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New Super Mario Bros. U - Análise

Super Mario em alta definição.

Ainda foram precisos alguns anos, mas finalmente chegou o primeiro Super Mario em alta definição. É um salto que se faz com mais graciosidade do que propriamente visibilidade. Os recentes Super Mario de plataformas em duas dimensões sempre conseguiram apresentar muito bem uma definição dos jogos originais, ao mesmo tempo que acrescentavam pequenas/grandes variáveis ao jogo. Porque a série Super Mario prima pelo design e pela simplicidade de construções dos mundos, a pouca tendência para o foto realismo implica que à primeira vista a apresentação em alta definição não seja tão retumbante.

Porém, é indiscutível, desde o primeiro nível, que New Super Mario Bros U está muito mais limpo, colorido e excitante em termos de design, quando comparado com os jogos anteriores lançados para a Nintendo Wii, DS e 3DS. Desde Super Mario world e Yoshi's Island que a Nintendo não fazia um Super Mario em 2D, que fosse tão bom e divertido. Sabe-se que a Nintendo possui dois estúdios distintos a trabalhar nas várias ramificações da série Super Mario. Super Mario em 3D, cuja evolução mais recente foi Super Mario Galaxy 2 para a Wii, é trabalhado num grupo liderado por Yoshiaki Koizume, enquanto que a série New Super Mario Bros é comandada por Takashi Tezuka. Dois grupos de produção distintos que garantem alternância entre os jogos.

Por causa disso este foi um ano particularmente feliz para os fãs das aventuras 2D de Super Mario. No final do mês de Agosto, New Super Mario Bros 2 apresentou Super Mario em 2D pela primeira vez na 3DS, desta vez com peso na coleção permanente de moedas, algo que tornou a jogabilidade mais apelativa e reforçada pelo incitamento à descoberta e junção do maior número possível de moedas. Poderia pensar-se que New Super Mario Bros U iria entrar em colisão com o seu irmão disponibilizado para mais recente portátil da companhia de Quioto. Porém, não é isso que acontece, pese embora a afinidade no género, são jogos significativamente diferentes.

Com efeito, New Super Mario Bros U fica também marcado por ser o primeiro Super Mario a ser lançado juntamente com uma nova consola, desde Super Mario 64 e Super Mario World, dois jogos que se tornaram referências da produção em 3D e 2D, respetivamente. Pesando sobretudo do lado da inovação, New Super Mario Bros U não é um jogo revolucionário, mas atinge um ponto de diferenciação interessante face ao que jogámos anteriormente.

NSMB U retoma as origens da série para apresentar algumas importantes novidades e funcionalidades oriundas da utilização do GamePad. Conciliando as novas funções disponíveis através do GamePad com o divertimento dos clássicos, a produtora conseguiu alcançar novo toque distintivo. Ampliado pela entrada de Super Mario na alta definição, mas reforçado sobretudo na experiência para vários jogadores, sem esquecer o desafio individual através do modo história. Neste ponto, diga-se que NSMB U é bem mais exigente e longo que o seu congénere lançado para a Nintendo 3DS. Para os fãs da série, e adeptos dos títulos “vintage”, este jogo não só presta uma justa homenagem, como ainda consegue brindar os fãs com pequenos e renovados detalhes dentro do jogo (como o novo mapa mundo e a interação que nele podemos fazer). De resto, temos que contar ainda com a qualidade habitual que a Nintendo põe no seu software. É praticamente impossível encontrarmos uma falha, um bug ou má execução nalguma parte do jogo. A coesão dos elementos e da sua estrutura por níveis de plataformas, coloca NSMB U num ponto cimeiro no que toca à execução.

Isto não exclui, contudo, sensações de previsibilidade e repetição de esquemas, mas o campo das plataformas ficou circunscrito a partir de meados dos anos noventa, quando o 2D passou o testemunho ao 3D como modelo de criação de mundos virtuais. Nesta altura pouco mais se pode espremer em termos criativos de um jogo de plataformas em 2D, a não ser que a Nintendo pretenda fazer algo de novo. Sucede que isso traria riscos; primeiro porque poderia existir o desagrado dos fãs que vivem de boas memorias com os clássicos, segundo porque nunca seria um tradicional Super Mario de plataformas. Ciente desses riscos, a Nintendo prefere continuar a investir na linha do clássico, dando garantias de qualidade e de sentido de oportunidade às suas consolas, como agora acontece com a Nintendo WiiU.

"Outra transformação ao nível da interação a partir do GamePad ocorre quando partilham a experiência até mais quatro jogadores."

Em termos de funcionalidades, uma das características que mais ganha destaque em NSMBU é a possibilidade de se servirem do ecrã montado no GamePad para jogarem, sem necessidade de olharem para o ecrã da televisão. Aliás, se o vosso televisor for um modelo recente, podem transformar o vosso GamePad num comando do televisor (através do botão off-tv) e mudar para um canal qualquer, ajustando o volume de som e podendo continuar a jogar através do ecrã LCD do GamePad. Nem sequer precisam de continuar a jogar diante da consola. Podem levantar-se (com o jogo a correr) e sentarem-se num outro ponto da divisão, continuando a jogar. Se estiverem a jogar individualmente a história e a seguir pelo ecrã da televisão, o ecrã do GamePad transmite exactamente o que acontece no ecrã.

Outra transformação ao nível da interação a partir do GamePad ocorre quando partilham a experiência até mais quatro jogadores. Por enquanto a Nintendo não permite que seja utilizado mais do que um GamePad por jogo, o que significa que os restantes jogadores terão de utilizar os Wii remotes (rapidamente os ligam à consola). Neste esquema de comandos multiplayer, o jogador que ficar com o GamePad funciona como assistente, assumindo uma intervenção distinta, a tal jogabilidade assimétrica. Sem personagem para conduzir, o seu papel é decisivo através da utilização do ecrã táctil para desenhar plataformas e atordoar os inimigos. É um ser estranho e omnipresente que atua dentro do jogo, sem controlar uma personagem. Dotado de particulares poderes e sem hipótese para perder vidas, pode ser decisivo para manter os outros jogadores em bom ritmo até à meta ou então fazer-lhes a vida negra.

Em New Super Mario Bros Wii era possível ter partidas de quatro jogadores. Este quinto elemento, o assistente, vem baralhar as regras da cooperação ou de cada um por si para os restantes jogadores. O assistente só precisa de tocar em pontos do cenário para fazer nascer plataformas (que perduram apenas por uns 3 segundos) antes de desaparecerem. Tocando sobre os inimigos, estes são penalizados, sendo menos um obstáculo para os outros jogadores. Criando plataformas em degraus, o assistente pode levar os restantes jogadores até áreas secretas, o que é óptimo para descobrir as moedas estrela escondidas.

O modo história continua a ser o ponto de partida e o aperitivo central do jogo. Numa cena introdutória vemos Mario, Luigi e os Toads, reunidos com a princesa, no palácio de Mushroom Kingdom, a confraternizar num festim, até que Bowser decide juntar-se à festa fazer novamente das suas. Só que desta vez não rapta a princesa; deixa-a encarcerada no palácio, enquanto atira Mario, Luigi e Toads para os confins do planeta. Os manos não têm assim outra solução senão atravessar todos os territórios que distam até ao palácio, implicando passagens por diferentes territórios, mas desta vez com o aliciante de se encontrarem interligados.

O mapa mundo oferece-se coeso e interligado num só, uma espécie de mapa mundo gigantesco, ao invés de se dividir por vários mapas de cada mundo. A visão global dada ao jogador permite-lhe seguir preferências. Por exemplo, no final do território Deserto Caramelo, o jogador tem duas alternativas, podendo seguir para o Planalto Sorvete (montanha gelada) ou então para um território abundante em ilhas (Mar de Menta), onde se encontra uma antiga caravela afundada. A navegação pelo mapa implica que tenhamos de superar alguns inimigos e até descobrir caminhos imediatos para o nível seguinte. Pode ser necessário entrar num confronto, através de um combate rápido, contra vários inimigos da mesma espécie, tendo Super Mario à sua disposição um power up (super estrela) para os derrotar. Outras vezes o mapa mundo será invadido por um Coelho larápio que se infiltra em certos níveis. Se forem capazes de o derrotar podem ganhar objetos especiais, como a bolota que permite a Super Mario vestir o fato de esquilo voador, podendo manobrar o voo.