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Hitman HD Trilogy - Análise

O legado do agente 640509-040147

É mais prazeroso terminar um assassinato de modo furtivo, o próprio sistema de jogo gratifica esta abordagem de silent assassin, mas sempre achei piada ao método mass murderer Breivik (com o devido respeito pelas suas vítimas), especialmente em Blood Money em que o controlo da personagem é bem mais fluído que nos anteriores, e os disparos são mais convincentes também.

Visualmente os cenários em Silent Assassin e Contracts têm realmente melhor aspeto, mas em termos de fidelidade das texturas e detalhe nos cenários tudo parece igual ao que conhecemos das versões passadas. O resultado final acaba por saber a pouco, já que como disse, a alta definição acaba por colocar ainda mais a nu a idade do jogo.

Mas o maior problema destes títulos não são os visuais, mas a jogabilidade completamente ultrapassada, em particular a de Hitman 2: Silent Assassin. O jogo é duro, continua inteligente e as missões são envolventes, mas o controlo do agente 47 é sinceramente torturante, e desconfio que para os gamers mais jovens habituados aos jogos de ação modernos, será quase insuportável. Existe um abuso das ações sensíveis ao contexto, mas por vezes torna-se difícil conseguir os ângulos certos para estas ações devido à impiedosa navegação.

O Contracts sofre dos mesmos problemas, com uma ligeira melhoria dos controlos e dos disparos. Felizmente o movimento stealth do agente 47 não é tão lento e torturante como no seu predecessor, mas continua a ser um desafio conseguir com que 47 navegue exatamente como queremos. Como comecei por dizer este título oferece os principais níveis do primeiro jogo da série, não sei dizer se existem omissões importantes, nunca joguei a versão original para PC, mas gosto do tom mais grotesco e cru deste “terceiro” título.

"A coleção é indicada principalmente para quem nunca jogou os títulos Hitman anteriores ao Absolution, mas não traz particular interesse para quem os conhece."

Blood Money é o título que desenvolve categoricamente o lado “ação” do jogo, e é também onde a opção entre stealth e combate é mais declarada e mais honesta também. Digo isto porque em algumas missões é divertidíssimo optar por esta via, existe por exemplo um alvo que se encontra no interior de um edifício numa cidade repleta de gente e onde optei por eliminar o quarteirão inteiro deixando o alvo para último lugar, só porque pude.

Uma última palavra para as cutscenes pobres que aparentemente não mereceram qualquer atenção. Para os diálogos que nunca foram o forte do jogo, o silêncio é muito mais relevante em Hitman, e para a banda sonora que merece uma última homenagem, em particular ao trabalho de Jesper Kyd Jakobson, o mesmo compositor que trabalhou em jogos como Assassin's Creed ou Borderlands.

Recapitulando, Hitman HD Trilogy oferece dois clássicos com uma conversão para a alta definição mas sem outras melhorias de relevo, e um jogo que está disponível desde 2006 na mesma geração de consolas. Em termos de quantidade de conteúdo não nos podemos queixar, são cerca de 40 missões que englobam grande parte da história do careca mais famoso dos videojogos. Já em termos de qualidade é difícil não ficar com sabor a pouco, é daqueles casos que merecia mais, adorava jogar Silent Assassin e Contracts com a qualidade de controlos do Blood Money por exemplo.

Foi sem dúvida das séries que evoluiu mais desde a sua incursão inicial, quase não existe comparação entre Hitman 2: Silent Assassin e o recente Absolution. E não se trata da natural diferença de fidelidade visual, existe um fosso imenso em termos de jogabilidade, cuja diferença só percebemos realmente quando rodamos o primeiro jogo nos dias de hoje.

6 / 10

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