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Os 10 jogos que definiram esta geração (Parte 2)

WRPGs, LEGOs e cinema.

Mass Effect

A literatura tem “O Senhor dos Anéis”, o cinema tem “A Guerra das Estrelas” e, agora, os video jogos têm Mass Effect.

De longe a minha trilogia favorita e o melhor RPG que joguei desde Final Fantasy VII, Mass Effect é uma Space Opera de enormes proporções que pôde ser saboreada aos poucos durante toda a geração.

Num meio onde a escrita de qualidade não abunda, Mass Effect aproximou os video jogos do respeito que recebem outras formas de arte como a literatura e o cinema. O universo de Mass Effect é clinicamente detalhado, as personagens são bem trabalhadas e humanas(mesmo quando não o são literalmente) a história é madura e envolvente.

Mass Effect não é apenas importante para os video jogos mas para todo o género sci-fi.

A saga do comandante Shepard é inegavelmente tocante e prova disso foi a enorme controvérsia gerada em torno do relativamente insatisfatório final. Não me lembro de outro jogo mexer tanto com as pessoas ao ponto de a produtora precisar de intervir depois de ter lançado o produto final.

Fallout 3

Não deixes de olhar para o nível de radiação.

A primeira incursão da Bethesda no rico universo adquirido à Interplay dificilmente poderia ter saído melhor. A palavra de ordem em Fallout 3 é ambiente.

Tal como Metroid Prime na geração anterior, Fallout 3 é um jogo incrivelmente imersivo, um daqueles raros casos em que não damos pelo tempo passar quando temos o comando na mão. O universo de Fallout é tão bem concebido e tão palpável que é muito, muito fácil esquecermos que existe um mundo real cá fora. Ao mesmo tempo, é um mundo incrivelmente desolador, desconfortável e perigoso que nos leva a questionar como é possível acumulamos tantas horas de jogo nele.

De RPG isométrico com combate por turnos a RPG na primeira pessoa com o sistema V.A.T.S., Fallout 3 é mais um bom exemplo de como um franchise pode mudar radicalmente de dimensão sem perder a sua identidade, juntando-se aos ilustres The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Super Mario 64 e o já mencionado Metroid Prime.

Juntamente com Mass Effect, Fallout 3 cimentou o RPG ocidental como rei e senhor do role play nas consolas após tantas gerações dominadas pelos congéneres japoneses.

Uncharted 2: Among Thieves

Uncharted 2 é o jogo que todos os filmes de acção sonham ser.

O Uncharted original foi um jogo de acção na terceira pessoa decente mas estava muito longe de ser a resposta a Gears of War de que a Sony desesperadamente precisava. Não desiludiu mas esperava-se bem mais dos criadores de Crash Bandicoot e Jak and Daxter. Felizmente, Uncharted: Drake's Fortune foi apenas um aquecimento para a empresa perceber como funcionava a muito complicada PlayStation 3.

Uncharted 2 foi desvendado e o mundo ficou de queixo caído. Numa altura em que as mais valias do processador Cell já pareciam um golpe de marketing ao nível do Blast Processing da Mega Drive, a Naughty Dog puxou pelos galões da PlayStation 3 para nos dar um jogo que finalmente parecia justificar os €599 que muita gente pagou pela máquina da Sony.

Ainda estava longe de ser aquilo que a Sony nos disse que iriam ser Killzone 2 e Motorstorm(talvez só na PlayStation 5) mas em 2009 Uncharted 2 era um jogo lindíssimo e capaz de levar muitos a duvidar se a Xbox 360 seria capaz de produzir visuais com a mesma qualidade.

Além de ter aberto as portas àquilo que se poderia fazer com a PlayStation 3, Uncharted 2 aproximou os video jogos do cinema com a introdução da cinematografia em jogos de acção, um conceito hoje amplamente utilizado e que se tem revelado uma faca de dois gumes uma vez que isso trouxe consigo um aumento considerável dos custos de produção.

Minecraft

LEGO digital.

É impossível não falar dos últimos anos da indústria ou de olharmos para o seu futuro sem tocar nos jogos independentes. O documentário “Indie Game: The Movie” é altamente recomendado e mostra-nos bem o dia-a-dia de quem dedica a sua vida aos video jogos “caseiros”.

Esta geração assistiu à explosão dos indies e, apesar de terem sido lançados muitos e de grande qualidade, só podia escolher um para representar este fenómeno. Super Meat Boy, FEZ, Braid e Journey eram fortes candidatos ao lugar mas, por muita qualidade que tenham, no final não faria sentido colocar qualquer um deles acima de Minecraft, um marco na história dos video jogos a vários níveis.

Ainda em fase Beta, Minecraft já era um fenómeno enorme que tinha tornado multi-milionário Marcus “Notch” Persson, o seu criador. Com 33 milhões de cópias vendidas no PC, Xbox 360 e nos smartphones, é um dos mais populares jogos do planeta. Se os números não forem expressivos o suficiente, bastam uns minutos no YouTube ou num fórum online para percebermos em que projectos se traduzem centenas e centenas de horas colocadas neste jogo.

Acima de tudo, Minecraft mostrou às grandes editoras que títulos originais e de baixo custo conseguem vingar no meio de tanta sequela e reciclagem de géneros.

"Não se deixem enganar pelo seu aspecto simples; este é um dos melhor escritos e representados video jogos a que podem pôr as mãos."

The Walking Dead

Clementine..... Clementine!!!!!

The Walking Dead é o culminar da visão da Telltale Games de lançar aventuras gráficas em episódios, como se de uma série de televisão se tratasse, recorrendo à interactividade dos video jogos para contar uma história. E que história.

Não se deixem enganar pelo seu aspecto simples; este é um dos melhor escritos e representados video jogos a que podem pôr as mãos. Daqui a alguns anos, quando os jogos forem estudados da mesma forma que as outras artes, The Walking Dead vai certamente ser visto como uma das pontes entre video jogos e televisão/cinema.

Num meio onde as limitações técnicas tornam as emoções tão difíceis de transmitir, The Walking Dead consegue a proeza de ligar o jogador ao seu mundo e personagens de uma forma que, muitas vezes, chega a ser assustadora.

É muito fácil alhear-nos do mundo real enquanto o jogamos. Ainda mais fácil é criar laços de ódio, amizade ou amor com as várias personagens que encontramos pelo caminho e a empatia que desenvolvemos vai acabar por nos dar um valente soco no estômago e desafiar-nos a não ir às lágrimas.

Fica assim concluída a minha lista dos 10 jogos que maior impacto tiveram nesta geração. Concordem ou não, acho que nenhuma biblioteca de jogador que se preze fica completa sem qualquer um deles. Não incluí quaisquer menções honrosas porque prefiro que o façam com a vossa opinião.

Que outros jogos acham que fazem falta nesta lista e porquê?

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Sobre o Autor
Joel Monteiro avatar

Joel Monteiro

Contributor

Amante de design de videojogos nos poucos tempos livres. Escreve quinzenalmente na Eurogamer Portugal sobre a indústria e criatividade.
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