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WRC 3 - Análise

Efeito Loeb.

A Milestone melhorou no que respeita aos danos e agora um pequeno toque numa pedra ou raspão mais duro numa parede pode puxar o guarda lamas, retorcer o capôt ou partir um spoiler. Embates mais fortes não são tolerados, daí que uma condução mais agressiva e sem grandes cuidados possa implicar bastantes embates e muito trabalho de mecânica e chapa no intervalo das especiais. Se exagerarem não tarda até ficarem com a estrutura de segurança do carro à mostra.

O ambiente vivido à volta das pistas também foi alvo de retoques. O público manifesta-se à passagem dos carros. Podia ser mais empolgante e dinâmico, mas chega mais algum entusiasmo do lado de fora quando passamos por uma zona fortemente povoada de adeptos. As especiais contam com mais detalhes e sobretudo cor. Aquele tom sépia predominante nos jogos anteriores desapareceu e agora as cores predominantes como o verde da Finlândia ou o branco da neve do Mónaco em contraste com o preto do asfalto permitem acentuar os contrastes.

Contando com a totalidade das provas que integram o campeonato do mundo, há sempre as provas emblemáticas como o rali do Mónaco (que regressou este ano ao WRC), o rali da Suécia e o rali espanhol e o da Alemanha como provas de asfalto. Destaca-se uma breve introdução de cada rali que nos dá uma ideia geral do terreno e tipo de piso. Cada rali conta com seis especiais e uma super especial em determinados ralis. Porém, a Milestone continua a apostar numa técnica que prevê o cruzamento de especiais, o que resulta numa repetição de alguns percursos. Teria sido preferível ter eventualmente especiais menos longas mas que fossem mais distintas entre si. Como está é forte a sensação de repetição de especiais. No Mónaco parece que existe apenas uma especial, já que não existe aquilo que lhe dá particularidade que é ter a partida no sopé de uma montanha, onde há sol e asfalto seco, para acabar num cume com bastante neve e sob condições de grande nebulosidade.

O rali de Portugal podia estar melhor, se tivesse especiais rápidas e com mais algum verde. A maioria das especiais são altamente serpenteantes e exageradamente esculpidas na montanha. A super especial no estádio de Faro continua a marcar presença (apesar de já não visitar o estádio há dois anos) e faz sentido pela raridade do espaço envolvente. É pena que a Milestone não tenha optado por criar especiais únicas e em horários diferentes do dia. A ausência de especiais noturnas também faz falta.

No que respeita à jogabilidade, WRC 3 proporciona uma experiência diferente do jogo anterior, ligeiramente melhor, mas ainda aquém do que os fãs pretendem. Algures entre a simulação e o ritmo arcade, talvez a sua maior falha seja não ser bem uma de duas. Se retirarmos as assistências, deixando o carro solto, ficamos com um veículo muito mais disponível nos pisos de terra para deslizar rapidamente enquanto curva. Nas provas de asfalto a borracha macia dos pneus permite grandes níveis de aderência, dando a sensação que o carro vai sobre carris. São bons comportamentos, mas há qualquer coisa que ainda falha. E a maior falha é uma sensação de extrema leveza dos carros, como se estivessem a deslocar sem peso, permitindo ao piloto correções rápidas de última hora que facilmente apontam o carro na direção pretendida. É um efeito que peca por excesso. Condução com correções é sempre necessária, mas aqui está exagerada. Os acidentes e embates mais fortes podiam contar com uma animação mais cuidada. De um modo geral os fãs podem ficar satisfeitos com as reações do carro em terra e asfalto, só que não podem esperar por uma condução orgânica, exigente e espetacular.

Os modos desafio são uma novidade em WRC 3.

"No que respeita à jogabilidade, WRC 3 proporciona uma experiência diferente do jogo anterior, ligeiramente melhor, mas ainda aquém do que os fãs pretendem."

Quanto a modos de jogo, a grande novidade é a transformação do modo carreira numa estrutura mais ampla e afastada dos moldes tradicionais de progressão do campeonato. É claro que o jogador vai começar por disputar ralis de uma determinada zona, usando veículos de categorias mais baixas e só à frente poderá entrar para equipas de fábrica como Citroen ou Ford. Por região existe mais de uma dezena de desafios que tanto podem ser provas especiais, como ralis completos ou semi-completos. Pelo meio há rivais, outros pilotos que devemos superar para seguir em frente. Por cada desafio superado vencemos um certo número de estrelas que até pode ser maior se nos posicionarmos em lugares destacados da classificação.

A pontuação final por cada especial depende de habilidades de condução e das manobras. Como dizia Colin McRae, "em caso de dúvida, pé a fundo". Completar bem os saltos, sair depressa dos ganchos e não tocar nos limites da curva, são alguns dos requisitos. Tudo bem feito e a pontuação será como que perfeita.

Alguns desafios implicam acertar em cheio em objetos colocados ao longo da especial. É uma concessão oriunda de alguns jogos rivais do segmento, mas a Milestone acrescentou-lhes sempre bastante identidade, particularmente nas manobras exigidas. Em termos sonoros, WRC 3 capta o ruído tradicional dos motores que equipam os carros do campeonato e das outras categorias. As notas dadas pelo pendura são igualmente eficazes e ajustadas ao andamento durante a especial.

Outras opções de jogo incluem a classificativa individual, o rali e o campeonato. As classificativas super especiais podem ser disputadas até quatro jogadores no modo "hot seat". O modo multiplayer é praticamente similar ao jogo da temporada passada, com progressão por classificativas, ralis e muitas "leaderboards". Os jogadores podem disputar uma especial, rali ou campeonato, tendo à disposição viaturas de diversas categorias.

À terceira edição da série WRC, a Milestone fez uma pequena grande revolução. O novo motor gráfico posiciona o jogo num patamar compatível com o quadro da presente geração e deixa-o mais próximo de outras ofertas de teor automobilístico. Porém, ainda há muito trabalho a fazer se a intenção é trepar até topo da experiência. Falta uma jogabilidade mais vibrante e apaixonante. Um ponto delicado de conseguir, mas que os fãs do género reconhecem quando trazem à memória clássicos de outros tempos. A Milestone sabe que esta é uma oportunidade única. Aliás, o novo modo carreira permite uma progressão em moldes mais interessantes. E quando a isso juntarem uma jogabilidade mais capaz, WRC brilhará com outra intensidade.

7 / 10

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WRC3

PS3, Xbox 360, PS2, PlayStation Vita, PC

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Sobre o Autor
Vítor Alexandre avatar

Vítor Alexandre

Redator

Adepto de automóveis é assim por direito o nosso piloto de serviço. Mas o Vítor é outro que não falha um bom old school e é adepto ferrenho das novas produções criativas. Para além de que é corredor de Maratona. Mas não esquece os pastéis de Fão.
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