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Outlast - Análise

Envolvido na escuridão.

Esta análise a Outlast para PC foi originalmente publicada em Setembro de 2013. Decidimos recuperá-la para acompanhar o lançamento da versão PlayStation 4 com as devidas referências específicas a esta versão.

Existem duas formas de assustar alguém. A primeira, que é também a mais fácil, é aquele susto momentâneo resultante de algo inesperado aparecer à nossa frente com um grito. A segunda é criar uma atmosfera tão aterradora que torne a simples tarefa de dar um passo em frente em algo difícil. Outlast, o primeiro jogo do estúdio Red Barrels, criado por três veteranos vindos da Ubisoft, utiliza estas duas formas de assustar com mestria para criar uma experiência aterradora que faz justiça ao género Survival Horror.

Outlast atira-nos para o meio de um hospício localizado nas montanhas do Colorado que estava abandonado até que a companhia Murkoff Corporation decidiu reabri-lo. Agindo como um jornalista que recebeu uma dica desta reabertura misteriosa, vamos entrar num mundo distorcido e afastado da realidade. Espalhados pelo hospício estão pacientes torturados que já não possuem a aparência de humanos normais e que só parecem dizer coisas sem sentido. Afinal o que se passou neste hospício?

Acompanhados apenas pela nossa câmera, vamos procurar evidências para culpabilizar a Murkoff Corporation e sair daquele sítio terrível o mais depressa possível. Mas o plano não decorre como previsto. Pouco tempo após entrarmos, ficamos presos e a única forma de sair é mergulhar ainda mais nos corredores escuros do hospício.

A câmera é o único utensílio disponível, que através de infravermelhos possibilita a visão na escuridão abundante. Não existem armas, a única forma possível de defesa contra os lunáticos violentos do hospício é fugir e encontrar um esconderijo improvisado. Como estamos completamente indefesos, é incrivelmente assustador quando algum destes lunáticos está atrás de nós, e se não conseguirem fugir, o vosso destino é ser espancados até à morte.

O que torna Outlast tão assustador é a sua insistência em ambientes de tal forma escuros que não conseguimos ver nem sequer um metro à frente. Mesmo com a câmera em modo infravermelho, o campo de visão é pouco amplo, e como as cores estão limitadas ao preto, branco e àquela cor esverdeada típica dos infravermelhos, apenas conseguimos ver em detalhe o que está à nossa frente, mas não o que poderá estar à nossa espera no fundo do corredor.

Outlast é imprevisível e não segue um padrão. Nunca sabemos onde pode estar o próximo susto, porque não são assim tão comuns. No meu caso, fui sempre apanhado desprevenido (apanhei uns valetes sustos). O que perdura é a sua atmosfera intensa de terror, que nos deixa tensos com a respiração acelerada do jornalista que controlamos e com os seus gemidos durante as situações mais intenção. Por mais destemidos que sejam, o ritmo do vosso coração será mais elevado enquanto jogam Outlast.

O hospício está cheio de quartos e divisões para explorar. A exploração é essencial para encontrar pilhas sobressalentes para a câmera, que quando o modo infravermelho é ativado consume energia a um ritmo acelerado. Durante a minha playthrough nunca cheguei a ficar sem pilhas para a câmera, mas se ficasse, teria muita dificuldade em progredir porque sem ela não há forma possível de orientação pelos corredores onde nem um raio de luz penetra.

Ainda que o jornalista que controlamos esteja indefeso, Outlast não é um jogo muito difícil. É certo que vão morrer algumas vezes, mas não existem partes frustrantes. Se morrerem porque parece que não têm saída para escapar, não estão a ver algum pormenor. Em várias ocasiões é possível escapar por um fenda na parede ou pelas condutas de ar. Pode ser difícil reparar nestes detalhes da primeira vez com o nervosismo de querer fugir e não saber como. Na segunda tentativa, já com mais calma, torna-se mais fácil.

Vídeo Gameplay de Outlast PS4 Comentado

A exploração também se torna importante para compreender a estória. Há vários documentos, relatórios e diagnósticos de pacientes perdidos à espera de ser encontrados. É através deles que ficamos a conhecer, pouco a pouco, o que aconteceu no hospício. Como complemento, o nosso jornalista vai tomando notas e tirando conclusões com base no que vê, no entanto, só na parte final que Outlast começa a fazer sentido.

Outlast não é um jogo bonito e isto é um elogio. O estúdio Red Barrels conseguiu criar ambientes que nos deixam desconfortáveis, que nos fazem querer sair dali imediatamente. A escuridão, que por é exagerada e irrealista, e a visão infravermelho da câmera desempenham um grande papel em tornar o hospício num local que nos dá calafrios. Se alguma vez viram o filme REC, lembrem-se da parte final e aí têm uma amostra do que esperar de Outlast a nível visual e como experiência.

Para chegarem ao fim de Outlast não vão demorar mais do que 5 ou 6 horas. Não é um jogo longo, mas senti que a longevidade era ideal e que se fosse mais comprido apenas se estaria a arrastar desnecessariamente. O valor de repetição é nulo e a jogabilidade não é muito variada para quererem repetir uma segunda vez. Além de mais, de segunda vez o efeito terror já seria menor e a experiência seria prejudicada.

Com tão poucas opções dentro deste género, mesmo no PC, e com séries como Resident Evil absolutamente afastadas das suas origens, Outlast vem relembrar os jogadores o que é sentir medo a sério e constantemente, sendo mais que aquele simples jogo que prega sustos momentâneos. Outlast é arrepiante do princípio ao fim.

8 / 10

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In this article

Outlast

PS4, Xbox One, PC, Nintendo Switch

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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