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ZombiU - Análise

Um jogo onde os zombies realmente assustam.

Desta forma, avançar cuidadosamente, dando um passo de cada vez, é uma necessidade em ZombiU. Desatar a correr e agir descuidadamente numa área desconhecida não é aconselhável. A preparação é essencial. A meio de um confronto com uma horda de zombies não podem simplesmente pausar o jogo e aceder à mochila equiparem uma outra arma ou encherem a barra de saúde. Isso tem que ser feito antes, associando os itens que carregam com vocês às teclas rápidas que se encontram no ecrã tátil do Gamepad.

O jogo nunca se torna previsível, contudo, a variedade de zombies que habitam as sombrias ruas de Londres não é muita, e depois de lidarmos com eles várias vezes, o fator de medo e receio acaba por enfraquecer ligeiramente, mas a ansiedade de nunca saber o que vamos encontrar a seguir perdura até ao final. O zombie mais mortífero que vão encontrar carrega uma mascara de oxigénio e explode se chegar perto de vocês. O combate corpo-a-corpo com o bastão de madeira simplesmente não é uma opção, caso contrário, vão acabar mortos. Há um outro tipo de zombie que assume a forma de um espírito e é bastante resistente, mas tirando este último aspeto, não é mais ameaçador que os zombies normais.

O ponto fraco de ZombiU, mas que acaba por ser um mal necessário, é o seu combate. O combate com o bastão de madeira, que acaba por ser a arma mais utilizada no jogo pois não se desgasta, torna-se repetitivo. Por outro lado, se o combate tivesse mais opções, os zombies deixariam de ser tão assustadores. O que parece uma falha sem desculpa, é não haver a possibilidade de passar sorrateiramente pelos zombies. Por mais silenciosos que sejam, a partir de uma determinada distância os zombies conseguem detetar-vos automaticamente. Quando nos deparamos com um zombie, somos quase sempre obrigados a embarcar num confronto.

Depois há limitações como não ser possível saltar e abaixar, apesar de ser possível subir objetos e entrar em sítios apertados como condutas de ar, mas isto são situações especificas. Esquivar o ataque dos zombies também não é uma possibilidade. A alternativa que têm é reagir mais rápido que o zombie e empurrá-lo para trás com o bastão de madeira (esta ação é diferente de atacar). Se um zombie vos conseguir deitar as mãos, morrem automaticamente sem qualquer chance de poderem lutar pela vossa vida. Mais adiante no jogo, recebem uma vacina que mata os zombies instantaneamente e que só pode ser usada nestas situações, mas como só pode ser usada uma vez, antes de terem que a encher, acaba por não ser a solução ideal.

Por esta altura, devem estar a perguntar se ZombiU não tem uma estória, ou será apenas um jogo de sobrevivência? Bem, sobreviver é um dos aspetos principais, mas sim, existe uma estória que nos dá objetivos. A estória está relacionada com a procura de uma cura para a praga de zombies, e nesta difícil missão, teremos que visitar locais famosos de Londres como o Palácio de Buckingham, a temida Torre de Londres, as linhas do metro aonde ainda ouvimos a voz dos comunicadores a avisar para "Mind the Gap" e outros locais mais banais como blocos de apartamentos. A narrativa é leve e simples, dando espaço para nos preocuparmos apenas com a sobrevivência, o que é ideal para o tipo de jogo em questão e que não entra em conflito com a constante mudança de protagonista.

ZombiU acaba por ser um jogo em que a experiência que oferece é mais importante que tudo o resto. Os objetivos das missões não são mais que ir aqui e ali recolher documentos importantes para a criação de uma cura para a praga zombificadora ou combustível para os geradores da "Safe House" continuaram a funcionar. Mas todas as suas falhas deixam ser ter grande relevância perante aquilo nos faz sentir enquanto estamos a jogar. ZombiU é um jogo que se trata de sentir medo e vulnerabilidade, e nesse sentido, cumpre na perfeição.

O aspeto visual segue esta filosofia e cria uma atmosfera imersiva de cortar a respiração e da qual fugiríamos a sete pés na vida real. A parte interessante, e que se calhar desiludirá alguns, é que ZombiU é capaz de fazer isto com gráficos medianos. Não há nada de impressionante para ver ou ficar vislumbrado, e definitivamente que tanto a Xbox 360 com a PlayStation 3 seriam capazes de produzir estes resultados, mas com o seu Gamepad, a Wii U acaba por ser a plataforma ideal para ZombiU, que aumenta o nível de intensidade da experiência em situações como aquela que foi mencionada há uns parágrafos atrás.

O maior elogio que pode ser feito a ZombiU é que se trata de algo único, e ter algo deste género no lançamento de uma consola e que faça um bom uso das suas capacidades é extremamente importante. Se querem sentir terror puro sem terem que visitar uma casa assombrada, então ZombiU é um jogo para vocês. Apaguem a luz, baixem a persiana, e preparem-se para ficar assustados.

8 / 10

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In this article

ZombiU

Nintendo Wii U

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Sobre o Autor
Jorge Loureiro avatar

Jorge Loureiro

Editor

É o editor do Eurogamer Portugal e supervisiona todos os conteúdos publicados diariamente, mas faz um pouco de tudo, desde notícias, análises a vídeos para o nosso canal do Youtube. Gosta de experimentar todo o tipo de jogos, mas prefere acção, mundos abertos e jogos online com longa longevidade.
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