode ser complementar para quem já tem um computador na secretária, ou uma alternativa para quem está habituado ao sofá e à descomplicação de uma consola, e pensa adquirir uma máquina de jogos para os próximos anos. O estranho, ou vanguardista se quiserem (só o tempo dirá), é que as Steam Machines são conceptualmente afastadas das consolas, mesmo agora que partilham a mesma arquitetura x86.

Senão vejamos, a grande força de uma consola é a estandardização, a minha PlayStation 4 é igual à do meu vizinho, todas as Wii U's são iguais, assim como o são todas as Xbox One. Isto possibilita uma especialização na forma como o jogo é montado para aproveitar a máquina, memória unificada e optimização das drivers ao longo do tempo. É por isso que vemos um salto qualitativo tão grande desde o início até ao fim do ciclo de vida de uma consola, dá aos developers uma segurança de pelo menos 6 anos, onde podem aperfeiçoar e especializar o esqueleto dos seus motores de jogo.

As Steam Machines podem ser muito diferentes entre si, e por isso o desenvolvimento dos jogos (que é o que nos interessa aqui) precisa ter em conta os vários componentes que estão no mercado, na casa das pessoas. É verdade que o SteamOS, sendo um sistema operativo variante do Debian (Linux), evita a camada Direct X entre a máquina e o jogo, e dispensa também a montanha de processos do Windows. Ou seja, torna a experiência mais próxima de uma consola, mais rápida e virada para o gaming, mas também mais limitada do que num computador tradicional.

Este comando invulgar ainda tem que dar provas do seu valor.

Esta flexibilidade é um mote da Valve, pelo menos é a forma como gostam de ser vistos, e nesse sentido, vai ser mais curioso acompanhar a apropriação da tecnologia pelas pessoas, e perceber quais os modelos que "pegam". Onde parece não existir qualquer tipo de flexibilidade, é no polémico comando apresentado ainda numa versão protótipo, e cujas diferenças serão imediatamente percetíveis a qualquer jogador que tenha pegado num comando tradicional na vida.

A principal inclusão (ou ausência se quiserem) são os dois trackpads, que substituem os tradicionais analógicos e botões de polegar. É impossível fazer juízos definitivos antes de experimentar de facto este novo "setup", mas a ideia que fica, é que a intenção passa por aproximar o "feel" dos controlos ao que temos com um rato, para que aqueles jogos que são tradicionalmente jogados no PC, possam transitar mais facilmente para a sala de estar.

O facto da Valve parecer inflexível em ser ela própria a disponibilizar o comando, mostra que este não é para brincadeiras, é mesmo a visão que a companhia tem para a interface dos jogos no Steam. A interface determina não só a forma como os jogadores jogam, mas também limita o modo como o produtor desenvolve o seu jogo, desde a conceptualização, até à iteração final. Mesmo a mente ao imaginar um jogo, está constrangida pelo que conhece das formas de interação, algo novo é sempre excelente, cria novas fronteiras para o que podem ser estilos de jogo diferentes.

"Ao imaginar um jogo, a mente está constrangida pelo que conhece das formas de interação."

A Steam Machine arranca na plataforma digital que todos conhecemos, mas podemos aceder a um desktop normal no SteamOS, de onde podemos correr algumas aplicações Linux. A companhia tem também planos para oferecer serviços de música e vídeo aos seus utilizadores, e na calha pode ainda estar um dispositivo de realidade virtual capaz de medir dados biométricos do jogador, um rumor que corre já há algum tempo pelo mundo dos amantes da Valve.

O que mais me intriga nesta história toda é que nem a própria Valve parece ter resposta para todas as perguntas, só mesmo com a tal apropriação da tecnologia que falei anteriormente, é que poderemos sabem se este é realmente o futuro, ou apenas um ensaio falhado. Será o SteamOS capaz de fazer frente ao Windows? Será para "roubar" jogadores à tríade Nintendo, Sony e Microsoft? Ou é mesmo apenas para que os utilizadores do Steam tenham acesso a mais opções para os seus hábitos de gaming?

Sempre acreditei que as principais variáveis que definem o sucesso de uma consola são os jogos e o preço, as Steam Machines anunciadas no CES2014 surgiram com valores acima do que era a expectativa do público, mas se quisermos mesmo olhar para elas como uma consola, contarão com o maior número de jogos de sempre, disponíveis desde o primeiro dia. Seja como for, estejam alerta, o universo Steam prepara-se para a expansão em 2014.

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Aníbal Gonçalves

Redator

MMOs e RPG são com o Aníbal. Aliás existe um rumor na redação que a sua primeira casa é o World of Warcraft. Mas às vezes também o vemos a fazer uns exercícios. Não é mau de todo.

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