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Gran Turismo 6 - Análise

Paixão automóvel.

Quando a Sony inquiriu Kazunori Yamauchi e a sua equipa da Polyphony Digital sobre a eventualidade de fabricarem um jogo de automóveis que pudesse alcançar o estatuto de referência em termos de simulação automóvel para a primeira plataforma da produtora, a PlayStation, o produtor japonês não deixou de pensar num lugar onde todos os apaixonados por automóveis se juntassem e partilhassem a experiência. Desde a evocação desse pensamento, que seguramente perpassa cada nova entrada da série, até Gran Turismo 6, acabado de ser lançado no nosso território, passaram já 15 anos. Por esta altura, não restam dúvidas: Gran Turismo é o projecto de Kaz, como também é conhecido pelos seus próximos. Mas é também muito mais do que uma "bíblia" automóvel, aliás, desde o primeiro Gran Turismo lançado em 1997 no Japão, que os fãs e adeptos da indústria automóvel sabem quão especial é o trabalho da PD.

Gran Turismo nunca poderia existir, nos moldes em que o conhecemos, sem a devoção, entrega, paixão e profissionalismo empregues pelos produtores numa nova entrada na série. Há todo um cuidado, uma consistência, uma atenção ao pormenor, ao mais ínfimo detalhe, que nada ou já muito pouco parece fugir ao radar da PD. É verdade que a Sony Computer Entertainment investe cada vez mais nesta série, e acredita em Kaz, não fosse hoje Gran Turismo uma marca desta indústria e uma das suas facetas, mas do lado de quem faz e quer ir mais longe no propósito de entregar uma experiência realista, abundante e concretizada, o contacto com a realidade torna-se imperativo.

As provas de resistência regressam a SPA Francorchamps.

Kaz acumula as suas funções na PD com a condução de automóveis nas pistas reais. Desde 2009 que é piloto profissional, tendo marcado presença em várias provas dominantes no capítulo da resistência, especialmente com várias passagens pelas 24 horas de Nurburgring, uma das mais famosas, a bordo dos arrebatadores Nissan GT-R. Kaz é um "connoisseur"; com um pé na estrada, outro no computador e uma garagem pessoal que acolhe dois belos exemplares Ford GT. A partilha que faz do seu contacto com o mundo automóvel como experiência, em conjunto com as solicitações dos fãs e dos desejos destes para o seu jogo de automóveis, tem ditado uma evolução segura e muito consistente, ainda que a concepção de Gran Turismo 5 tenha sido um pouco mais demorada, embora aceitável se pensarmos que a passagem de geração não só foi mais visível como mais complexa para muitos produtores.

Três anos depois e preparado para voltar a cumprir as expectativas dos fãs, Kaz sobe ao palco para mostrar a sua mais recente evolução do simulador de automóveis da PS3. Gran Turismo 6 melhora quase tudo o que de bom tem GT5 e ainda acrescenta outros modos e mais algumas áreas ligadas ao desporto automóvel, numa expansão cada vez mais incrível, desejável, sem perder de vista o futuro, numa colaboração com as fabricantes de automóveis, no fundo, a fonte da emoção de conduzir poderosos e especiais bólides. O segmento dos "concept cars" vem justamente traduzir esse compromisso e uma base sólida de colaboração que se pode tornar valiosa em termos de feedback, conhecimento, pesquisa e desenvolvimento para ulteriores edições.

Estádio Gran Turismo acolhe eventos desportivos motorizados.

É verdade que por esta altura a PS4 é a nova menina dos olhos da SCE, mas o grande legado ainda está do lado da PS3. Gran Turismo 6 é o último grande jogo da PS3, que não pode ser jogado na PS4, e que por isso não só irá amparar as vendas da consola durante este período, como deverá mantê-la ligada à rede para os próximos tempos, muito à custa de um modo online melhorado, mais desenvolvido e em conformidade com os desejos dos fãs. De todo o modo, Gran Turismo 6 encaixa como uma luva na PS3.

A instalação é desnecessária, o carregamento para as corridas não é tão demorado (ainda que nem sempre), o online está diferente e melhor do que vimos em GT5, o menu renovado está à beira da perfeição, com todas as opções facilmente acessíveis, e no plano da condução, talvez o mais relevante num jogo destes, entrega uma física de condução mais convincente e realista. Em termos gráficos as diferenças são pouco perceptíveis perante um GT5 que nesse capítulo deixou uma boa imagem. Mesmo assim há melhorias, com também há mais algum polimento nos automóveis e pistas, que agora se apresentam num número verdadeiramente incrível, num misto de tipos de piso, complexos verdadeiros e originais que vão desde a mítica SPA Francorchamps, passando pela propriedade de Lord March, em Goodwood, onde todos os anos se celebra o desporto automóvel num revivalismo impressionante, até à lua, onde poderão tripular o buggy Lunar Roving Vehicle LRV-001. Gran Turismo 6 celebra com pompa e circunstância cada uma destas visitas e ainda veio a tempo de comemorar uma parceria com o Instituto Ayrton Senna, numa ligação que poderá trazer importantes conteúdos sobre o piloto mais mítico da F1.

Modelos premium oferecem interiores completamente detalhados.

A nova actualização brinda-nos com uma introdução que começa no Instituto Ayrton Senna, passa por cenas de construção de modelos que avançam para túnel de vento, até outras fases da construção de um carro, tudo com o mesmo grau de realização existente no vídeo de apresentação de GT5. Classe. Embora seja apenas um vídeo, são detalhes como este que enriquecem o jogo e que ilustram bem até onde esta gente da PD quer chegar. Segue-se um segmento vídeo com imagens do motor gráfico de GT6 até que, ao entrar no menu reparamos que o mesmo está melhor organizado e dotado de uma navegação muito simples. Se experimentaram a demonstração do GT Academy vão aperceber-se das semelhanças. De início, certas opções como o Festival de Goodwood, o modo online e os "seasonal events" encontram-se bloqueados, pelo que terão de entrar no modo carreira e começar por vencer corridas, numa linha de provas, aqui sim mais tradicional e a começar pelos carros mais baratos e de pouca potência. Para desbloquear o modo online terão que obter a licença nacional A, que só pode ser disputada depois de percorrido um bom número de corridas.

Como já sucedia em GT5, os modos de jogo abrem-se progressivamente, ocupando, alguns deles, espaços livres dentro da grelha que lhes está destinada. No entanto, desta vez o menu está tão optimizado que é fácil sair de um modo e ir até outro, sem perder tempos de carregamento ou passar por transições demoradas, o que é bom, pois permite-nos passar por diferentes tipos de corridas com rapidez.

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Gran Turismo 6

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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.

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