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Borderlands 2 - Análise

Saque de ouro.

A Gearbox reinventou Borderlands dentro do melhor que o primeiro tinha. E se o soube fazer. O regresso a Pandora é uma experiência completa em todo o alcance da palavra. Aquilo que o estúdio criou com o primeiro da série foi somente um pequeno diamante por lapidar. Com atenção focada nos devidos lugares, Borderlands 2 tornou-se um monstro. E um daqueles que vão querer derrotar uma e outra vez. Primeiro com uma espingarda de eletricidade e depois, se isso não chegar, com um lança-roquetes corrosivo numa mão e um caçadeira explosiva na outra. Só porque sim. Só porque o podem fazer e porque é divertido - e isso é mais do que suficiente.

Borderlands 2 oferece uma das mais puras experiências de jogo que tive nos últimos tempos. Tem por base uma jogabilidade que é em tudo desafiante e recompensadora. Pouco mais importa do que isso. Seja na exploração, no combate ou na evolução da personagem, a Gearbox acertou em cheio e o resultado é um jogo igual a si mesmo, mas diferente de tudo o resto. O universo criado no primeiro jogo já tinha muito por onde se gostar; a sequela vem aprimorar em grande escala o trabalho desenvolvido. Não gosto de clichés, mas a história do "maior e melhor" assenta aqui "que nem uma luva".

O mundo louco, estranho e endiabrado de Borderlands bem merecia uma entrada como esta. O primeiro já vinha cheio de vontade, mas faltou-lhe o pulso. Na criação de um mundo tão único quanto este, ou bates com a cabeça na parede e mudas de identidade, ou continuas a bater até acertar. Não que a primeira pancada tenha sido muito forte, até porque o estilo já lá estava, mas só agora Borderlands se assume como o jogo que devia ter sido em primeira instância. Borderlands 2 tem do seu lado uma direção artística incrível, conjugada com um guião repleto de um humor e sarcasmo capaz de criar alguns dos melhores diálogos que já vi.

O regresso a Pandora é uma experiência completa.

E isso está patente desde o verdadeiro começo. A história é mais uma, narrada por Marcus, em que uma série de Vualt Hunters se lançam à aventura. Borderlands 2 decorre 5 anos após o primeiro, no qual Mordecai, Brick, Rolland e Lilith abriram a primeira Vault, provocando um derramamento de Iridium por todo o planeta. Numa busca desenfreada pelo material, a Hyperion acaba por descobrir a existência de uma nova Vault. Aqui entra o mau da fita…e que mau. O Handsome Jack é uma personagem com uma frieza desumana e que entra facilmente para a história dos maiores vilões dos videojogos.

É um sádico com um plano e é capaz de tudo para conseguir o seu objetivo. Quer utilizar a nova Vault para obter o poder necessário para controlar Pandora e, por isso mesmo, os novos Vault Hunters, mais do que à procura de um tesouro, procuram salvar o planeta. A narrativa, mais do que conveniente, é convidativa. Tem inerente uma ideia de preparação, um incentivo para que jogador evolua convenientemente a personagem como forma de estar preparado para a batalha final. Os próprios desenvolvimentos da narrativa contribuem para que a expectativa cresça nesse sentido, para que o momento seja especial.

Mas esse é um longo caminho e pela frente existem dezenas de horas para combater e saquear cofres. O primeiro contacto prático com o jogo dá-se numa altura em que os Vault Hunters já tentam abater Jack. Mas o plano corre mal e só a ajuda do velho Claptrap evita males maiores. Ao dispor voltam a estar 4 personagens disponíveis, cada qual com a sua classe e atributo especial. Axton é o comando e pode utilizar uma turret, Maya é a siren com poderes especiais, Zer0 é o assassino, pode ficar invisível e criar uma réplica dele próprio e, por último, Salvador, o Gunzerker, correspondente ao antigo Berserker, pode utilizar duas armas ao mesmo tempo. Angel, a personagem que já guiava o jogador na primeira aventura, volta a aparecer aqui como um elemento central, num enredo cujo desfecho é um dos pratos fortes da narrativa.

Mais do que matar, importa matar com estilo. Porque o preço é o mesmo.

Borderlands 2 segue as pisadas do primeiro. É um shooter na primeira pessoa com cada vez mais elementos de RPG. A evolução da personagem é um dos pontos mais importantes do jogo, existindo para cada uma um total de 3 ramos de especialização. Caso se foquem apenas num deles, mais facilmente chegam aos seus últimos níveis e conseguem assim obter melhores evoluções. A cada nível que sobem, num total de 50, é oferecido um ponto para evoluir esses ramos. Ao mesmo tempo, existem uma infindável série de desafios a cumprir que permitem subir o Badass Rank, uma outra vertente na qual podem aumentar características como os danos de armas, capacidade da armadura ou aumentar a precisão nos disparos.

Para evoluir a personagem existem dezenas de missões secundárias para cumprir. O que surpreende é a qualidade destas missões, que não ficam atrás das principais. São variadas, divertidas e apresentam personagens e histórias interessantes de Pandora. E são sempre bem vindas, já que é impossível acabar o jogo cumprindo somente as principais. Em Pandora há sempre algo mais para explorar. O mapa é enorme. Está dividido em zonas, e por isso têm que efetuar loadings, mas funciona como um todo. É possível viajar a andar de uma ponta à outra, se bem que não é recomendado devido aos longos tempos. O novo sistema de viagens rápidas dá uma boa ajuda.

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Borderlands 2

PS3, Xbox 360, PlayStation Vita, PC, Mac

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Ricardo Madeira

Contributor

É redator e dá voz à Eurogamer Portugal. É um dos mais antigos membros da equipa, e ao mesmo tempo um dos mais novos. Confusos? É simples.

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