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HTC One - Análise

O único e verdadeiro? Digital Foundry vs. concorrente da HTC para o Galaxy S4.

Como um lutador bêbado de boxe a tentar levanta-se, a sorte da HTC tem sido bem dura desde que a Samsung lançou o Galaxy S2. A HTC foi anteriormente a vanguardista na cena Android, trabalhando com a Google para produzir telemóveis tão definidores como o Dream e Nexus One, mas não tinha nada no seu arsenal capaz de desafiar o sucesso mundial da Samsung. Desde então, a companhia caiu de graça e tem sido difícil de ver, com a má aquisição em 2011 do Beats Audio e o falhanço do tablet HTC Flyer a fazer com que a sua posição no mercado caísse. O bem desenhado mas sem sucesso comercial HTC One X não inverteu a maré, e a companhia de Taiwan anunciou recentemente que os seus lucros dos últimos quatro meses do ano fiscal de 2012 desceram 91 por centro comparado com o mesmo tempo no período anterior.

Claramente, é preciso algo dramático para tirar a HTC da mó de baixo, e a companhia espera que seja o HTC One. Sim, é um nome estranho - especialmente se pensares que já tivemos uma multiplicidade de telemóveis chamados de "One" - mas é apto. Este é sem dúvida "o tal" e a maior jogada da HTC em 2013; é o seu produto líder para o ano e a altura do lançamento - bem antes do seu rival Samsung Galaxy S4 chegar ao mercado - não pode ser considerado como consequência. A HTC está a apostar todas as suas fichas no telemóvel, sendo uma jogada que não pode perder.

Na sua maior parte, o HTC One parece recompensar a confiança da criadora. É uma peça de tecnologia espantosamente bem construída, juntando metal riscado com o super duro Gorilla Glass 2 de Corning e uma pequena quantidade de plástico. Os designers da HTC deixaram a forma arredondada quase orgânica do One X (e do Samsung Galaxy 4, diga-se) optando antes por criar um forte mas atractivo aspecto industrial que praticamente pede para pegar e interagir com ele.

Disponível em prateado e preto, a primeira opção é ma mais atractiva visualmente - sem mencionar a mais robusta, pois já ouvimos relatos que a pintura no modelo preto sai com facilidade, ficando feios riscos. Não é um telemóvel pequeno - o ecrã de 4.7 polegadas assegura isso - e a 143 gramas não é o mais leve que vais colocar o bolso das tuas calças. Ainda assim, o HTC One sente-se sólido e de confiança, e provavelmente vi sobreviver a uma queda acidental muito melhor que o Nexus 4 e o Samsung Galaxy S3 coberto de plástico.

O ecrã é outro elemento que deve reunir reações positivas. A recriação de cor e contraste são excelentes, e a imagem continua viva seja de que forma for que segures o telemóvel devido a alguns sólidos ângulos de visão. Com uma resolução melhor que HD a 1920x1080, oferece uma densidade de pixeis a 469ppi - ultrapassa confortavelmente o ecrã retina do iPhone 5, que apenas tem 326ppi. Isto vai fazer as delícias dos devotos Android, mas é facto que aqueles pixeis adicionais significam pouco na realidade; ambos os ecrãs são muito nítidos e é impossível ver quaisquer arestas com jaggies na maioria dos cenários. Apesar das dimensões dos ecrãs serem altas, parece que chegamos a um tecto na densidade de pixeis. O ecrã do HTC One pode ter uma vantagem numérica no papel, mas não tem um benefício real - os pixeis extra apenas colocam adicional pressão na arquitectura interna do aparelho.

Não que o processador alguma vez mostre sinais de suar, claro. O processador Snapdragon 600 quad-core da Qualcomm faz os trabalhos, correndo a 1.7GHz com 2GB de RAM no suporte. A performance é previsivelmente impressionante, sem trepidações ou pausas entre acções. Testes de qualidade colocam o HTC One à frente dos restantes, mas imaginamos que essa vantagem desaparecerá quando o Galaxy S4 finalmente chegar aos consumidores em todo o mundo. Esse telemóvel em particular vem em duas variações dependendo do mercado. A versão com o Exynos Octa deve confortavelmente trucidar este aparelho aqui em análise, enquanto a versão Norte Americana/Reino Unido tem o mesmo processador a correr numa velocidade maior.

"As especificações revelam uma performance líder mas conduzir tantos pixeis baixa os rácios de fotogramas comparado com o Nexus 4."

HTC One HTC One X Nexus 4 Galaxy Note 2
Quadrant Standard 12488 4870 4906 5765
AnTuTu Benchmark 24374 11065 10580 13305
GLBenchmark 2.5.1 Egypt On-Screen (Resolução nativa do aparelho) 31FPS 21.7FPS 39FPS 18FPS
GLBenchmark 2.5.1 Egypt Off-Screen (1080p) 34FPS 14FPS 31FPS 17FPS

O poder em bruto aqui faz do HTC One uma plataforma formidável para jogos. Títulos 3D graficamente intensos não causam qualquer problema para ele, e aquele ecrã de alta resolução dá a jogos como Dead Trigger e Real Racing 3 um novo nível de vida. Outro bónus são as colunas estéreo, que usam a nova tecnologia de áudio BoomSound da HTC para produzir um som forte e arrojado, uma verdadeira vantagem para jogos e filmes.

Externamente, a HTC fez mudanças significativas neste One, mas é refrescante a diferença em termos de programas também. O HTC Sense - interface de utilizador personalizada da companhia - foi melhorada e renovada. A Sense foi muito importante nos primeiros dias do Android, mas nos anos recente tornou-se um pouco saturada; os ícones estilo desenho animado e extensivas mudanças na IU Android "padrão" sem dúvida fizeram com que muitos potenciais compradores passassem para os rivais da HTC. A Sesen 5 aprendeu com estes erros. Está o mais perto do padrão que alguma vez esteve, e o inovador serviço BlinkFeed - que relembra a IU Metro do Windows Phone e a popular aplicação Flipboard dos iOS e Android - muda completamente a forma como interages com o teu aparelho.

O BlinkFeed permite que puxes feeds da net, comentários Facebook e tweets, e os coloques à frente em destaque no ecrã principal. O BF é a primeira coisa que vês quando desbloqueias o teu aparelho, o que pode precisar de hábito se fores veterano utilizador Android. O HTC One apenas chega com um ecrã caseiro adicional de base, apesar de ser possível adicionar mais e mudar o ecrã caseiro padrão se preferires não usar o BF - infelizmente, não existe forma de o desactivar se não gostares dele.

"A skin personalizada da HTC - a Sense - está muito próxima do SO Android padrão, com algumas modificações surpreendentes e fixes."

Muito foi feito à câmara "ultrapixel" do HTC One; ao invés de tentar bater o sensor de 13.1 megapixeis do Xperia Z, a HTC optou por uma variante de 4-megapixeis. A diferença chave aqui - segundo a HTC - é que o sensor ultrapixel deixa entrar tres vezes mais luz que a tradicional lente de câmara móvel, permitindo melhor performance em ambientes mais escuros e qualidade de imagem geralmente superior. Esta aclamação é parcialmente verdadeira; o HTC One é capaz de capturar fotos em locais com pouca luz com pouca dificuldade. Outra vantagem óbvia é que devido à contagem baixa de megapixeis, as imagens processam com maior rapidez e tem tamanhos de ficheiro mais pequenos - o que facilita todo o processo de as partilhar em redes sociais e do género.

Adicionem a isto o muito badalado modo de disparo HTC "Zoe" - no qual a câmara filma e tira imagens ao mesmo tempo, permitindo que navegues pelo clip resultante para escolher a melhor imagem - assim como o habitual conjunto de modos de disparo alternativos e filtros e tens um telemóvel que está claramente direccionado para agradar os amantes da fotografia. Mesmo assim, não é completamente perfeito; aquelas imagens a 4-megapixeis não se aguentam muito bem quando as amplificas, e comparadas com praticamente qualquer outro smartphone no mercado, as imagens do One são decididamente mais fracas. Ser capaz de fotografar em praticamente qualquer luz é algo ao qual nos podíamos habituar, mas as fotos que o aparelho produz frequentemente desapontam.

"O câmara do HTC One tem uma performance soberba em baixa luz, mas o detalhe da foto é comprometido comparado com outros smartphones."

A tecnologia 'ultrapixel' tão badalada da HTC significa que o seu novo telemóvel chega com um sensor de 4-megapixeis, mas aqueles pixeis mais largos permitem três vezes mais luz para as lentes. Fotografia em baixa luz é impressionante, mas como podem ver nestas imagens de amostra, o detalhe geral é fraco comparado com outros telemóveis.

A duração da bateria é outro elemento negativo. A bateria 2300mAh do aparelho tem problemas para lidar com as exigências do ecrã enorme e o esfomeado processador e como resultado é quase impossível ter um dia de uso com uma só carga. A HTC claramente está ciente deste problema e incluiu um modo de poupança de energia que te permite prolongar imenso a duração do telemóvel - tal como desativar conectividade de dados quando o ecrã está desligado, ou limitar o uso do processador - mas estas escolhas são muito extremas em muitos casos, deixando-te com um aparelho com funcionalidade drasticamente reduzida, e tudo por alguns minutos extra de duração da bateria.

HTC One: veredicto Digital Foundry

A HTC apostou muito no sucesso do One, e deu tudo para produzir um telemóvel de topo capaz de desafiar o melhor smartphone que o mundo tem para oferecer. A caixa de metal riscado oferece uma sensação de topo, e o ecrã full HD super-nítido é um dos melhores que um Android tem para oferecer até agora. A cereja no topo do bolo, o processador quad-core garante que o HTC One tem o poder necessário para correr os mais recentes jogos e lidar sem problemas com aplicações. Até a IU Sense da HTC - vista no passado como saturada e lenta - foi refinada e melhorada para criar algo genuinamente útil.

"O HTC One é um produto de topo com poder excepcional, mas a duração da bateria é mediana."

Existem contras a considerar: a duração da bateria é mediana no melhor, e a falta de Android 4.2 (vem com o 4.1.1, mas está prometida uma actualização) significa que o telemóvel está atrás no que diz respeito a actualizações de programas. No entanto, não deixamos de sentir que estes problemas não vão ser razão para a maioria dos potenciais compradores manter o seu dinheiro na certeira - o lançamento iminente do Galaxy S4 provavelmente vai ter um impacto mais significativo nas sortes do HTC One. Na altura da escrita este é sem dúvidas um dos melhores smartphones que o dinheiro pode comprar e um bravo esforço de um anterior rei do muno Android, mas podes querer considerar o Nexus 4 mais barato e o já mencionado telemóvel Samsung antes de jurares aliança à HTC.

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Damien McFerran

Contributor

Retro fanatic and tech bore Damien has been writing words for professional publication since 2006, but has yet to fulfill his lifelong ambition of being commissioned by Your Kitten Magazine.

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