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LittleBigPlanet Karting - Análise

Às voltas na imagisfera.

De repente instalou-se a moda dos jogos de karting. De um momento para o outro, séries que não têm nada que ver com pistas e corridas, venderam o seu género em favor de um tipo racer de corridas rápidas, "power ups" e cenários cheios de cor. O problema é que a originalidade está cada vez mais a esvaziar-se à custa desta erupção súbita de pequenos bólides de um só assento, e enquanto que até aqui se contavam pelos dedos de uma mão os jogos que, já com alguma tradição, marcavam pontos dentro de um género apetecível mas também limitado e previsível, agora são quase como cogumelos.

As editoras tomam esta decisão de mudar o rumo de algumas séries à procura de mais lucro. Enquanto não esburacarem a terra e revolverem as suas entranhas até à última pedra dourada, não há como parar para pensar que estão a sair jogos todos iguais e a confundirem cada vez mais os consumidores, e que apesar de terem mais propostas por onde escolher, torna-se mister separar o original da cópia.

Depois as editoras tentam transparecer que o jogo é mais “cool” e divertido do que realmente é. Eu olho para a Sega e para o jogo de karts de Sonic e companhia a pensar como seria devolver aos fãs um Sonic dos bons velhos tempos. Sobre como seria preferível ver uma companhia investir num produto com margem para evolução e em plena sintonia com os fãs, transferindo para aí os recursos de produção, em vez de mais umas corridas que já não acrescentam nada.

Popit agora em formato de corridas.

Mas este não é só um problema desta indústria e enquanto esta se nortear pela rentabilidade, faz-se de tudo. Foi por isso que me causou alguma estranheza quando fui incumbido de preparar a análise de LittleBigPlanet Karting, não seria esta mais uma franquia a sucumbir à tentação? Alguns colegas já o tinham experimentado noutros eventos e até o suportavam positivamente, apesar de a mim nunca me ter causado particular furor. E, no princípio, causou até alguma sensação de desolação, de ver outra vez o mesmo esquema de comandos, os mesmos "power ups", tudo tão revisitado por outros jogos. Acredito que LBP karting funcione como uma surpresa completa para quem nunca jogou LBP ou outro jogo que tenha um kart estampado no capa.

Isto porque, na verdade, LBP Karting não é mais do que a aglutinação ou colagem do universo LBP às corridas de karts do ModNation Racers. Aliás, este jogo é uma produção colectiva, de coligação de esforços entre duas editoras que conheceram sucessos em jogos anteriores. Por um lado temos a Media Molecule, que em 2008 trouxe o muito original e divertido LBP, fazendo emergir essa personagem icónica que é o Sackboy (e a Sackgirl) e da outra banda temos a United Front Games, que produziu ModNation Racers exclusivamente para a PS3. No fundo, é uma simbiose desses universos que está em evidência neste jogo, ainda que seja mais LBP do que ModNation Racers e isso acaba por pesar no resultado final, pela positiva, por garantir mais longevidade ao jogo, fruto do modo criação que volta a estar tão expansivo e não menos complexo como os jogos LBP de plataformas.

Antes mesmo de avançarmos para as corridas, nem precisamos de nos adaptar. Desde o popit que nos permite abrir um quadro de opções para personalizar o nosso Sackboy, bólide e cápsula, até aos mundos do modo estória, comunidade e modo criação, nada é muito diferente do que se pode jogar num LBP de plataformas. Se isso promove um sentimento de repetição que nos leva a pensar estarmos diante de um LBP 2.5, não deixa de ser fascinante poder contar com tantas e poderosas ferramentas para as colocarmos ao serviço de um fórmula de pequena escala. Mas as corridas frenéticas foram alvo de uma maior transformação e sinais disso encontram-se na pluralidade de desafios. Corridas cooperativas, combates em arena e outros desafios; há muito para percorrer para lá da tradicional largada junto à partida e chegada para a bandeirada de xadrez.

Felizmente LBP Karting vai ganhando espaço como um jogo diferenciador dos demais, ao mesmo tempo que revela como as produtoras não adormeceram só à sombra dos seus sucessos e como quiseram criar algo. E acaba por ser no modo estória que encontramos a melhor receção e, ao avançar nela, percebemos que LBP Karting não se resume só a uma sucessão de corridas. A variedade de provas e temas alusivos a cada mundo, integrados numa narrativa, tendem a formatar alguma exclusividade na experiência e é por aí que começa por sobressair toda a estrutura LBP, ao propor circuitos ora curtos e abundantes de engenhocas, ora complexos e pejados de armadilhas, secções alternativas e criaturas abissais que se ligam à estória.

Dentro do modo individual, terão aproximadamente setenta níveis para percorrer. Não significa que sejam todos corridas tradicionais. Por planeta têm entre dez a vinte níveis, sendo seis ou sete os principais (que devem completar antes de passar ao planeta seguinte) e os restantes níveis opcionais que vão sendo desbloqueados à medida que completam os outros. Muitos destes níveis podem ser jogador cooperativamente, a solo ou através de ligação online, recorrendo aos amigos da vossa lista (até um máximo de oito). E depois esses níveis dividem-se não só por corridas mas por eventos de grande ordem, sendo neste aspeto que o jogo colhe frutos. Uma vez terão que fazer tempos rápidos dentro de uma pista em moldes de F1, com perspetiva na primeira pessoa.

Noutro evento terão que atingir o maior número de adversários dentro de uma arena, e noutro, tão estranho como original, fazer saltar o kart de sackboy sobre uma lagarta que empurra objetos velhos para uma fornaça. Para todos os eventos existe um máximo de pontuação e em cada um têm uma quantidade de coisas boas para recolher. Estas mais não são do que autocolantes, partes, roupas, decorações e acessórios que passam a estar disponíveis no modo criação e dentro do popit para usarmos a todo o instante. Depois há o aliciante de poder participar em muitas corridas on-line até um máximo de oito jogadores. Se não tiverem essa oportunidade, podem jogar a solo.

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Sobre o Autor
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Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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